Pronunciamento
Gilmar Knaesel - 063ª SESSÃO ORDINÁRIA
Em 12/07/2011
O SR. DEPUTADO GILMAR KNAESEL - Sr. presidente, sras. deputadas e srs. deputados, catarinenses que acompanham a nossa sessão e imprensa, em nome do PSD e, tenho certeza, também em nome das bancadas de todos os partidos e de todos os deputados, cabe-me aqui, neste momento, fazer um registro muito triste para a cultura de Santa Catarina: o falecimento do maestro e compositor José Acácio Santana.
Ele faleceu no dia de ontem e o seu enterro está acontecendo no dia de hoje, na sua cidade natal, São Pedro de Alcântara. Morreu de câncer. Ao longo dos últimos meses, junto com toda a equipe médica, lutou para buscar uma sobrevida, mas não foi possível.
(Passa a ler.)
"José Acácio Santana, maestro, compositor, poeta e professor, dedicou a sua vida a serviço do som e da palavra, ministério que deu início aos sete anos de idade. Mais de cinco mil obras constituem o saldo de vida artística desse músico e poeta de intensa e extensa capacidade produtiva.
Consagrado internacionalmente, servia com a sua arte aos pequenos grupos artísticos e às comunidades. Foi pioneiro no Brasil nas composições litúrgicas pós Concílio Vaticano II. Possuía uma invejável unidade musical e literária em suas composições.
Ele alcançou renome internacional pela extensão e variedade de sua obra musical e poética. Sua atuação cultural mereceu-lhe grandes homenagens, entre elas: Medalha do Mérito Coral Brasileiro, Mérito Cultural da UFSC, Batuta de Ouro e título de Cidadão Honorário em mais de 30 municípios. Atendeu a mais de 1.500 corais brasileiros e de vários outros países. Em Santa Catarina mais de mil grupos beneficiaram-se do seu trabalho.
Especialista em canto coral sacro, era graduado em regência e composição em Colônia, na Alemanha. Desde 1962 o maestro Acácio trabalhava no incentivo do canto coletivo. Contava com seis cursos superiores em Música, 900 obras ensaiadas, dez discos produzidos, a criação de mais de 200 corais e três mil concertos."
Tive também uma passagem muito pessoal com o querido maestro e professor José Acácio Santana. Foi durante 2009, quando comemorávamos os 180 anos da imigração alemã no estado, a vinda dos primeiros imigrantes que aqui chegaram e criaram a primeira colônia alemã em Santa Catarina, São Pedro de Alcântara.
Soube, através de terceiros, que o maestro, em homenagem aos 180 anos da imigração alemã, havia composto uma ópera alusiva ao imigrante. À época, conseguiu ensaiar o grupo de corais com a orquestra, mas não conseguiu o apoio para a apresentação dessa ópera. Imaginava que todo aquele trabalho e dedicação estivessem engavetados, e estavam. Quando fui conversar com ele, disse-me que era um sonho impossível de ser realizado e que já tinha perdido as esperanças. Viabilizamos a apresentação dessa ópera em quatro cidades do estado: na sua terra natal, São Pedro de Alcântara, é claro; em Antônio Carlos; na capital do estado, no TAC; e também na minha cidade, Pomerode.
Foi, sem dúvida, algo indescritível lembrar a saga não apenas do colonizador alemão, mas também do colonizador italiano, que não foi diferente do próprio colonizador português, açoriano, que não foi diferente de tantos outros colonizadores que vieram para o nosso estado e que fazem parte do mosaico cultural que é Santa Catarina. E ele conseguiu reproduzir isso com uma ópera cantada.
Senti nele a sensibilidade de um poeta, a sensibilidade de uma pessoa voltada à cultura, de um mestre, de um professor que, acima de tudo, tinha o sentimento humano dentro de si.
Quero fazer esse registro em nome, tenho certeza, de todos os 40 deputados estaduais, no sentido de que sua memória e sua história sejam perpetuadas, porque em qualquer igreja católica ou luterana onde os cantos, os hinos, façam parte da liturgia, há uma obra do maestro José Acácio Santana, pois ele se dedicou especialmente à música sacra, que hoje está aí para perpetuarmos.
