Pronunciamento
Darci de Matos - 019ª SESSÃO SOLENE
Em 20/05/2007
O SR. DEPUTADO DARCI DE MATOS - Sr. presidente, se me permite eu gostaria que v.exa. me acompanhasse na entrega do título de Cidadão Catarinense ao prefeito Marco Tebaldi. Também convido a dona Dilamar e os três filhos do casal.
(Procede-se à entrega do título.)
(Palmas)
O SR. PRESIDENTE (Deputado Julio Garcia) - O Poder Legislativo catarinense presta homenagem ao mais novo cidadão do nosso estado, dr. Marco Antônio Tebaldi, pelo seu trabalho, dedicação e empenho no desenvolvimento do município de Joinville, destacando a sua visão de gestão pública para o engrandecimento do estado de Santa Catarina.
Convido para entregar a placa do Poder Legislativo em homenagem ao prefeito Marco Tebaldi, os srs. deputados Darci de Matos, Nilson Gonçalves, Jorginho Mello, Manoel Mota, Edson Piriquito e Marcos Vieira, líder do PSDB.
Vamos fazer uma entrega coletiva para fortalecer esta homenagem.
(Procede-se à entrega da placa.)
(Palmas)
Convidamos para receber flores, a primeira dama de Joinville, sra. Dilamar Terezinha Gallina Tebaldi.
(Procede-se à entrega de flores.)
(Palmas)
Convido, neste momento, para fazer uso da palavra, o mais novo cidadão catarinense, prefeito de Joinville, Marco Tebaldi.
O SR. MARCO ANTÔNIO TEBALDI (Prefeito Municipal de Joinville) - Uma coisa eu tenho certeza, este é um dos momentos de maior emoção da minha vida.
Quero saudar o excelentíssimo sr. deputado Julio Garcia, digníssimo presidente da Assembléia Legislativa do estado de Santa Catarina;
Excelentíssimo sr. Sérgio Alves, digníssimo secretário de estado da Fazenda, neste ato representando o nosso amigo e companheiro, governador Luiz Henrique da Silveira;
Saúdo também o meu amigo, o excelentíssimo sr. conselheiro José Carlos Pacheco, digníssimo presidente do Tribunal de Contas do estado de Santa Catarina;
Excelentíssimo dr. Dário Elias Berger, meu amigo e companheiro, digníssimo prefeito da Capital;
Excelentíssimo vereador Fábio Alexandre Dalonso, presidente da Câmara de Vereadores de Joinville;
Excelentíssimo deputado Darci de Matos, autor do requerimento que ensejou a presente sessão e este título que muito me honra;
Excelentíssimo deputado Marcos Vieira, líder da bancada do PSDB;
Excelentíssima Dilamar Terezinha Gallina Tebaldi, minha esposa, que muito me honra juntamente com a presença dos nossos filhos Amábile, Marco Antônio e Venuta Angela.
Hoje, na hora almoço, comentávamos que eu iria me tornar cidadão catarinense e Venuta disse para a Dir: "mãe, agora só falta a senhora. A senhora é a única gaúcha. Agora precisa arranjar uma certidão de cidadã catarinense."
Também quero saudar os deputados aqui presentes: deputado Nilson Gonçalves, nosso companheiro do PSDB de Joinville; deputados Edson Piriquito, Jorginho Mello, Manoel Mota, Elizeu Mattos, Moacir Sopelsa e Antônio Aguiar.
Precisaria citar aqui todos vocês, porque todos aqui presentes representam uma parte da minha vida. Por isso precisaria saudá-los, mas quero fazê-lo em nome do presidente estadual do PSDB, Dalírio Beber; em nome do nosso grande e sempre prefeito de Joinville, Nilson Wilson Bender, que nos acompanha em todos os momentos, para quem peço uma salva de palmas...
(Palmas)
Em nome do sr. Valdir Vernico, o Vadico, que é meu colega, meu companheiro de Erechim, de velhas épocas, estudamos juntos aqui em Florianópolis, ele ficou aqui e eu fui para Joinville, em nome deles quero saudar todos os prefeitos, os vice-prefeitos, os vereadores, especialmente os de Joinville, da nossa região, os de Araquari que suspenderam a sessão e está aqui o vice-prefeito Paulino e o Clenilson também.
