Pronunciamento

Ismael dos Santos - 116ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 22/11/2012
O SR. DEPUTADO ISMAEL DOS SANTOS - Sr. presidente, srs. deputados, nessa manhã quero me congratular com o deputado Sandro Silva que há pouco falava a respeito da raça negra brasileira, que de fato conquista um espaço de direito e de destaque nesta nação, com a posse do ministro Joaquim Barbosa.
Mas quero, sr. presidente e srs. deputados, fazer uma referência especial aos quatro anos das chuvas que devastaram o vale do Itajaí. Hoje é um dia de reflexão.
Quero parabenizar, inclusive, o Jornal de Santa Catarina pela belíssima matéria que fez em relação ao Morro do Baú, essa reversa natural que representa as marcas deixadas pela catástrofe.
Sabemos que as marcas da natureza podem ser restabelecidas, restauradas, reabilitadas, no entanto, as cicatrizes deixadas em centenas e centenas de famílias, em especial aquelas que perderam os seus entes, foram 135 mortos, certamente só a eternidade para cicatrizar.
Faço essa referência, inclusive, com a bela imagem publicada pelo Jornal de Santa Catarina, do Morro do Baú, símbolo de uma tragédia. Se por um lado temos essa paisagem deslumbrante, por outro nos preocupa, sobretudo, a questão da possibilidade de novas catástrofes no vale do Itajaí.
Relembrando a tragédia ocorrida há quatro anos, foram 90 dias de chuvas intensas, no vale do Itajaí, sendo que, segundo as informações da época, em 24 dias do mês de novembro de 2008, choveu 865mm, quando a média de um mês é de 120mm. Portanto, em apenas 24 dias, 865mm.
Naquela época, há quatro anos, 63 municípios de Santa Catarina decretaram situação de emergência e 14 decretaram estado de calamidade pública. Lembrando que, na cidade de Blumenau, de onde somos originários, tivemos dez mil desabrigados e, pelo menos, cinco mil moradias foram destruídas em 2008. Prejudicadas, sobretudo, pelo deslizamento que aconteceu em diferentes espaços topográficos da cidade de Blumenau.
Relembro, mais uma vez que, em Santa Catarina, foram 135 pessoas mortas, 45 delas somente no município de Ilhota e outras duas ainda permanecem desaparecidas. O rio Itajaí na época chegou ao pico de 11,52 metros, colocando de fato a situação numa perspectiva bastante calamitosa.
Hoje, quatro anos depois, permanecem sinais de abandono principalmente no Morro do Baú, mudanças ambientais, mas há também sinais de esperança, em especial pelas famílias que permaneceram naquele local, mesmo com as lembranças negativas de desaparecimento, da morte de amigos, familiares; lá estão suas raízes e também suas perspectivas e esperanças de uma vida melhor.
Cabe a nós, enquanto parlamentares, enquanto sociedade catarinense, não medirmos esforços para que tragédias como essa não se repitam; mesmo respeitando as questões da natureza, há muito por fazer no que diz respeito às políticas públicas ambientais para que ocorrências como essa não retornem à Santa Catarina.
Deixo aqui, sr. presidente, srs. deputados, nesta manhã, especialmente em nome da bancada do PSD, a nossa reflexão, o nosso respeito e os nossos sentimentos a essas famílias, a esses 135 catarinenses que há quatro anos perderam sua vida nessa tragédia que abalou o vale do Itajaí.
Era isso, sr. presidente, muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)