Pronunciamento
Ana Paula Lima - 009ª SESSÃO ORDINÁRIA
Em 08/03/2005
A SRA. DEPUTADA ANA PAULA LIMA - Sr. Presidente Deputado Julio Garcia, Sra. Senadora Ideli Salvatti, que foi Deputada Estadual nesta Casa, travando sérias batalhas, Deputada Luci Choinaki, também representando a mulher catarinense aqui na Assembléia Legislativa, Sr. Presidente da Câmara de Vereadores de Florianópolis, Vereador Marcílio Ávila, Sra. Zuleika Lenzi, incansável batalhadora pelos direitos da mulher, Deputadas Odete de Jesus e Simone Schramm.
Sr. Presidente, estou muito emocionada. Sejam bem-vindas as mulheres da região Norte do Estado de Santa Catarina, da minha querida cidade de Blumenau, as mulheres do Vale do Itajaí, do Alto Vale, do Sul e do Oeste de Santa Catarina. Saúdo todas as catarinenses. Esta Casa é do povo, esta Casa é nossa, esta Casa é de vocês.
Os discursos das minhas companheiras (Deputada Odete de Jesus e Deputada Simone Schramm) retrataram um aspecto da nossa luta, mas não poderia deixar de abordar a questão da violência contra as mulheres para completar esta reflexão que estamos promovendo hoje na celebração deste 8 de março.
(Passa a ler)
"Sabemos todas que a violência é um câncer na sociedade mundial que assombra a todas nós. O Brasil tem altos índices de agressões conjugais e nenhuma lei específica sobre o problema.
Senadora Ideli Salvatti, de acordo com a ONU, 25% das brasileiras são vítimas constantes de violência no lar. Em apenas 2% dos casos o agressor é punido; em 70% dos casos, esse agressor é o marido ou o companheiro. Por ano, estima-se que uma legião de dois milhões de mulheres sejam vítimas desse tipo de agressão. Lamentável ainda convivermos com número de tal grandeza.
Inclusive esta Deputada aprovou nesta Casa a Lei nº 12.947/2004, de notificação compulsória dos casos de violência contra as mulheres. Mas, lamentavelmente, a violência contra as mulheres não se restringe apenas ao tipo físico e sexual. Sofremos também a violência emocional das agressões com palavras e atitudes e a violência social, que está denunciada na diferença de salários, na inferiorização da mulher quando ela busca a ocupação de espaços e é colocada em segundo plano. E aproveito para mencionar o caso da Deputada Odete de Jesus na luta pela Presidência de uma Comissão nesta Casa e assim solidarizar-me com S.Exa."
A mulher merece e tem que buscar seus espaços, sim! Por ser mulher e por ter capacidade igual à do homem, ela não pode aceitar a desigualdade salarial entre homens e mulheres por trabalho igual. Por trabalho igual recebemos, aqui, no Estado de Santa Catarina, 40% a menos. Infelizmente, o nosso Estado é um dos Estados com maior desigualdade. E essa realidade se caracteriza como uma violência às mulheres catarinenses.
Então, é preciso que juntas, nós todas, conscientizemo-nos que a violência não quebra e nunca quebrará a fibra de uma mulher. Sempre estaremos de cabeça erguida; poderemos cair, mas cairemos em pé. Mais que isso, estamos aprendendo a nos defender cada vez mais e melhor.
Àqueles que nos ironizam, Deputada Simone Schramm, Deputada Odete de Jesus, Senadora Ideli Salvatti e Deputada Luci Schoinaki, que ironizam a nossa mobilização e a organização das mulheres, seja onde for, na Assembléia Legislativa, nas Câmaras de Vereadores, no Senado Federal, na Câmara dos Deputados, nas Prefeituras, nos Governos de Estado, damos não apenas o desprezo, mas provamos em nossos avanços que estamos no caminho certo.