Desejo saudar os empresários; as senhoras aqui presentes. Enfim, quero resumir todos como amigos.
Sr. presidente, vou tomar um pouco do tempo, a honra do título me permite. Quero dizer que uma foto que apareceu no telão tem muita importância para mim. É a foto da formatura da minha irmã. Eu sou o mais novo da família e há uma diferença de 12 anos de idade entre eu e ela. E naquela foto da sua formatura no Magistério estava presente toda a nossa família, meu pai, minha irmã e eu era aquele pequeno que só apareceu a cabeça. Os meus outros irmãos eram todos casados e já estavam distantes de nós. Aquele foi um momento que eu jamais esqueci na minha vida, porque quando foram entregar o diploma à minha irmã, o meu pai me disse que o próximo seria para mim. Eu deveria ter nove anos, e logo em seguida o meu pai veio a falecer, quando eu tinha 10 anos.
Então, ficaram a minha mãe; a minha irmã, que acabara de se formar e estava buscando o seu caminho, a sua trajetória; e eu, com dez anos. E logo a minha irmã programou o seu casamento e de fato casou-se. Aí ficamos a minha mãe e eu, com dez anos, para sustentar a família, manter o nosso pequeno patrimônio e poder construir uma trajetória pela frente.
Os rumos mudaram um pouco. O ingresso que eu iria fazer num colégio particular eu não pude fazer e acabei indo estudar num seminário, levado pelas mãos de um padre polonês amigo nosso - e lógico, também apoiado pela minha irmã. E eu comecei a minha carreira no seminário, depois fui para o colégio agrícola, fiz o 2º grau e formei-me em técnico agrícola.
Mais adiante, quando imaginei que pudesse trabalhar - eu já tinha até arrumado um emprego e foi por detalhes que eu não virei um cidadão VIP também -, quase fui lá perto da tua terra, Cascavel. Como eu tinha um irmão que morava lá, fui acertar o contrato e o salário. Ao voltar a Erechim para buscar a mudança, deixei uma parte da minha roupa lá. Daí a minha irmã disse: "Não! Você vai prestar o vestibular". Deixei a minha roupa lá e acabei vindo para Florianópolis arriscar o vestibular, já sugerido pelos meus amigos que estavam aqui: o Vadico e o Beto Dalacosta. E acabei, então, passando no vestibular e iniciando a minha carreira aqui em Florianópolis, em 1978.
Na faculdade, vocês sabem como é, foram muitos anos de estudo, pois engenharia não é fácil. E depois disso, vocês conhecem a minha trajetória. Lá em Joinville, iniciei no projeto de urbanização das áreas dos mangues, que era um grande problema, e o projeto deu certo.
Nunca tive a pretensão política, nunca imaginei que poderia ocupar um cargo público, mas as coisas foram acontecendo a base de muito trabalho, determinação e sempre com um ideal de poder construir bem.
Quero tomar a liberdade para ler um pequeno discurso que, junto com a minha equipe, preparei, mas ele não consegue refletir a minha emoção, o meu sentimento, o que estou trazendo dentro do meu coração nesta noite.
Mas saúdo os srs. deputados, especialmente a Mesa Diretora, na pessoa do nosso eminente presidente deputado Julio Garcia; saúdo todos os amigos presentes a esta solenidade, os meus familiares, a minha esposa, Dilamar, e os meus filhos: Amábile, Marco Antônio e Venuta.
(Passa a ler.)
"A vida tem-me proporcionado momentos sublimes em inúmeras ocasiões. Hoje é um desses dias de profunda emoção, de rara felicidade, um privilégio impensável. O título ora outorgado é, seguramente, a mais alta honraria a mim conferida.
