Pronunciamento
Kennedy Nunes - 099ª SESSÃO ORDINÁRIA
Em 30/10/2013
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Sr. presidente, srs. deputados, público que nos acompanha pela TVAL e pela Rádio Digital Alesc, catarinenses aqui presentes, entre eles o meu amigo, dr. Nelson Quirino de Souza, que foi vereador em Joinville. Seja bem-vindo a esta Casa!
Sr. presidente, farei um pronunciamento em duas partes. Na primeira parte quero anunciar, desta tribuna, que hoje, conversando com o governador Raimundo Colombo e com o secretário Nelson Serpa, ficou acertado que na segunda-feira o governador assinará a convocação das mulheres que foram aprovadas no concurso da Polícia Militar, mas que não haviam sido chamadas porque não mais existiam vagas femininas.
Mas quero também falar sobre a viagem, deputado Altair Silva, que fiz na semana passada, como presidente do bloco brasileiro da UPM, à cidade de Santa Cruz de La Sierra.
Catarinenses, vocês não imaginam como são as universidades na Bolívia. Quando se fala disso, logo vem à nossa mente que lá o estudo é ruim, porque os alunos não prestam exame vestibular para entrar na Faculdade de Medicina, por exemplo.
Pois bem, eu fui in loco, vi, anotei algumas coisas, trouxe para cá e estão aqui as anotações feitas pelos alunos. Somente em Santa Cruz de La Sierra há 20 mil brasileiros estudando. Na universidade em que eu estive, a Udabol, há 4.800 brasileiros estudando. Quando eu lhes disse que ouvira aqui que na Bolívia não se faz vestibular para entrar na universidade, eles me perguntaram se seria melhor fazer vestibular para entrar e depois não ser mais avaliado, ou não fazer vestibular, mas depois de vencer todas as etapas ainda ter que se submeter ao examen de grado, algo semelhante à prova que a OAB aplica para os bacharéis em Direito. E não para aí. Depois de serem aprovados nesse examen de grado, os alunos ainda têm que trabalhar três meses de graça para o governo, no local em que a administração pública determinar, para só então terem o diploma na mão.
Sr. presidente e colegas parlamentares, a Udabol é uma das cinco universidades existentes em Santa Cruz de La Sierra. A estrutura dos laboratórios de física - e sei que vou arrumar encrenca, mas vou dizer -, comparada à das universidades de Santa Catarina, fazem as nossas parecerem escolas de 2º grau.
Aqui um curso de Medicina, deputado Romildo Titon, exige 8.500 horas de estudo. Lá a exigência é de 11.700 horas! E qual é o preconceito? Por que será que o Conselho Federal de Medicina tem tanto medo que esses brasileiros natos que foram para lá estudar, onde pagam US$ 120 de mensalidade, ao passo que aqui pagariam R$ 5.000,00, venham trabalhar no Brasil? Por que esses brasileiros que estão lá se esforçando, deputado Padre Pedro Baldissera, longe de tudo e de todos, para buscar uma formação, já que na pátria deles é difícil entrar numa universidade federal porque só entra o filho do rico que conseguiu fazer o pré-vestibular, não conseguem revalidar seu diploma no Brasil? Por que será que o Conselho Federal de Medicina, no Revalida, coloca questões de especialidades médicas?
Mas agora, senhores, começam a ser discutidas na Justiça as questões referentes a especialidades médicas no Revalida. Um médico argentino, por exemplo, conseguiu derrubar judicialmente, nesta segunda-feira, dez questões do Revalida, deputado Silvio Dreveck. Sabe por quê? Porque ele comprovou que as dez questões se referiam à especialização em cirurgia plástica. Como ele não entende nada de cirurgia plástica, pois é outra sua especialidade médica, não conseguiu responder, é claro!
E daí, o que vamos fazer? Eu entendo que o programa Mais Médicos do governo federal é uma porta que se entreabriu para que possamos discutir com seriedade o caso desses alunos brasileiros que estão-se formando na Bolívia e que querem voltar para o seu país para trabalhar.