(Palmas)
Em alguns aspectos podemos ser poucas, mas representamos a voz de muitas de vocês. Representamos, como diz o poeta, as trabalhadoras e as desempregadas, as queridas e as paparicadas, as fiéis e as amantes, as esposas e as namoradas, as acolhidas e as desamparadas, as educadas e as esnobes, as sérias e as espalhafatosas, as mulheres amigas, as companheiras, as colegas de trabalho e as parceiras, as honestas e as interesseiras, as inteligentes e as analfabetas, as ousadas e as discretas, as jovens e as adultas, as mães e as filhas, as mulheres fortes e as fracas, as violentadas e as humilhadas, as assassinadas e as recém-nascidas, as mulheres da cidade e as do campo, as lavadeiras e as doutoras, as feias e as sedutoras, as agricultoras e as vereadoras, as deputadas e as senadoras, as executivas e as operárias, as mulheres negras e as brancas, as mulatas e as amarelas, as entendidas e as saradas, todas, simplesmente mulheres.
Nessa pequena homenagem envio o meu abraço carinhoso a todas. Inclusive, quero aproveitar para anunciar que em nome da Bancada feminina estamos apresentando nesta data um projeto para a constituição de um Núcleo Permanente de Estudos e Pesquisas da Mulher em Santa Catarina, na Assembléia Legislativa. Esse núcleo terá como missão pesquisar o perfil da mulher com mandato eletivo em Santa Catarina e, ao mesmo tempo, subsidiar as Vereadoras catarinenses na Instituição de Políticas Públicas para as mulheres no nosso Estado.
(Palmas)
Agora, Sr. Presidente, faremos uma homenagem às convidadas da Bancada - a Deputada Odete de Jesus, a Deputada Simone Schramm e esta Deputada -, a todas as mulheres presentes nesta Casa, às servidoras desta Casa, às que estão nas galerias, às jornalistas, às representantes de entidades, às Vereadoras, convidando-as para uma foto aqui, no centro do Plenário, deste Plenário que também é feminino.
Portanto, convido vocês, mulheres, para se unirem à Deputada Odete de Jesus, à Deputada Simone Schramm, à Senadora Ideli Salvatti, à Sra. Zuleika Mussi Lenzi e à Sra. Ivane Fretta Moreira, após essa concentração tão significativa no Plenário, em um protesto que vai ocorrer na Praça dos Três Poderes, pela busca da igualdade. Dali, faremos uma marcha até a Praça da Alfândega, onde outras mulheres irão nos encontrar, para falarmos sobre as nossas organizações e também para comemorarmos esse dia tão significativo que é o Dia Internacional da Mulher.
O meu abraço fraterno a todos os homens civilizados e a todas as mulheres do Estado de Santa Catarina.
Muito obrigada, Sr. Presidente!
(SEM REVISÃO DA ORADORA)
Sr. Presidente, estou muito emocionada. Sejam bem-vindas as mulheres da região Norte do Estado de Santa Catarina, da minha querida cidade de Blumenau, as mulheres do Vale do Itajaí, do Alto Vale, do Sul e do Oeste de Santa Catarina. Saúdo todas as catarinenses. Esta Casa é do povo, esta Casa é nossa, esta Casa é de vocês.
Os discursos das minhas companheiras (Deputada Odete de Jesus e Deputada Simone Schramm) retrataram um aspecto da nossa luta, mas não poderia deixar de abordar a questão da violência contra as mulheres para completar esta reflexão que estamos promovendo hoje na celebração deste 8 de março.
(Passa a ler)
"Sabemos todas que a violência é um câncer na sociedade mundial que assombra a todas nós. O Brasil tem altos índices de agressões conjugais e nenhuma lei específica sobre o problema.
Senadora Ideli Salvatti, de acordo com a ONU, 25% das brasileiras são vítimas constantes de violência no lar. Em apenas 2% dos casos o agressor é punido; em 70% dos casos, esse agressor é o marido ou o companheiro. Por ano, estima-se que uma legião de dois milhões de mulheres sejam vítimas desse tipo de agressão. Lamentável ainda convivermos com número de tal grandeza.
Inclusive esta Deputada aprovou nesta Casa a Lei nº 12.947/2004, de notificação compulsória dos casos de violência contra as mulheres. Mas, lamentavelmente, a violência contra as mulheres não se restringe apenas ao tipo físico e sexual. Sofremos também a violência emocional das agressões com palavras e atitudes e a violência social, que está denunciada na diferença de salários, na inferiorização da mulher quando ela busca a ocupação de espaços e é colocada em segundo plano. E aproveito para mencionar o caso da Deputada Odete de Jesus na luta pela Presidência de uma Comissão nesta Casa e assim solidarizar-me com S.Exa."
