Pronunciamento

Ada De Luca - 041ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 12/05/2010
A SRA. DEPUTADA ADA DE LUCA - Sr. presidente, eminente deputado Gelson Merísio, ouvintes da Rádio Alesc Digital e telespectadores da TVAL, hoje pela manhã já fiz um pronunciamento que realmente foi de grande valia em defesa da Casan e dos seus funcionários. Agora à tarde fui pega de surpresa, mas queria, sr. presidente e nobres deputados, registrar mais uma vez as intempéries da natureza.
(Passa a ler.)
"Sr. presidente a forte chuva desta madrugada voltou a provocar estragos neste estado, causando prejuízos e deixando centenas de desabrigados em várias cidades do sul.
Em Criciúma, minha cidade natal, pelo menos 20 bairros estão alagados e houve deslizamentos de terra no bairro Vera Cruz, onde uma residência cedeu e já foi isolada pela Defesa Civil. Foi muito triste, havia muita terra junto às casas. As residências cederam, as famílias tiveram que sair e estão em abrigos. Felizmente não houve nenhum óbito. Na região do bairro de Quarta Linha houve alagamentos em mais de 20 casas. O bairro Monte Castelo foi um dos mais atingidos, várias residências foram castigadas e vieram abaixo, mas, graças a Deus, as pessoas sofreram só alguns machucados leves, não houve nenhum óbito.
A rodovia Luiz Rosso está bloqueada devido ao alagamento. De acordo com a Defesa Civil estadual não há registro de vítimas, mas eu peço que o responsável pela Defesa Civil vá lá, mande a sua equipe urgentemente para o sul, porque não é brincadeira o que está acontecendo.
Em Morro da Fumaça a chuva também causou estragos. Parece que o mau tempo ela estacionou sobre Criciúma e não dá trégua. Muitos trabalhadores e alunos estão ilhados. Choveu durante toda a madrugada o que era para chover em um mês. Então, imaginem o que está acontecendo por lá.
Algumas localidades como Linha Torres, Linha Frasson, bairro Bortolotto estão completamente inundados, não passa carro, não passa nada. Na Linha Torres, diversas famílias estão isoladas em suas casas por causa do transbordamento do rio, que invadiu as ruas secundárias.
Em Içara, que já decretou estado de calamidade pública, mais de 100 casas estão alagadas. A prefeitura tem trabalhado muito, neste momento está trabalhando para alojar os desabrigados. A situação em Içara chega a ser de catástrofe climática, bem como em Morro da Fumaça, para quem conhece o sul.
Outros municípios como Araranguá, Cocal do Sul e Tubarão estão em sinal de alerta. Em Urussanga famílias do bairro Estação estão sendo retiradas de suas casas pelos bombeiros, com botes, para serem colocadas em abrigos. Em Araranguá, a Defesa Civil monitora o nível do rio, que ainda não transbordou, mas há o alerta para possível enchente, caso não pare de chover.
Os prefeitos Antônio Felippe, de Pedras Grandes, Luiz Nestor, de Garopaba, e Valdir Dacoregio, de Grão Pará, já informaram que vão decretar situação de emergência e estão inconformados, porque tinham conseguido dar um jeito no município, tapar os buracos etc. Os prefeitos estavam numa alegria porque os municípios estavam tomando jeito, e agora foi tudo por água abaixo. É triste para quem está no seu primeiro mandato pegar uma catástrofe desse porte. Eles me informaram que já estão entrando com um processo para decretar situação de emergência.
Defesa Civil, por favor, encarecidamente, em nome do povo do sul, dê atenção àqueles municípios e socorra aquela gente logo!
Na região da Grande Florianópolis, uma queda de barreira interditou a BR-101, no Km-258, em Morro Agudo, em Paulo Lopes, mas o trânsito já foi liberado.
O que estou falando, sr. presidente, é um alerta, é um pedido de socorro, é um pedido de providências das autoridades, é um grito de mãe, é um grito de mulher. Quantas mães e mulheres nessas horas não têm onde colocar os seus filhos nem para dormir! Não têm roupa, alimento, fralda, não podem comprar uma Novalgina, um Melhoral Infantil, eis que muitas vezes o filho está lá, isolado e ardendo em febre.
Então, é um grito que faço aqui como parlamentar, já que o parlamentar dispõe desta tribuna, para que a Defesa Civil tome providências, porque o caso lá no sul é sério.
Tudo na nossa vida tem que ser por intermédio sempre de um grito de alerta, porque às vezes acham que a coisa é banal, que a água vai baixar, mas não é assim. Os prefeitos estão desesperados, a comunidade está desesperada. Inclusive, hoje, recebi no mínimo uns 35 telefonemas da região sul de Santa Catarina.
Graças a Deus aqui em Florianópolis a chuva já cessou, mas muitos viram no noticiário que Palhoça ficou um lago só. É uma situação sobre a qual o poder público não tem domínio. Claro, são coisas da natureza. Agora, temos como agilizar e agir com responsabilidade para o povo de Santa Catarina.
Muito obrigada!
(SEM REVISÃO DA ORADORA)