Preciso dizer muitas coisas a todos os senhores. A primeira delas é que não vejam em mim apenas o cidadão Marco Antônio Tebaldi, o político Marco Tebaldi, o engenheiro, o pai de família, o gremista, o torcedor fanático do JEC e tantas outras coisas que a vida tem-me proporcionado. Mais do que nunca, sou agora, com muito orgulho, o catarinense Marco Tebaldi.
(Palmas)
No íntimo, esse sentimento me contamina há muitos anos e tomou proporções incontroláveis a cada dia, na medida em que Santa Catarina me oferecia oportunidades e desafios.
Hoje é um momento de profunda realização e emoção. No meu íntimo, é um momento de muitas reflexões. O pensamento voa para o passado e percorre cada rosto, cada varanda, cada reunião de família, cada amigo deixado para trás, a escola, as dificuldades, a vida correndo nas veias.
Dos pais, aprendi os principais valores: ética, honestidade e sempre falar a verdade. Nunca ficar preso a um pedaço de chão, mas buscar um mundo novo melhor, seguir os rumos da sua consciência.
Largar tudo e buscar novos horizontes não foi fácil, mas havia nas palavras da família e dos mestres a clareza de que os filhos existem para conquistar o mundo, para brilhar lá fora, para fazer um país melhor. E os amigos e familiares, não precisam estar próximos para estarem juntos. A amizade e o amor vencem o tempo e a distância.
Entre as muitas coisas que gostaria de falar estão as emoções que nos atingem e mexem com nossos corações, quando ampliamos nossas relações humanas, quando nos indignamos com a injustiça, quando nos unimos para construir um ideal, quando nos enraivecemos diante do desapontamento.
Na vida pública aprendemos que a política, o direito, o diálogo, a civilidade são algumas das alternativas que o mundo concebeu contra a força bélica.
O exercício da cidadania nos ensinou que a raiva, uma reação instintiva à injustiça ou à violência, é má conselheira. Essa lição nos mostra dois princípios fundamentais: o de não tomar decisão importante movidos pela raiva e nunca permitir que a raiva se transforme em ódio.
A vida pública também nos colocou muitas vezes à frente de decisões marcadas pelo medo. Essa emoção existe para nos proteger e para ser superada. É o medo que nos mantém vivos e estabelece os limites, mas não deve paralisar nosso ânimo. Aprendemos que não devemos ter medo de perder. Nenhuma vida é feita só de sucessos. Às vezes, pensamos que ganhamos e perdemos..., às vezes pensamos que perdemos e ganhamos.
Srs. deputados, amigos aqui presentes, acredito que a experiência que Santa Catarina me proporcionou nesses últimos 30 anos, desde quando aqui cheguei para fazer o curso de Engenharia, permite-me olhar para o mar aqui ao lado e proclamar que viver é subir a bordo de uma embarcação que passa por muitos portos, por mares calmos e revoltos. É preciso ter velas e âncoras. Velas para buscar o destino com determinação e coragem e âncoras para aguardar o melhor momento de se lançar ao mar. Enfim, a vida é feita de ousadias e prudências e não há uma resposta objetiva para saber quando ser ousado ou prudente. Se houvesse, a vida seria muito chata. Temos que fazer escolhas. Viver a plenitude da liberdade que temos em nosso país, mesmo que essa liberdade, em situações cada vez mais raras, seja usada para o mal, para o ataque furtivo, invejoso, inexplicável. Esse é o preço da democracia, que até vale a pena.
Srs. deputados aqui presentes, é muito forte a emoção que os senhores me proporcionaram concedendo-me o título de Cidadão Catarinense. Sou grato ao presidente, deputado Julio Garcia, e à Mesa Diretora; sou grato a todos os parlamentares, a esta Casa como um todo.
Faço um agradecimento especial ao amigo e companheiro, deputado Darci de Matos, proponente desta homenagem. Outros sentimentos nos marcam fortemente como o da alegria e da felicidade. Esse privilégio que a Assembléia me proporciona é a oportunidade de dizer que o grande tributo da criação é o de sermos felizes e ajudarmos os outros igualmente a ser. Para isso também não há fórmula ou receita. Cada um é feliz a seu modo. Mas a vida, mais uma vez, ensina-nos que há dois caminhos que costumam dar certo: ser bom e ter ideal.
