Pronunciamento

Ada De Luca - 002ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 08/02/2011
A SRA. DEPUTADA ADA DE LUCA - Sr. presidente, deputado Reno Caramori, srs. deputados, público que nos acompanha pela TVAL e pela Rádio Alesc Digital, a minha fala de hoje vai ao encontro do que disse a deputada Luciane Carminatti e v.exa. também, no primeiro tempo.
(Passa a ler.)
"Encerrando o período de férias escolares, a rotina recomeça em todo o estado: pais levando os filhos para a escola, alunos reencontrando os colegas e professores iniciando suas atividades letivas.
Nesta segunda-feira, cerca de 700 mil alunos e 17 mil professores de 1.350 escolas voltaram às aulas em toda a rede estadual de ensino de Santa Catarina.
De acordo com o censo realizado pelo ministério da Educação, em 2010, do total de estudantes da rede estadual, 384.125 alunos estão matriculados no ensino fundamental, 208.437 no ensino médio, 9.342 na educação profissional, 645 na educação especial e 64.191 na educação de jovens e adultos.
Nessa fase, desenvolve-se a formação do cidadão fundamentada num conjunto de valores e de princípios, como: a construção e a tomada de consciência de identidade pessoal e social; a participação na vida cívica de forma livre, responsável, solidária e crítica; o respeito e a valorização da diversidade dos indivíduos; a valorização de diferentes formas de conhecimento, comunicação e expressão; o desenvolvimento da curiosidade intelectual, do gosto pelo saber, pelo trabalho e pelo estudo; a construção de uma consciência ecológica e de preservação do patrimônio natural e cultural e público.
Sabemos que a base da educação das nossas crianças é oriunda dos pais, mas também vem dos bancos das escolas as noções básicas fundamentais no processo de aprendizagem para a formação dos estudantes voltada à cidadania, à ética e à boa conduta.
Eu começo a chegar aonde quero. Claro que para a aplicação desses ensinamentos temos que ter educadores estimulados, capacitados e comprometidos com a educação, mediante a valorização da profissão, com salários dignos, segurança e treinamento.
Hoje, o salário do professor em Santa Catarina ainda está abaixo do ideal. A média dos salários para aqueles que dedicam 40 horas por semana para o trabalho em sala de aula não chega a R$ 1.000,00. Temos que ter a educação como prioridade e não como mercadoria, pois se a tratarmos como mercadoria, enfrentaremos notícias de bullying, agressões nas salas de aula e violência nas ruas.
Precisamos oferecer ensino de qualidade e com educadores estimulados para garantir uma boa formação e evitar que adolescentes busquem - vejam bem, srs. deputados - outros caminhos fora da segurança dos portões da escola. Um aprendizado estimulante mantém a atenção voltada para o conhecimento, e com a inclusão da família e da comunidade nesse processo diminuirá a possibilidade do envolvimento com furtos, roubos e com o tráfico de drogas.
Toda a base é a educação, pois ninguém nasce infrator, ninguém infringe a lei porque quer, mas por força das circunstâncias e da exclusão. Santa Catarina mantém, em média, 330 menores no sistema socioeducativo, por estarem em conflito com a lei. E esse conflito com a lei é gerado pelo quê? Pela falta de ensino público para colocar os nossos jovens em sala de aula. Para esses menores deveriam - e é urgente - ser aplicadas medidas socioeducativas através de métodos pedagógicos, psiquiátricos, psicológicos, em que o estado tem a obrigação de dar tratamento integral para que possam ser inseridos novamente na sociedade.
No sistema penitenciário de Santa Catarina, pasmem, srs. deputados, hoje há 15.503 presos, os quais deveriam passar por um processo de reeducação e ressocialização para voltar ao convívio da família e da sociedade com uma profissão que lhes desse um pouco de dignidade.
Para encerrar, cito, com muito orgulho, o educador Paulo Freire, que valoriza a educação como ferramenta de mudança em todo o país: 'A educação sozinha não transforma a sociedade, porém só há mudança na sociedade com educação'."
Muito obrigada!
(SEM REVISÃO DA ORADORA)