A mulher merece e tem que buscar seus espaços, sim! Por ser mulher e por ter capacidade igual à do homem, ela não pode aceitar a desigualdade salarial entre homens e mulheres por trabalho igual. Por trabalho igual recebemos, aqui, no Estado de Santa Catarina, 40% a menos. Infelizmente, o nosso Estado é um dos Estados com maior desigualdade. E essa realidade se caracteriza como uma violência às mulheres catarinenses.
Então, é preciso que juntas, nós todas, conscientizemo-nos que a violência não quebra e nunca quebrará a fibra de uma mulher. Sempre estaremos de cabeça erguida; poderemos cair, mas cairemos em pé. Mais que isso, estamos aprendendo a nos defender cada vez mais e melhor.
Àqueles que nos ironizam, Deputada Simone Schramm, Deputada Odete de Jesus, Senadora Ideli Salvatti e Deputada Luci Schoinaki, que ironizam a nossa mobilização e a organização das mulheres, seja onde for, na Assembléia Legislativa, nas Câmaras de Vereadores, no Senado Federal, na Câmara dos Deputados, nas Prefeituras, nos Governos de Estado, damos não apenas o desprezo, mas provamos em nossos avanços que estamos no caminho certo.
(Palmas)
Em alguns aspectos podemos ser poucas, mas representamos a voz de muitas de vocês. Representamos, como diz o poeta, as trabalhadoras e as desempregadas, as queridas e as paparicadas, as fiéis e as amantes, as esposas e as namoradas, as acolhidas e as desamparadas, as educadas e as esnobes, as sérias e as espalhafatosas, as mulheres amigas, as companheiras, as colegas de trabalho e as parceiras, as honestas e as interesseiras, as inteligentes e as analfabetas, as ousadas e as discretas, as jovens e as adultas, as mães e as filhas, as mulheres fortes e as fracas, as violentadas e as humilhadas, as assassinadas e as recém-nascidas, as mulheres da cidade e as do campo, as lavadeiras e as doutoras, as feias e as sedutoras, as agricultoras e as vereadoras, as deputadas e as senadoras, as executivas e as operárias, as mulheres negras e as brancas, as mulatas e as amarelas, as entendidas e as saradas, todas, simplesmente mulheres.
Nessa pequena homenagem envio o meu abraço carinhoso a todas. Inclusive, quero aproveitar para anunciar que em nome da Bancada feminina estamos apresentando nesta data um projeto para a constituição de um Núcleo Permanente de Estudos e Pesquisas da Mulher em Santa Catarina, na Assembléia Legislativa. Esse núcleo terá como missão pesquisar o perfil da mulher com mandato eletivo em Santa Catarina e, ao mesmo tempo, subsidiar as Vereadoras catarinenses na Instituição de Políticas Públicas para as mulheres no nosso Estado.
(Palmas)
Agora, Sr. Presidente, faremos uma homenagem às convidadas da Bancada - a Deputada Odete de Jesus, a Deputada Simone Schramm e esta Deputada -, a todas as mulheres presentes nesta Casa, às servidoras desta Casa, às que estão nas galerias, às jornalistas, às representantes de entidades, às Vereadoras, convidando-as para uma foto aqui, no centro do Plenário, deste Plenário que também é feminino.
Portanto, convido vocês, mulheres, para se unirem à Deputada Odete de Jesus, à Deputada Simone Schramm, à Senadora Ideli Salvatti, à Sra. Zuleika Mussi Lenzi e à Sra. Ivane Fretta Moreira, após essa concentração tão significativa no Plenário, em um protesto que vai ocorrer na Praça dos Três Poderes, pela busca da igualdade. Dali, faremos uma marcha até a Praça da Alfândega, onde outras mulheres irão nos encontrar, para falarmos sobre as nossas organizações e também para comemorarmos esse dia tão significativo que é o Dia Internacional da Mulher.
O meu abraço fraterno a todos os homens civilizados e a todas as mulheres do Estado de Santa Catarina.
Muito obrigada, Sr. Presidente!
(SEM REVISÃO DA ORADORA)