Pronunciamento

Ada De Luca - 065ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 29/08/2007
A SRA. DEPUTADA ADA DE LUCA (Passa a ler) -
"Sr. presidente, colegas parlamentares, público que nos assiste, telespectadores da TVAL, ouvintes da Rádio Alesc Digital e de modo muito especial colegas deputadas Ana Paula Lima e Odete de Jesus, no último final de semana, em sua edição de domingo, o jornal O Estado de São Paulo apresentou uma excelente entrevista com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que demonstrou refinada sensibilidade ao abordar a participação feminina na política e a sua sucessão. Reconhecendo a crescente presença das mulheres em todos os níveis de tomadas de decisão, o Presidente admitiu, claramente, a possibilidade de apoiar uma mulher candidata à Presidência em 2010.
Lula disse que não pretende concorrer a um terceiro mandato, ainda que fossem forjadas alterações das regras eleitorais. E ao valorizar a presença da mulher na condução dos destinos da política, demonstrou que a bandeira da participação feminina é uma realidade cada vez mais consolidada.
A América já conta com o competente exemplo da administração de Michelle Bachelet no Chile. E poderá ter, em breve, Cristina Kirchner no comando da Argentina, bem como a senadora Hillary Clinton se credencia como forte candidata à Presidência da maior potência do planeta, os Estados Unidos. E exemplos entre as maiores potências podem se estender à Alemanha, com Angela Merkel.
O presidente Lula tem valorizado as mulheres em seu governo, guindando ao ministério Dilma Roussef na Casa Civil, Marta Suplicy no Turismo e Marina Silva no Meio Ambiente, além de Matilde Ribeiro na secretaria Especial de Igualdade Social e Nilcéia Freire na secretaria Especial de Política para Mulheres.
Também, na liderança de governo no Senado esteve a representante catarinense Ideli Salvatti, e, para citar outros poderes, foi durante seu governo que uma mulher chegou pela primeira vez à Presidência do Supremo Tribunal Federal, a ministra Ellen Gracie, o que muito honra as mulheres de todo Brasil.
Então, é muito salutar ver o presidente da República admitir a possibilidade de o Brasil ter uma mulher como sua candidata preferencial na sucessão de 2010, embora saibamos que ainda é cedo para as definições do cenário. Mas, de outra parte, estamos chegando em setembro, que é um mês importante no calendário político, pois é o último mês para filiações partidárias de quem pretende participar das eleições municipais do próximo ano.
Neste sentido, a entrevista do presidente Lula faz com que essa deputada transfira o tema para a nossa realidade, para a realidade do nosso estado e das nossas cidades, pois se o presidente vê as mulheres cada vez mais atuantes na política, aqui isto também ocorre, já que Santa Catarina não está dissociada da realidade nacional.
Então, aproveito para provocar uma reflexão a todas as mulheres que se interessam pelo bem-estar da sociedade, que querem ver uma sociedade mais justa, mais humana e mais igualitária para os que lhes são próximos: pensem na possibilidade de ingressar na vida pública, o que começa com um ato isolado, particular, que é a decisão por uma filiação partidária.
Você que me assiste ou me escuta, você que está presente, que está na sua casa ou no trabalho, quero convidá-la para participar da política, pois as mulheres precisam ocupar mais espaços políticos, prova disso é que nesta Assembléia Legislativa somos apenas três deputadas entre os 40 parlamentares.
A mulher tem mais sensibilidade para saber o que é importante para a sociedade, isso é da natureza feminina. Nós sabemos o que é importante na saúde, na educação, para os nossos filhos e companheiros. Praticamos a economia doméstica e sabemos bem onde há variação na cesta básica, temos conhecimento dos problemas da segurança e tantos outros temas importantes, por isso mesmo devemos ampliar o nosso espaço no debate político.
Para finalizar, volto ao tema inicial, à entrevista do presidente Lula, que foi assunto na ordem do dia neste início de semana entre comentaristas políticos e de quem gosta de discutir política.
Vejo com admiração a clara manifestação do presidente Lula de que não pretende um terceiro mandato e sua posição firme em defesa dos princípios democráticos, que contrasta com a posição de alguns acólitos do poder, que não saberiam viver sem uma sinecura e sonham com a possibilidade de uma grave virada nas regras do jogo político.
O presidente defende uma profunda reforma política, quem sabe até mesmo uma constituinte com finalidade específica, mas demonstra apreço pelo sistema democrático que permitiu a um retirante nordestino, um operário do ABC paulista, chegar à Presidência da República e mostra que não pretende manchar sua biografia e tornar-se um ditador tupiniquim.
Por último, gostaria de convidar todos os parlamentares aqui presentes, os que estão em seu gabinete, todo público que nos assiste, os que nos ouvem ou nos assistem pela TVAL, para amanhã, quinta-feira, participar de um debate, no auditório Antonieta de Barros, para a criação do memorial catarinense dos direitos humanos, às 14h.
Lembro também que esse evento é uma promoção conjunta da comissão de Direitos e Garantias Fundamentais desta Assembléia Legislativa, em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina e com a Udesc."
Muito obrigada!
(SEM REVISÃO DA ORADORA)