Outro ensinamento é o de que ninguém é melhor do que ninguém. Podem ser pessoas diferentes, mas não superiores. Lidamos diariamente com gente pobre e gente rica, necessitada e abastada, carente e afortunada, mesmo assim dignas de igual respeito e atenção.
'Um homem só tem o direito de olhar o outro de cima para baixo se for para ajudá-lo', disse o escritor colombiano Gabriel Garcia Marques. A lição que trazemos de casa desde muito jovem é a nobreza da admiração e a repulsa à inveja. A inveja é querer que o outro não tenha. Admiração é também querer ter, se espelhar no que o outro tem de bom. Ter o próximo como exemplo.
Muitos foram os companheiros de colégio, faculdade, serviço público e da política que nos influenciaram com o sentimento de admiração. Se me permitem, quero citar o ex-prefeito de Joinville, Wittich Freitag, com quem muito aprendi e, infelizmente, não está mais entre nós. Luiz Henrique da Silveira, nosso atual governador, muito nos inspirou como administrador político e, acima de tudo, como idealizador. Há ainda muitos outros que estão hoje aqui nesta cerimônia. São centenas de pessoas admiráveis com quem temos trilhado esse caminho que nos trouxe até aqui.
Por fim, preciso destacar a importância de se ter um ideal, que significa estar comprometido com o bem comum, com o ser humano que está ao nosso lado. O processo da civilização humana, da formação dos povos, das democracias, das organizações sociais é um projeto de assegurar o respeito à diversidade e promover a igualdade.
Caros amigos, digo, mais uma vez, que esse título é certamente a mais importante distinção que recebo em toda minha vida. Isso me provoca um profundo sentimento de orgulho próprio, de minha origem, de meus familiares, de meus amigos da política, do futebol, do futebol e do chimarrão. Nem sei se mereço tanto.
Por isso, e apenas por isso, quero proclamar a todos vocês que estão a meu lado, que esse título de Cidadão Catarinense não é meu individualmente. Pertence a mim e a cada um de vocês que gostam de mim e me transformaram num homem muito feliz.
Viva Santa Catarina."
Muito obrigado!
(Palmas)
(SEM REVISÃO DO ORADOR)
(Procede-se à entrega do título.)
(Palmas)
O SR. PRESIDENTE (Deputado Julio Garcia) - O Poder Legislativo catarinense presta homenagem ao mais novo cidadão do nosso estado, dr. Marco Antônio Tebaldi, pelo seu trabalho, dedicação e empenho no desenvolvimento do município de Joinville, destacando a sua visão de gestão pública para o engrandecimento do estado de Santa Catarina.
Convido para entregar a placa do Poder Legislativo em homenagem ao prefeito Marco Tebaldi, os srs. deputados Darci de Matos, Nilson Gonçalves, Jorginho Mello, Manoel Mota, Edson Piriquito e Marcos Vieira, líder do PSDB.
Vamos fazer uma entrega coletiva para fortalecer esta homenagem.
(Procede-se à entrega da placa.)
(Palmas)
Convidamos para receber flores, a primeira dama de Joinville, sra. Dilamar Terezinha Gallina Tebaldi.
(Procede-se à entrega de flores.)
(Palmas)
Convido, neste momento, para fazer uso da palavra, o mais novo cidadão catarinense, prefeito de Joinville, Marco Tebaldi.
O SR. MARCO ANTÔNIO TEBALDI (Prefeito Municipal de Joinville) - Uma coisa eu tenho certeza, este é um dos momentos de maior emoção da minha vida.
