Pronunciamento

LUNELLI - 014ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 07/03/2024
DEPUTADO LUNELLI (Orador) - (Passa a ler.) "Cumprimento os meus colegas deputados, deputadas, e a todos que nos acompanham pelos canais da Alesc.
Hoje, trago dados importantes sobre a nossa economia para que possamos refletir. Como pessoas públicas, eleitas para representar a sociedade, temos o dever de agir porque em um futuro próximo seremos responsabilizados pela nossa ação ou omissão. E temos visto verdadeiros absurdos na condução do Brasil, muitas vezes maquiados por números que não se sustentam a um olhar mais criterioso.
O Índice Liberdade Econômica da Fundação Heritage, principal indicador do planeta, mostra que 123 países, inclusive Bangladesh, Costa do Marfim e Camboja, têm uma economia mais livre que a brasileira. O baixo desempenho do país neste quesito não é surpresa. O Brasil patina no assunto há muito tempo. E, grande parte disso é causado pela corrupção, pelos direitos de propriedade desrespeitados, sistema judicial vulnerável à influência política e, pelo tamanho excessivo do setor público. Em termos de liberdade econômica, ficamos abaixo da média global, também da média regional. Entre as 32 nações da América Latina, o Brasil aparece em 26º lugar. O Chile, com 71 pontos, é o melhor país latino-americano e ultrapassou os Estados Unidos, que têm 70 pontos.
E, aqui, outro dado importante: o Brasil tem tido dificuldades em subir no ranking, e a última melhora notável no nosso desempenho foi em 2022, graças à algumas medidas do primeiro ano do Governo Bolsonaro, como a aprovação da Lei de Liberdade Econômica. De lá para cá, o Brasil é visto cada vez com mais desconfiança. E essa situação não deve mudar e pode até piorar com um governo paternalista, onde o 'gasto é vida'. Essa postura só prejudica o desenvolvimento do setor privado, travando novos negócios e investimentos, causando uma enorme insegurança jurídica e também política no país. Para vocês terem uma ideia, colegas deputados, o ponto mais crítico do Brasil no índice é justamente o "Tamanho" de Governo. Estamos no vermelho nos indicadores de gasto governamental e saúde fiscal. Tivemos o pior desempenho neste quesito em 30 anos. Essa piora acontece em um momento de desequilíbrio nas contas públicas. É uma catástrofe anunciada. Precisamos de mudanças profundas e que tenham impacto no longo prazo. Mas para isso, precisaremos nos unir e fazer com que a liberdade econômica seja uma pauta coletiva.
Ainda falando sobre economia, encerramos o ano de 2023 estagnados, mas os bons resultados dos primeiros trimestres contribuíram para um crescimento do Produto Interno Bruto de 2,9%, no ano passado. Mas não devemos nos enganar por esse número. Quem puxou o resultado positivo foi o agronegócio, tão criticado e desvalorizado pela gestão de Lula. A supersafra e os bons preços no mercado internacional garantiram um crescimento de 15,1% para o setor - um recorde desde o início da série histórica, em 1996. Esse agro mais forte foi responsável por cerca de um terço do crescimento do PIB de 2023 e ajudou também outros setores. Beneficiou a parte de serviços de transporte e armazenamento, por exemplo. Parabéns para todos os agricultores e empresários do setor no país. São eles que colocam comida na mesa dos brasileiros e alavancam a nossa economia, mesmo com as intempéries do tempo. O mérito é todo deles, e não do governo. Aliás, a expectativa dos economistas é que a economia brasileira desacelere novamente neste ano. A queda física da produção de grãos em consequência das adversidades climáticas deve limitar o agro. Além disso, o ponto mais negativo da economia em 2023, que foi o tombo da participação da poupança e do investimento, continuará sendo uma pedra no sapato da nossa economia.
No ano passado, tivemos o índice de poupança mais baixo desde 2020, e o do investimento foi o mais baixo desde 2019. E, é justamente o investimento que propicia um desenvolvimento de produtividade da economia, e que permite que ela cresça sem que haja uma pressão na inflação. Sabemos que quem semeia pouco, colhe pouco. Por isso, esse padrão de investimento no Brasil e todas as questões que isso envolve - como a falta de formação de empregos melhores e o alto endividamento das famílias brasileiras- seguirá travando o avanço do nosso PIB. Para mudar o futuro do nosso país e acabar com esses problemas crônicos da economia, precisamos de medidas eficazes, que tornem mais fácil e menos burocrático investir no Brasil. Precisamos de estabilidade e segurança, para que as empresas cresçam e invistam. Precisamos de uma economia forte, que gere emprego e renda e traga mais oportunidades para as pessoas. Mas, cometendo os mesmos erros e agindo com a mesma mentalidade, jamais conseguiremos. O caminho é modernizar, desburocratizar, diminuir o tamanho da máquina pública, entregar eficiência. Precisamos deixar mais dinheiro na mão do trabalhador, criar um ambiente favorável para os negócios e diversificar a economia.
Vamos nos inspirar nos bons exemplos e escrever uma nova história para nosso país! Vamos agir, nem que seja falando, cobrando, apoiando nossos colegas deputados federais, para impedir que essa mentalidade equivocada e ultrapassada da esquerda faça do Brasil um país do passado sem nunca ele ter sido do presente. Muito obrigado a todos!" [Taquígrafa: Rubia]