Pronunciamento

Ana Paula Lima - 041ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 15/06/2004
A SRA. DEPUTADA ANA PAULA LIMA - Sr. Presidente e Srs. Deputados...
O Sr. Deputado Paulo Eccel - V.Exa. me concede um aparte?
A SRA. DEPUTADA ANA PAULA LIMA - Pois não!
O Sr. Deputado Paulo Eccel - Deputada Ana Paula Lima, aproveitando o tempo do nosso Partido dos Trabalhadores, gostaria de comunicar a esta Casa e também àqueles que nos acompanham que hoje, às 19h, aqui neste Plenário, a TV Cultura de Santa Catarina e a Associação Brasileira dos Documentaristas, Seção Santa Catarina, lançam um evento denominado Série Brasil Imaginário, resultado do 1o DOCTV, que é o Programa de Fomento à Produção e Teledifusão do Documentário Brasileiro.
Essa iniciativa foi solicitada à Comissão de Educação e a Série Brasil Imaginário é uma série inédita e reúne 26 documentários selecionados e produzidos ao longo de um ano, em 20 Estados brasileiros.
Os documentários da Série Brasil Imaginário serão exibidos pela rede pública de televisão a partir do dia 26 de junho até o dia 18 de dezembro, com a estréia de um novo documentário a cada semana, na faixa DOC-Brasil, aos sábados, às 21h, na TV Cultura.
O DOCTV é uma iniciativa pioneira, realizada por meio de convênio entre a Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, a TV Cultura e a Associação Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas e Culturais.
Então, hoje, às 19h, aqui neste Plenário, haverá o lançamento da Série Brasil Imaginário, que é um programa de 26 documentários, produzidos em 20 Estados brasileiros no último ano, e vai ser transmitido a partir do próximo dia 26 pela rede pública de televisão.
Ao mesmo tempo, Deputada Ana Paula, eu gostaria de aproveitar a oportunidade para parabenizar toda a equipe da nossa TVAL, pela nova roupagem dada a sua programação, às novas vinhetas, as novidades, inclusive com a divulgação dos horários que os programas acontecem.
Essa era uma grande reclamação dos telespectadores, pois não sabiam quando entrava no ar o programa, e agora a própria TV está divulgando o horário de toda a sua programação, que é importante para o telespectador da nossa TV pública de Santa Catarina.
Muito obrigado pelo aparte!
A SRA. DEPUTADA ANA PAULA LIMA - Também faço minhas as suas palavras, dando parabéns para toda a equipe da TVAL e para o Presidente deste Poder, Deputado Volnei Morastoni, que teve essa iniciativa.
Sr. Presidente e Srs. Deputados, o meu pronunciamento de hoje, feito no horário reservado ao PT, resume a um acontecimento que está voltado para o nosso País.
(Passa a ler)
"Os olhos de todo o mundo estão voltados para o Brasil, que, pela primeira vez, está sediando a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, criada há 40 anos.
É compreensível o interesse mundial nesse encontro, que reúne cerca de 20 Chefes de Estado, cujo organismo representa 192 países.
Discute-se nessa conferência a construção de uma nova geografia comercial, marcada, sobretudo, pela solidariedade e cooperação, na qual os países pobres possam reduzir a dependência das nações ricas.
E para conseguir isso é defendido, se não o livre comércio, mas ao menos a diminuição das tarifas das trocas comerciais dos países periféricos.
O líder desse movimento organizado no G-20 é o Presidente Lula, que propõe inclusive a criação de um Plano Marshall para os países pobres, mas em desenvolvimento.
Ora, Srs. Deputados, o Plano Marshall citado como ideal pelo nosso Presidente, foi adotado pelos Estados Unidos em 1947 para recuperar a economia européia depois da II Guerra Mundial.
O investimento maciço de 13 bilhões de dólares, realizado por esse plano, espantaram nos anos 50 a depressão e a miséria, gerando uma espiral de prosperidade.
Essa bandeira levantada agora pelo Presidente Lula pede a solidariedade dos países ricos e, se não recursos, como no Plano Marshall, mas redução de tarifas entre países em desenvolvimento.
Se o corte dessas tarifas fosse pelos menos de 50%, poderia incrementar o comércio em quase nove bilhões. E se eliminados fossem os subsídios agrícolas, que as grandes potências oferecem aos seus produtores, tirando a competitividade de nações pobres, o resultado seria equivalente ao Plano Marshall. Essas propostas estão ainda no plano da esperança, mas estamos avançando.
Nesse sentido, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, considero importante citar a conceituada revista britânica The Economist, que no dia 11 publicou uma reportagem questionando ‘que tipo de potência o Brasil quer ser’.
A revista referiu-se à política externa atualmente praticada pelo Brasil, que manda soldados para o Haiti e arbitra o nosso envolvimento na busca de soluções de crise latino-americanas, como na Venezuela, Colômbia e Bolívia.
Aliás, na referida publicação a revista define o Brasil como ‘o gigante que começa a se mexer’.
O pronunciamento do Presidente Lula, na abertura da conferência que ocorreu em São Paulo, deixa bem claro as pretensões do PT no Governo.
Inicialmente, cabe dizer que a prioridade do Governo Lula é consolidar somente a economia brasileira.
O Brasil tem como meta consolidar o Mercosul e a economia de todos os países periféricos, com o fortalecimento do G20, com base em um novo modelo global diferente.
Um modelo de desenvolvimento que considere os negócios econômicos, mas sobretudo a observância dos direitos humanos, da justiça social, da preservação ambiental, do respeito à cidadania, do combate à corrupção.
Mais do que isso, um modelo que valorize o crescimento do mercado comum e a prosperidade do Mercosul e do G20, sem que deixe cada País de lutar em favor da educação, da saúde, do emprego, da moradia e da segurança pública a que todos os povos têm direito.
E um modelo em que de fato prevaleçam a multilateralidade, o respeito mútuo e a observância recíproca, sem privilégios e imposições, sem intransigências e radicalismos.
Filha dos anos de repressão, fico sinceramente emocionada ao ter a chance de me pronunciar nesta tribuna com a motivação da revista The Economist, mas com a interpretação de cada um de nós que trabalha pela construção de uma sociedade mais justa, que o Brasil é, sim, como diz o hino, gigante pela sua própria natureza. E o Governo do Presidente Lula está adensando essa condição. Somos um gigante que nunca parou.
E certos estão os britânicos definindo que agora o gigante se mexe, mas de uma forma sem qualquer precedente em nossa história, porque estamos nos movendo em foco na justiça social."
Muito obrigada!
(SEM REVISÃO DA ORADORA)