Quero saudar o excelentíssimo sr. deputado Julio Garcia, digníssimo presidente da Assembléia Legislativa do estado de Santa Catarina;
Excelentíssimo sr. Sérgio Alves, digníssimo secretário de estado da Fazenda, neste ato representando o nosso amigo e companheiro, governador Luiz Henrique da Silveira;
Saúdo também o meu amigo, o excelentíssimo sr. conselheiro José Carlos Pacheco, digníssimo presidente do Tribunal de Contas do estado de Santa Catarina;
Excelentíssimo dr. Dário Elias Berger, meu amigo e companheiro, digníssimo prefeito da Capital;
Excelentíssimo vereador Fábio Alexandre Dalonso, presidente da Câmara de Vereadores de Joinville;
Excelentíssimo deputado Darci de Matos, autor do requerimento que ensejou a presente sessão e este título que muito me honra;
Excelentíssimo deputado Marcos Vieira, líder da bancada do PSDB;
Excelentíssima Dilamar Terezinha Gallina Tebaldi, minha esposa, que muito me honra juntamente com a presença dos nossos filhos Amábile, Marco Antônio e Venuta Angela.
Hoje, na hora almoço, comentávamos que eu iria me tornar cidadão catarinense e Venuta disse para a Dir: "mãe, agora só falta a senhora. A senhora é a única gaúcha. Agora precisa arranjar uma certidão de cidadã catarinense."
Também quero saudar os deputados aqui presentes: deputado Nilson Gonçalves, nosso companheiro do PSDB de Joinville; deputados Edson Piriquito, Jorginho Mello, Manoel Mota, Elizeu Mattos, Moacir Sopelsa e Antônio Aguiar.
Precisaria citar aqui todos vocês, porque todos aqui presentes representam uma parte da minha vida. Por isso precisaria saudá-los, mas quero fazê-lo em nome do presidente estadual do PSDB, Dalírio Beber; em nome do nosso grande e sempre prefeito de Joinville, Nilson Wilson Bender, que nos acompanha em todos os momentos, para quem peço uma salva de palmas...
(Palmas)
Em nome do sr. Valdir Vernico, o Vadico, que é meu colega, meu companheiro de Erechim, de velhas épocas, estudamos juntos aqui em Florianópolis, ele ficou aqui e eu fui para Joinville, em nome deles quero saudar todos os prefeitos, os vice-prefeitos, os vereadores, especialmente os de Joinville, da nossa região, os de Araquari que suspenderam a sessão e está aqui o vice-prefeito Paulino e o Clenilson também.
Desejo saudar os empresários; as senhoras aqui presentes. Enfim, quero resumir todos como amigos.
Sr. presidente, vou tomar um pouco do tempo, a honra do título me permite. Quero dizer que uma foto que apareceu no telão tem muita importância para mim. É a foto da formatura da minha irmã. Eu sou o mais novo da família e há uma diferença de 12 anos de idade entre eu e ela. E naquela foto da sua formatura no Magistério estava presente toda a nossa família, meu pai, minha irmã e eu era aquele pequeno que só apareceu a cabeça. Os meus outros irmãos eram todos casados e já estavam distantes de nós. Aquele foi um momento que eu jamais esqueci na minha vida, porque quando foram entregar o diploma à minha irmã, o meu pai me disse que o próximo seria para mim. Eu deveria ter nove anos, e logo em seguida o meu pai veio a falecer, quando eu tinha 10 anos.
Então, ficaram a minha mãe; a minha irmã, que acabara de se formar e estava buscando o seu caminho, a sua trajetória; e eu, com dez anos. E logo a minha irmã programou o seu casamento e de fato casou-se. Aí ficamos a minha mãe e eu, com dez anos, para sustentar a família, manter o nosso pequeno patrimônio e poder construir uma trajetória pela frente.
Os rumos mudaram um pouco. O ingresso que eu iria fazer num colégio particular eu não pude fazer e acabei indo estudar num seminário, levado pelas mãos de um padre polonês amigo nosso - e lógico, também apoiado pela minha irmã. E eu comecei a minha carreira no seminário, depois fui para o colégio agrícola, fiz o 2º grau e formei-me em técnico agrícola.
Mais adiante, quando imaginei que pudesse trabalhar - eu já tinha até arrumado um emprego e foi por detalhes que eu não virei um cidadão VIP também -, quase fui lá perto da tua terra, Cascavel. Como eu tinha um irmão que morava lá, fui acertar o contrato e o salário. Ao voltar a Erechim para buscar a mudança, deixei uma parte da minha roupa lá. Daí a minha irmã disse: "Não! Você vai prestar o vestibular". Deixei a minha roupa lá e acabei vindo para Florianópolis arriscar o vestibular, já sugerido pelos meus amigos que estavam aqui: o Vadico e o Beto Dalacosta. E acabei, então, passando no vestibular e iniciando a minha carreira aqui em Florianópolis, em 1978.