Ontem eu assisti a um vídeo no YouTube e morri de rir. Referia-se ao Mais Médicos. Começava assim: um médico cubano tentando falar com uma paciente brasileira pergunta-lhe: "A senhora está embarazada?" Essa palavra em espanhol quer dizer grávida. Ela responde: "Vivo todos os dias embaraçada". Aí ele pergunta: "Como es su nombre?" Ela diz: "Meu homem é meu marido! E eu trouxe aqui um doce para o senhor". O médico pega o doce e fala: "Está mui esquisito". Essa palavra em espanhol quer dizer gostoso. Ela retruca: "Que esquisito que nada, me devolve já!"
É um negócio impressionante! Muitas vezes pensamos que não existem diferenças entre a língua portuguesa e o espanhol, mas existem. E o vídeo termina com ela falando sobre ônibus. O médico lhe pergunta: "Usted utiliza su buceta para venir al traballo? Buceta em espanhol quer dizer ônibus pequeno. Vocês nem imaginam o rolo que deu!
Mas voltando a falar sério, uma das críticas que se fazem ao programa Mais Médicos é que os médicos que chegam para trabalhar não falam português. Ora, nós temos uma multidão de brasileiros que se formam no exterior e querem vir trabalhar no Brasil, mas o CFM dificulta as coisas. Eu encontrei gente de Tubarão, de Joinville, de Florianópolis, de São Miguel d'Oeste e de Joaçaba estudando na Bolívia e que não podem vir para cá porque o Conselho Federal de Medicina bloqueia, faz o clubinho para ninguém entrar. Por quê? Por que não querem que esses médicos venham atender a população da periferia? Eles estão aptos sim, desde não sejam provas feitas para que eles não passem, como, por exemplo, pedir a um cardiologista que responda a questões de prótese mamária. O que um cardiologista vai entender de implante mamário?! Mas é assim a prova do Revalida que foi derrubada na Justiça de São Paulo.
Quero dizer, finalmente, que essa luta só está começando. Queremos garantir o direito dos brasileiros de trabalharem na sua pátria!
Muito obrigado, sr. presidente!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)
Sr. presidente, farei um pronunciamento em duas partes. Na primeira parte quero anunciar, desta tribuna, que hoje, conversando com o governador Raimundo Colombo e com o secretário Nelson Serpa, ficou acertado que na segunda-feira o governador assinará a convocação das mulheres que foram aprovadas no concurso da Polícia Militar, mas que não haviam sido chamadas porque não mais existiam vagas femininas.
Mas quero também falar sobre a viagem, deputado Altair Silva, que fiz na semana passada, como presidente do bloco brasileiro da UPM, à cidade de Santa Cruz de La Sierra.
Catarinenses, vocês não imaginam como são as universidades na Bolívia. Quando se fala disso, logo vem à nossa mente que lá o estudo é ruim, porque os alunos não prestam exame vestibular para entrar na Faculdade de Medicina, por exemplo.
Pois bem, eu fui in loco, vi, anotei algumas coisas, trouxe para cá e estão aqui as anotações feitas pelos alunos. Somente em Santa Cruz de La Sierra há 20 mil brasileiros estudando. Na universidade em que eu estive, a Udabol, há 4.800 brasileiros estudando. Quando eu lhes disse que ouvira aqui que na Bolívia não se faz vestibular para entrar na universidade, eles me perguntaram se seria melhor fazer vestibular para entrar e depois não ser mais avaliado, ou não fazer vestibular, mas depois de vencer todas as etapas ainda ter que se submeter ao examen de grado, algo semelhante à prova que a OAB aplica para os bacharéis em Direito. E não para aí. Depois de serem aprovados nesse examen de grado, os alunos ainda têm que trabalhar três meses de graça para o governo, no local em que a administração pública determinar, para só então terem o diploma na mão.
