Pronunciamento

Kennedy Nunes - 068ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 01/07/2014
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Muito obrigado, sr. presidente.
Quero dar as boas-vindas, sr. presidente, ao decano desta Casa, cuja ausência trouxe um parceiro nosso, do norte, o deputado Voltolini, de volta, mas v.exa., deputado Reno Caramori, faz muita falta, não apenas pelo seu trabalho legislativo, mas pela pessoa que v.exa. é.
Falo isso como amigo e ex-companheiro de partido. Seja bem-vindo de volta a esta Casa, depois de 60 dias que, com certeza, não foram de folga, mas visitando o estado de Santa Catarina.
Sr. presidente, queria fazer uso da palavra porque hoje é um momento muito especial para mim, dia 1º de julho.
Ontem, a convenção do nosso partido, do PSD, homologou o meu nome para concorrer a mais um mandato nesta Casa. Eu fiquei contente, afinal de contas, é um momento muito especial para nós, seja àqueles que estão debutando ou àqueles que, como nós, já temos uma trajetória.
Eu fiquei feliz por viver mais este momento da democracia fazendo parte desse processo. Mas somente hoje pela manhã, deputado Reno Caramori, a Michelini, uma assessora, mandou um whatsapp que me chamou a atenção. Ela perguntou se eu já havia percebido que esta é a minha 10ª eleição.
E fui perceber - e tenho aqui o meu amigo jornalista Leo Borba, que já foi meu chefe-de-edição quando eu trabalhava na RBS, em Joinville - que é verdade! Aí comecei a contar nos dedos. É isso mesmo. Entrei na política aos 18 anos, em 1988, de lá para cá até agora com 44 anos de vida, deputado Reno Caramori, tenho 26 anos de vida política, já fui vereador, prefeito, deputado estadual e vou disputar a minha 10ª eleição.
Na minha primeira eleição, deputado Nilson Gonçalves, em 1988, eu era um jovem rapaz de 18 anos. Sempre gosto de dizer que meu primeiro documento feito no dia 16 de janeiro de 1988, quando completei 18 anos, não foi minha carteira de motorista e, sim, o meu título de eleitor, porque até então, acredito, que a carteira de motorista todo rapaz que completava 18 gostaria de fazer para sair dirigindo, mas queria exercer o meu direito de votar.
Lembro muito bem que sai do Fórum atrás de um político, e eu só tinha uma referência lá em Joinville, trabalhava na Rádio Cultura, hoje o Shopping Müller, onde era o escritório do deputado Raulindo Roskamp, o deputado Nilson Gonçalves lembra muito bem do nosso eterno "Mãozinho". O Raulindo Roskamp passou por esta Casa e cumprimentava até os manequins das lojas. Ele ainda está nos brindando com sua presença, agora na sua chácara, em Campo Alegre. Eu fui lá e disse assim para ele: eu quero sair candidato. Ele disse: "A primeira coisa que você tem que fazer é se filiar a um partido." Ele puxou uma ficha do PMDB e me filiou. Já saí candidato!
Mas naquela época, em 1988, deputado, eu poderia votar aos 18 anos e ser votado, mas apenas poderia assumir o mandato de vereador com 19 anos. Aí eu soube que Luiz Henrique da Silveira, à época, deputado federal, ia levar Ulisses Guimarães para uma palestra na Câmara de Vereadores, então, coloquei um terno branco, uma camisa branca, gravata de crochê vermelha, deputado Serafim Venzon - lembro-me disso até hoje -, e fui para a cerca do aeroporto em Joinville esperar Ulisses descer do avião e tentar falar com ele. Quando cheguei lá, o Ulisses Guimarães veio até a cerca e eu disse a ele: queria falar com o senhor. Sou jovem, quero sair candidato a vereador, mas só tenho 18 anos e eles não querem aceitar a minha candidatura porque se eu ganhar, não poderei assumir. Naquela época se assumia dia 15 de março. Não é como hoje, 1º de janeiro e, portanto, dia 15 de março eu já teria 19 anos. Então, eu poderia assumir, caso ganhasse.
O Luiz Henrique e Ulisses Guimarães me colocaram dentro de um Opala Diplomata. Pensa no carro que era! Viemos do aeroporto até a Câmara de Vereadores, que funcionava em cima do Besc, na frente do terminal, e Ulisses Guimarães entrou com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral pedindo uma autorização para que eu fosse candidato, conforme a prerrogativa de que se eu ganhasse a eleição, poderia assumir, pois já teria 19 anos.
Eu fui candidato à eleição e fiz 287 votos, precisava de mais de dois mil votos para me eleger naquela época, fiz apenas 10% do que precisava, mas dizia: vou conseguir. E hoje vindo de Joinville para cá pensava: cada eleição é como se fosse um filho, é como se fosse um momento único na vida da gente. O meu primeiro teste, a minha primeira eleição, em 1988, eu fiz 287 votos, e na minha última, em 2012, fiz 136 mil votos. Então, estou numa crescente.
Digo isso para estimular os jovens para entrar na política. Na minha época tínhamos na escola as disciplinas de Moral e Cívica, OSPB. Era o único momento em que falávamos de política. Aprendi que é na política que fazemos as mudanças. E, hoje, quando vou disputar a minha décima eleição na política, aos 44 anos, continuo dizendo que valeu à pena. Gosto muito de uma frase que o governador Raimundo Colombo diz: "Ultimamente os políticos estão desacreditados, mas não podemos ter vergonha de dizer que somos políticos." É claro que existem pessoas ruins, até na nossa família há pessoas que não prestam, mas nós, que fazemos a coisa certa, precisamos ter orgulho de quem somos. Posso olhar para trás e dizer que tenho o maior orgulho de dizer que valeram a pena os 26 anos que dediquei à causa pública.
Por isso, hoje é um dia muito especial para mim, quando recebo a missão do partido de disputar mais um mandato nesta Casa.
O Sr. Deputado Edison Andrino - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Pois não!
O Sr. Deputado Edison Andrino - Queria cumprimentar v.exa.
Tenho certeza de que Santa Catarina e principalmente a região norte do estado irá reconduzi-lo a esta Assembleia pelo trabalho que v.exa. faz.
A minha preocupação quanto ao pleito é que, e estou há muitos anos na vida pública, já vi disputas difíceis, acordos e tratativas ideológicas, mas esse samba do crioulo doido eu nunca vi. Os manés da Lagoa da Conceição dizem que em política até cavalo voa, mas está voando vaca, cabrito, tainha. Convivi aqui com pessoas fazendo oposição ferrenha ao governador Raimundo Colombo, ideologicamente diferentes, e agora se misturou tudo. V.Exa. sempre teve uma conduta coerente nesse processo e tenho certeza de que voltará a representar muito bem Santa Catarina nesta Casa.
Parabéns pelo seu trabalho.
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Obrigado.
Encerro o meu discurso com uma frase do Ulysses Guimarães: "Nunca diga para a sua mulher que aquele político não presta, porque no dia em que ela ver você abraçado a ele, ela nunca mais acreditará em você."
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)