Na faculdade, vocês sabem como é, foram muitos anos de estudo, pois engenharia não é fácil. E depois disso, vocês conhecem a minha trajetória. Lá em Joinville, iniciei no projeto de urbanização das áreas dos mangues, que era um grande problema, e o projeto deu certo.
Nunca tive a pretensão política, nunca imaginei que poderia ocupar um cargo público, mas as coisas foram acontecendo a base de muito trabalho, determinação e sempre com um ideal de poder construir bem.
Quero tomar a liberdade para ler um pequeno discurso que, junto com a minha equipe, preparei, mas ele não consegue refletir a minha emoção, o meu sentimento, o que estou trazendo dentro do meu coração nesta noite.
Mas saúdo os srs. deputados, especialmente a Mesa Diretora, na pessoa do nosso eminente presidente deputado Julio Garcia; saúdo todos os amigos presentes a esta solenidade, os meus familiares, a minha esposa, Dilamar, e os meus filhos: Amábile, Marco Antônio e Venuta.
(Passa a ler.)
"A vida tem-me proporcionado momentos sublimes em inúmeras ocasiões. Hoje é um desses dias de profunda emoção, de rara felicidade, um privilégio impensável. O título ora outorgado é, seguramente, a mais alta honraria a mim conferida.
Preciso dizer muitas coisas a todos os senhores. A primeira delas é que não vejam em mim apenas o cidadão Marco Antônio Tebaldi, o político Marco Tebaldi, o engenheiro, o pai de família, o gremista, o torcedor fanático do JEC e tantas outras coisas que a vida tem-me proporcionado. Mais do que nunca, sou agora, com muito orgulho, o catarinense Marco Tebaldi.
(Palmas)
No íntimo, esse sentimento me contamina há muitos anos e tomou proporções incontroláveis a cada dia, na medida em que Santa Catarina me oferecia oportunidades e desafios.
Hoje é um momento de profunda realização e emoção. No meu íntimo, é um momento de muitas reflexões. O pensamento voa para o passado e percorre cada rosto, cada varanda, cada reunião de família, cada amigo deixado para trás, a escola, as dificuldades, a vida correndo nas veias.
Dos pais, aprendi os principais valores: ética, honestidade e sempre falar a verdade. Nunca ficar preso a um pedaço de chão, mas buscar um mundo novo melhor, seguir os rumos da sua consciência.
Largar tudo e buscar novos horizontes não foi fácil, mas havia nas palavras da família e dos mestres a clareza de que os filhos existem para conquistar o mundo, para brilhar lá fora, para fazer um país melhor. E os amigos e familiares, não precisam estar próximos para estarem juntos. A amizade e o amor vencem o tempo e a distância.
Entre as muitas coisas que gostaria de falar estão as emoções que nos atingem e mexem com nossos corações, quando ampliamos nossas relações humanas, quando nos indignamos com a injustiça, quando nos unimos para construir um ideal, quando nos enraivecemos diante do desapontamento.
Na vida pública aprendemos que a política, o direito, o diálogo, a civilidade são algumas das alternativas que o mundo concebeu contra a força bélica.
O exercício da cidadania nos ensinou que a raiva, uma reação instintiva à injustiça ou à violência, é má conselheira. Essa lição nos mostra dois princípios fundamentais: o de não tomar decisão importante movidos pela raiva e nunca permitir que a raiva se transforme em ódio.
A vida pública também nos colocou muitas vezes à frente de decisões marcadas pelo medo. Essa emoção existe para nos proteger e para ser superada. É o medo que nos mantém vivos e estabelece os limites, mas não deve paralisar nosso ânimo. Aprendemos que não devemos ter medo de perder. Nenhuma vida é feita só de sucessos. Às vezes, pensamos que ganhamos e perdemos..., às vezes pensamos que perdemos e ganhamos.
