Pronunciamento

Ismael dos Santos - 117ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 12/12/2013
O SR. DEPUTADO ISMAEL DOS SANTOS - Bom-dia, sr. presidente, srs. deputados e sras. deputadas.
Quero parabenizar o presidente pelo sinal digital. Iniciativa desta Mesa.
Assomo à tribuna, nesta manhã, para fazer duas homenagens que julgo mais do que justas. Uma delas, sem dúvida, é para um cidadão que marcou história nesse século, que é o líder singular no cenário mundial chamado Nelson Mandela, que recebe efusivas manifestações de todos os cantos da terra. E olhar para a biografia de Nelson Mandela é uma virtude. Virtudes que ouso sintetizar em três grandes patamares: primeiramente, a virtude da autoridade moral. Não era um líder que conquistou espaço meramente por uma posição formal e hierárquica na África do Sul, mas graças à sua autoridade moral, buscando sempre falar e viver pautado pela verdade.
Virtude que destaco também é a sua moderação, pois era um homem extremamente equilibrado. Para quem lê um pouco da sua biografia, para quem ouviu seus discursos, acompanhou filmes que foram feitos em relação ao Mandela, sabe-se que se destaca na vida deste líder a palavra equilíbrio, uma das palavras mais belas do universo. Eu diria, ainda, a virtude da generosidade. Um homem que viveu o que viveu na África do Sul soube ser generoso, não obstante a opressão vivenciada por parte de uma ditadura branca naquele país. E essa generosidade se traduz inclusive quando assume a Presidência da África do Sul impedindo que os negros se vingassem de tanta maldade, de tanta brutalidade nos anos do domínio branco naquele país.
Por tudo isso me junto a todos os parlamentares desta Casa, do país, dos líderes do mundo para aplaudir a vida e a memória de Nelson Mandela.
Aproveito, sr. presidente e srs. deputados, nessa esteira de homenagens, já que estamos falando de Nelson Mandela, para lembrar que numa de suas biografias, quando ele retorna à cela por onde passou 27 anos, um dos jornalistas o indagava sobre suas lembranças da cela por onde passou e ele dizia que muitas coisas marcaram esses 27 anos. Momentos de depressão, momentos de amargura, momentos até mesmo de rancor, momentos de incompreensão, momentos de dúvidas. Será que sairei daqui vivo?
Mas Nelson Mandela dizia: "Nos anos de cárcere eu tive sempre um excelente companheiro, que foi o meu melhor consolo".
Ele estava se referindo, deputado Maurício Eskudlark, à Bíblia Sagrada. Dizia Nelson Mandela: "Desses 27 anos de cárcere, a fonte de maior e melhor consolo que tive foi, sem dúvida, as escrituras sagradas.
Nelson Mandela, que também professava a religião Evangélica Metodista, encontrava na Bíblia Sagrada uma fonte de inspiração. E é por isso que aproveito para fazer esta homenagem a este que é o livro dos livros e que na semana passada foi comemorado em todo o Brasil a Semana da Bíblia. Sem dúvida alguma, continua sendo o livro mais vendido e espero que seja também o mais lido.
Mas faço uma homenagem especial à sociedade bíblica do Brasil que produziu, nos últimos anos, cem milhões de exemplares em nossa pátria.
Lembro-me do 16° presidente dos Estados Unidos, Abraão Lincoln, quando já no final de seus dias registrou no seu diário o seguinte: "Estou ultimamente ocupado em ler a Bíblia Sagrada". Tiro dela o que posso de melhor, pelo raciocínio ou pela fé, porque sei que viverei e morrerei um homem melhor".
Essas foram palavras de Abraão Lincoln.
Não há dúvida de que a Bíblia é especial e na literatura ocidental tem sido um grande marco.
Quando olhamos para livros que fizeram grande história - talvez o mais antigo da história ocidental fosse Ilíada, do poeta grego Homero, provavelmente cego, escrito há mais de três mil anos, na época do rei Salomão, e faço um paralelo com o texto bíblico, os textos de provérbios escritos nessa época -, para que os nossos telespectadores e ouvintes tenham uma ideia, não há nenhuma cópia original da obra Ilíada, assim como a Bíblia também não tem.
Nós temos manuscritos, cópias de cópias, tanto da Bíblia quanto desses livros, que marcaram a história da literatura universal. E aqui faço uma referência especial à obra Ilíada por ter sido talvez a mais famosa e a mais antiga obra da literatura ocidental. Mas apenas para registrar números, há hoje nas bibliotecas mais famosas do mundo 600 cópias dessa obra. A Bíblia Sagrada tem mais de 24 mil manuscritos.
Então, daí a preciosidade desse tesouro que marca também a sua presença na literatura universal.
Mas é claro que falar da Bíblia é falar da sua importância devocional como instrução para o nosso dia a dia, para o bem servir e o bem nos conduzir; é falar da sua importância litúrgica. É impensável construir uma proposta litúrgica, seja numa missa, seja num culto, sem a presença ou a citação desse livro sagrado no seu aspecto coletivo e, é claro, a sua importância na perspectiva teológica. É dele que extraímos as doutrinas da fé, da nossa convicção. É ali que buscamos saber de onde viemos, o que estamos fazendo e para onde vamos.
Por tudo isso nossa homenagem, na Semana da Bíblia, a este livro dos livros.
Concluo o meu pronunciamento com as palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, quando disse que não só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que procede da boca de Deus.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)