Pronunciamento

Antônio Aguiar - 033ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 02/05/2007
O SR. DEPUTADO ANTÔNIO AGUIAR - Sr. presidente e nobres deputados, eu gostaria de registrar a presença do sr. David, presidente da igreja do município de Santa Terezinha. Desejamos as boas-vindas à nossa Casa e que se sinta à vontade!
Gostaríamos de nos reportar, hoje, à história de Canoinhas, uma vez que amanhã, 3 de maio, será o Dia de Santa Cruz de Canoinhas, um calendário religioso quando realmente se comemora a história da nossa terra.
Quero agradecer ao professor Fernando Tokarski, que é o historiador de Canoinhas. E tenho a honra de fazer minhas as palavras dele, neste momento histórico do nosso município.
(Passa a ler.)
"O início da efetiva ocupação do antigo território de Canoinhas, na região do Contestado, remonta à construção do Caminho das Tropas no primeiro quartel do século XIII e às explorações de bandeirantes curitibanos produzidas pelas navegações feitas pelos rios Iguaçu, Negro, Timbó, Canoinhas e Paciência, a partir de 1768. Paulatinamente, o seu espaço geográfico foi sendo ocupado principalmente por posseiros originários do Paraná, lembrando que nesse período a região de Canoinhas compreendia o chamado Sertão de Curitiba. Por isso é plenamente certo e lícito afirmar que a efetiva ocupação e colonização do território de Canoinhas é fruto da expansão colonial paranaense.
O nome Canoinhas tem origem toponímica e refere-se ao rio homônimo que das escarpas da serra do Espigão cruza vasta porção territorial, até desaguar no Negro. O vocábulo Canoinhas diferencia esse rio do Canoas, mais caudaloso, situado ao sul, na região dos Campos Gerais, nas proximidades de Lages. Ambos eram atravessados por tropeiros e antigos mapas indicam o Canoinhas como Canoges Mirim, que na linguagem hispano-indígena literalmente significa Canoas Pequeno, isto é, Canoinhas.
A erva-mate e a colonização

Nas últimas décadas do século XIX, a crescente importância econômica da erva-mate ampliou a ocupação e colonização do vasto território de Canoinhas, ainda dominado pela presença dos índios xokleng. As cidades e vilas paranaenses da Lapa, Rio Negro, Palmeira e União da Vitória foram as primeiras aglomerações urbanas a fomentar com maior intensidade a presença humana na região de Canoinhas. Posteriormente e com mais vagar, os núcleos catarinenses de Curitibanos, Joinville e São Bento do Sul também contribuíram na formação populacional canoinhense. Contudo, é correto que a partir de 1850 o sertão de Canoinhas encontrava-se povoado por ervateiros e pequenos criadores e lavradores de subsistência.

A fundação da vila e os imigrantes

De acordo com a tradição, o povoado de Santa Cruz de Canoinhas foi fundado em 3 de maio de 1888 pelo lavrador paranaense Francisco de Paula Pereira, egresso de São Bento do sul. A contar de 1890, quando sucessivas levas de imigrantes eslavos chegaram ao Paraná, logo atingiram o território de Canoinhas, promovendo a diversidade étnica e drástica mudança cultural. Mas foi em 3 de maio de 1895, na presença do monge João Maria de Jesus, o santo do Contestado; do fundador Chico Pereira; de Antônio Pereira de Camargo; de Joaquim Branco e de outros precursores da colonização da vila de Canoinhas que no lugar então conhecido por Boa Vista ergueu-se uma cruz dando origem à primeira capela do povoado. Dessa humilde capela é que, a partir de 1913, originou-se a primeira igreja matriz de Canoinhas, sob os cuidados do frei Menandro Kamps, de origem germânica, e que na paróquia permaneceu até 1923. Por isso o dia 3 de maio, que no calendário católico é dedicado à Santa Cruz, é feriado em Canoinhas, numa homenagem àquela data de suma importância no contexto histórico-social do município."
O ciclo madeireiro
Igualmente nesse período foi que o primeiro ciclo da extração da madeira ganhou extrema importância. A presença da Southem Brazil Lumber & Colonization Company, na vila de Três Barras, e a construção do ramal ferroviário União da Vitória/São Francisco do Sul, acelerou as atividades extrativistas locais.

A criação do município
Pouco antes da eclosão da Guerra do Contestado e fazendo frente aos interesses paranaenses na região, em 12 de setembro de 1911 o governo de Santa Catarina criou o município de Santa Cruz de Canoinhas, sediado numa diminuta vila com menos de 60 casas e desprovido de infra-estrutura urbana. Antes, ainda em 1902, um povoado ainda mais irrisório fora promovido à categoria de distrito, integrando o município de Curitibanos.

A Guerra do Contestado
Na Guerra do Contestado, Canoinhas foi um dos principais cenários, embora alguns historiadores e outros menos informados insistam em ignorar a importância que o município teve no conflito que em sua vastidão territorial explodiu notadamente no decorrer de 1914."
Como o nosso tempo é curto, eu gostaria de saudar, especialmente, hoje: o nosso município de Canoinhas, Santa Cruz de Canoinhas; o prefeito Leoberto Weinert; em nome do presidente da Câmara Municipal de Canoinhas, Tarciso Ribeiro De Lima, saudar todos os vereadores; em nome de Rafael Miranda, saudar a Associação Comercial de Canoinhas; o Rotary Club; o Lions Club; os sindicatos, os clubes de serviços, as associações de moradores, enfim, toda a comunidade de Canoinhas.
Esta saudação nossa é uma homenagem a Canoinhas. E com o desenvolvimento do planalto norte, hoje temos vários municípios desmembrados, como o mais recente, Bela Vista do Toldo, que comemorou o seu aniversário na semana anterior.
A nossa Santa Cruz de Canoinhas recebeu do nosso governo do estado vários incentivos. Por exemplo, o aparelho de ressonância magnética, que será inaugurado no mês vindouro, e, principalmente, o asfalto que liga a universidade à cidade de Canoinhas, mais precisamente ao distrito de Marcílio Dias. Ainda salientamos o asfalto de Bela Vista do Toldo, reivindicado e prometido por governos anteriores e não cumprido. Temos ainda o desvio da Mille, que se está realizando no município de Três Barras.
São vários os grandes investimentos no planalto norte. Nós temos que realmente dizer que nos municípios de Canoinhas, Três Barras e Papanduva os indianos estão fazendo a sua prospecção territorial, no sentido de que a jazida de xisto betuminoso, que é o grande patrimônio do planalto norte, seja avaliada com carinho para, aí sim, partirmos para desenvolver a refinaria, que será uma obra, sem dúvida nenhuma, que vai trazer a redenção ao planalto norte. Vai-se falar em duas etapas distintas: uma antes da refinaria e outra depois da refinaria.
Esta é a nossa homenagem ao planalto norte, desde Porto União até Campo Alegre. E fazemos questão de citar os municípios de: Rio Negrinho, São Bento do Sul, Mafra, Monte Castelo, Papanduva, Santa Terezinha, Itaiópolis, Canoinhas, Bela Vista do Toldo, Major Vieira, Três Barras, Irineópolis e Porto União.
Era isto o que tínhamos a dizer, sr. presidente!
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)