Srs. deputados, amigos aqui presentes, acredito que a experiência que Santa Catarina me proporcionou nesses últimos 30 anos, desde quando aqui cheguei para fazer o curso de Engenharia, permite-me olhar para o mar aqui ao lado e proclamar que viver é subir a bordo de uma embarcação que passa por muitos portos, por mares calmos e revoltos. É preciso ter velas e âncoras. Velas para buscar o destino com determinação e coragem e âncoras para aguardar o melhor momento de se lançar ao mar. Enfim, a vida é feita de ousadias e prudências e não há uma resposta objetiva para saber quando ser ousado ou prudente. Se houvesse, a vida seria muito chata. Temos que fazer escolhas. Viver a plenitude da liberdade que temos em nosso país, mesmo que essa liberdade, em situações cada vez mais raras, seja usada para o mal, para o ataque furtivo, invejoso, inexplicável. Esse é o preço da democracia, que até vale a pena.
Srs. deputados aqui presentes, é muito forte a emoção que os senhores me proporcionaram concedendo-me o título de Cidadão Catarinense. Sou grato ao presidente, deputado Julio Garcia, e à Mesa Diretora; sou grato a todos os parlamentares, a esta Casa como um todo.
Faço um agradecimento especial ao amigo e companheiro, deputado Darci de Matos, proponente desta homenagem. Outros sentimentos nos marcam fortemente como o da alegria e da felicidade. Esse privilégio que a Assembléia me proporciona é a oportunidade de dizer que o grande tributo da criação é o de sermos felizes e ajudarmos os outros igualmente a ser. Para isso também não há fórmula ou receita. Cada um é feliz a seu modo. Mas a vida, mais uma vez, ensina-nos que há dois caminhos que costumam dar certo: ser bom e ter ideal.
Outro ensinamento é o de que ninguém é melhor do que ninguém. Podem ser pessoas diferentes, mas não superiores. Lidamos diariamente com gente pobre e gente rica, necessitada e abastada, carente e afortunada, mesmo assim dignas de igual respeito e atenção.
'Um homem só tem o direito de olhar o outro de cima para baixo se for para ajudá-lo', disse o escritor colombiano Gabriel Garcia Marques. A lição que trazemos de casa desde muito jovem é a nobreza da admiração e a repulsa à inveja. A inveja é querer que o outro não tenha. Admiração é também querer ter, se espelhar no que o outro tem de bom. Ter o próximo como exemplo.
Muitos foram os companheiros de colégio, faculdade, serviço público e da política que nos influenciaram com o sentimento de admiração. Se me permitem, quero citar o ex-prefeito de Joinville, Wittich Freitag, com quem muito aprendi e, infelizmente, não está mais entre nós. Luiz Henrique da Silveira, nosso atual governador, muito nos inspirou como administrador político e, acima de tudo, como idealizador. Há ainda muitos outros que estão hoje aqui nesta cerimônia. São centenas de pessoas admiráveis com quem temos trilhado esse caminho que nos trouxe até aqui.
Por fim, preciso destacar a importância de se ter um ideal, que significa estar comprometido com o bem comum, com o ser humano que está ao nosso lado. O processo da civilização humana, da formação dos povos, das democracias, das organizações sociais é um projeto de assegurar o respeito à diversidade e promover a igualdade.
Caros amigos, digo, mais uma vez, que esse título é certamente a mais importante distinção que recebo em toda minha vida. Isso me provoca um profundo sentimento de orgulho próprio, de minha origem, de meus familiares, de meus amigos da política, do futebol, do futebol e do chimarrão. Nem sei se mereço tanto.
Por isso, e apenas por isso, quero proclamar a todos vocês que estão a meu lado, que esse título de Cidadão Catarinense não é meu individualmente. Pertence a mim e a cada um de vocês que gostam de mim e me transformaram num homem muito feliz.
Viva Santa Catarina."
Muito obrigado!
(Palmas)
(SEM REVISÃO DO ORADOR)