Pronunciamento

ANA CAMPAGNOLO - 015ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 13/03/2019
DEPUTADA ANA CAMPAGNOLO (Oradora) - Inicialmente, faz referência ao massacre, concordando com o pronunciamento dos demais deputados em relação ao fato, principalmente do deputado Sargento Lima, e manifesta sinceras condolências às famílias das vítimas.
Continuando seu pronunciamento da data anterior, apresenta no telão comentários acerca do Mês das Mulheres, do Movimento das Mulheres, do Dia das Mulheres e do Feminismo, evidenciando que todos são negativos em relação a sua atuação como deputada e como defensora do tema das mulheres. Também chama a atenção para a escolaridade das pessoas que postam tais comentários grosseiros, a maioria de nível superior.
Conclui que toda essa negatividade direcionada a sua pessoa deve-se ao fato de que o Movimento Feminista arroga para si o monopólio das conquistas dos direitos civis que as mulheres desfrutam hoje. Demonstra que as militantes feministas, além de serem extremamente mal educadas, desconhecem a realidade do próprio movimento que defendem.
Comenta que a primeira conferência de mulheres pelo direito ao voto, ou Conferência de Direito das Mulheres, aconteceu em Seneca Falls, em 1848, nos Estados Unidos, dentro de uma Igreja Metodista. Assim, explica que o primeiro e único lugar que quis receber o movimento de mulheres para falar sobre direitos civis foi uma igreja. Então, não foi o Movimento Feminista quem recebeu essas mulheres, foram os religiosos.
Também acrescenta que todas as resoluções desse dia foram aprovadas unanimemente, exceto o sufrágio feminino. Desta forma, o primeiro voto da mulher norte-americana foi para decidir se queria ou não votar, e elas disseram não ao sufrágio feminino, porque elas não queriam votar, pois imaginavam que, ao conquistarem o direito ao voto, também conquistariam a desvantagem de ter que servir ao exército, o que não seria interessante, principalmente em época de guerras. Explica que em muitos países, e por muito tempo, as mulheres manifestaram seu interesse em não votar.
Esclarece, ainda, que não é verdade a afirmação que algumas fazem, de que só está no Parlamento graças ao Movimento Feminista.
Entre outras, cita Simone de Beauvoir, que diz que "as mulheres só ganharam o que os homens concordaram em lhes conceder." Elas nada tomaram, elas receberam. Ressalta que a escritora tinha clareza de que todos os movimentos feministas, palavras dela: "não passavam de agitação simbólica". Ou seja, muito barulho, passeata, mas não conquistavam nada, em absoluto, com este tipo de protesto.
Reafirma para todas as feministas militantes, que repetem a falácia de que só está na tribuna graças ao movimento feminista, que foram os cristãos, em primeiro lugar os religiosos, que apoiaram as mulheres; e em segundo lugar, como a própria Simone de Beauvoir fala, o direito ao voto é uma concessão masculina. Os homens, estes sim, lutaram durante anos, guerras sangrentas, para conseguir o direito ao voto.
Finalizando, traz a declaração da primeira mulher eleita primeira-ministra da Inglaterra, Margaret Thatcher, com a qual concorda, e ela diz: "Não devo nada ao movimento de libertação das mulheres; as feministas odeiam-me, não é? Não as posso culpar, uma vez que odeio o feminismo, pois é puro veneno". [Taquígrafa: Sara]