Sr. presidente e colegas parlamentares, a Udabol é uma das cinco universidades existentes em Santa Cruz de La Sierra. A estrutura dos laboratórios de física - e sei que vou arrumar encrenca, mas vou dizer -, comparada à das universidades de Santa Catarina, fazem as nossas parecerem escolas de 2º grau.
Aqui um curso de Medicina, deputado Romildo Titon, exige 8.500 horas de estudo. Lá a exigência é de 11.700 horas! E qual é o preconceito? Por que será que o Conselho Federal de Medicina tem tanto medo que esses brasileiros natos que foram para lá estudar, onde pagam US$ 120 de mensalidade, ao passo que aqui pagariam R$ 5.000,00, venham trabalhar no Brasil? Por que esses brasileiros que estão lá se esforçando, deputado Padre Pedro Baldissera, longe de tudo e de todos, para buscar uma formação, já que na pátria deles é difícil entrar numa universidade federal porque só entra o filho do rico que conseguiu fazer o pré-vestibular, não conseguem revalidar seu diploma no Brasil? Por que será que o Conselho Federal de Medicina, no Revalida, coloca questões de especialidades médicas?
Mas agora, senhores, começam a ser discutidas na Justiça as questões referentes a especialidades médicas no Revalida. Um médico argentino, por exemplo, conseguiu derrubar judicialmente, nesta segunda-feira, dez questões do Revalida, deputado Silvio Dreveck. Sabe por quê? Porque ele comprovou que as dez questões se referiam à especialização em cirurgia plástica. Como ele não entende nada de cirurgia plástica, pois é outra sua especialidade médica, não conseguiu responder, é claro!
E daí, o que vamos fazer? Eu entendo que o programa Mais Médicos do governo federal é uma porta que se entreabriu para que possamos discutir com seriedade o caso desses alunos brasileiros que estão-se formando na Bolívia e que querem voltar para o seu país para trabalhar.
Ontem eu assisti a um vídeo no YouTube e morri de rir. Referia-se ao Mais Médicos. Começava assim: um médico cubano tentando falar com uma paciente brasileira pergunta-lhe: "A senhora está embarazada?" Essa palavra em espanhol quer dizer grávida. Ela responde: "Vivo todos os dias embaraçada". Aí ele pergunta: "Como es su nombre?" Ela diz: "Meu homem é meu marido! E eu trouxe aqui um doce para o senhor". O médico pega o doce e fala: "Está mui esquisito". Essa palavra em espanhol quer dizer gostoso. Ela retruca: "Que esquisito que nada, me devolve já!"
É um negócio impressionante! Muitas vezes pensamos que não existem diferenças entre a língua portuguesa e o espanhol, mas existem. E o vídeo termina com ela falando sobre ônibus. O médico lhe pergunta: "Usted utiliza su buceta para venir al traballo? Buceta em espanhol quer dizer ônibus pequeno. Vocês nem imaginam o rolo que deu!
Mas voltando a falar sério, uma das críticas que se fazem ao programa Mais Médicos é que os médicos que chegam para trabalhar não falam português. Ora, nós temos uma multidão de brasileiros que se formam no exterior e querem vir trabalhar no Brasil, mas o CFM dificulta as coisas. Eu encontrei gente de Tubarão, de Joinville, de Florianópolis, de São Miguel d'Oeste e de Joaçaba estudando na Bolívia e que não podem vir para cá porque o Conselho Federal de Medicina bloqueia, faz o clubinho para ninguém entrar. Por quê? Por que não querem que esses médicos venham atender a população da periferia? Eles estão aptos sim, desde não sejam provas feitas para que eles não passem, como, por exemplo, pedir a um cardiologista que responda a questões de prótese mamária. O que um cardiologista vai entender de implante mamário?! Mas é assim a prova do Revalida que foi derrubada na Justiça de São Paulo.
Quero dizer, finalmente, que essa luta só está começando. Queremos garantir o direito dos brasileiros de trabalharem na sua pátria!
Muito obrigado, sr. presidente!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)