Sr. presidente, fiz esse registro para que conste nos anais da Casa a nossa mensagem de tristeza pela perda do nosso grande maestro, compositor e professor José Acácio Santana.
Muito obrigado, sr. presidente!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)
Ele faleceu no dia de ontem e o seu enterro está acontecendo no dia de hoje, na sua cidade natal, São Pedro de Alcântara. Morreu de câncer. Ao longo dos últimos meses, junto com toda a equipe médica, lutou para buscar uma sobrevida, mas não foi possível.
(Passa a ler.)
"José Acácio Santana, maestro, compositor, poeta e professor, dedicou a sua vida a serviço do som e da palavra, ministério que deu início aos sete anos de idade. Mais de cinco mil obras constituem o saldo de vida artística desse músico e poeta de intensa e extensa capacidade produtiva.
Consagrado internacionalmente, servia com a sua arte aos pequenos grupos artísticos e às comunidades. Foi pioneiro no Brasil nas composições litúrgicas pós Concílio Vaticano II. Possuía uma invejável unidade musical e literária em suas composições.
Ele alcançou renome internacional pela extensão e variedade de sua obra musical e poética. Sua atuação cultural mereceu-lhe grandes homenagens, entre elas: Medalha do Mérito Coral Brasileiro, Mérito Cultural da UFSC, Batuta de Ouro e título de Cidadão Honorário em mais de 30 municípios. Atendeu a mais de 1.500 corais brasileiros e de vários outros países. Em Santa Catarina mais de mil grupos beneficiaram-se do seu trabalho.
Especialista em canto coral sacro, era graduado em regência e composição em Colônia, na Alemanha. Desde 1962 o maestro Acácio trabalhava no incentivo do canto coletivo. Contava com seis cursos superiores em Música, 900 obras ensaiadas, dez discos produzidos, a criação de mais de 200 corais e três mil concertos."
Tive também uma passagem muito pessoal com o querido maestro e professor José Acácio Santana. Foi durante 2009, quando comemorávamos os 180 anos da imigração alemã no estado, a vinda dos primeiros imigrantes que aqui chegaram e criaram a primeira colônia alemã em Santa Catarina, São Pedro de Alcântara.
Soube, através de terceiros, que o maestro, em homenagem aos 180 anos da imigração alemã, havia composto uma ópera alusiva ao imigrante. À época, conseguiu ensaiar o grupo de corais com a orquestra, mas não conseguiu o apoio para a apresentação dessa ópera. Imaginava que todo aquele trabalho e dedicação estivessem engavetados, e estavam. Quando fui conversar com ele, disse-me que era um sonho impossível de ser realizado e que já tinha perdido as esperanças. Viabilizamos a apresentação dessa ópera em quatro cidades do estado: na sua terra natal, São Pedro de Alcântara, é claro; em Antônio Carlos; na capital do estado, no TAC; e também na minha cidade, Pomerode.
Foi, sem dúvida, algo indescritível lembrar a saga não apenas do colonizador alemão, mas também do colonizador italiano, que não foi diferente do próprio colonizador português, açoriano, que não foi diferente de tantos outros colonizadores que vieram para o nosso estado e que fazem parte do mosaico cultural que é Santa Catarina. E ele conseguiu reproduzir isso com uma ópera cantada.
Senti nele a sensibilidade de um poeta, a sensibilidade de uma pessoa voltada à cultura, de um mestre, de um professor que, acima de tudo, tinha o sentimento humano dentro de si.
Quero fazer esse registro em nome, tenho certeza, de todos os 40 deputados estaduais, no sentido de que sua memória e sua história sejam perpetuadas, porque em qualquer igreja católica ou luterana onde os cantos, os hinos, façam parte da liturgia, há uma obra do maestro José Acácio Santana, pois ele se dedicou especialmente à música sacra, que hoje está aí para perpetuarmos.
Sr. presidente, fiz esse registro para que conste nos anais da Casa a nossa mensagem de tristeza pela perda do nosso grande maestro, compositor e professor José Acácio Santana.
Muito obrigado, sr. presidente!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)