Pronunciamento
Kennedy Nunes - 092ª SESSÃO ORDINÁRIA
Em 15/10/2013
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Sr. presidente, srs. deputados, quero fazer dois registros na minha fala de hoje. O primeiro é com relação ao tema que estamos tratando aqui desde a semana passada, que é o concurso do bombeiro militar, quando várias mulheres que para conseguirem entrar com a documentação tiveram que pedir demissão dos seus empregos para darem a carteira baixada. E depois disso elas ouviram do comando que estavam fora.
Essa é uma grande sacanagem que o comando está fazendo, porque além de criar a expectativa mostra que em momento algum houve o cuidado de não prejudicá-las. No Paraná, por exemplo, é diferente. Lá a pessoa faz o concurso e conseguindo a qualificação vai esperar o processo para quando for chamada, então, fazer toda a documentação.
Aqui foi diferente! Estou com o nome de doze pessoas que pediram demissão para conseguir emplacar e protocolar o processo, mas agora estão desempregadas e ouviram depois disso o comando dizer que já haviam passado os 6%.
Estou saindo daqui agora mesmo para levar o caso ao secretário Serpa, até porque na reunião que tivemos no almoço foi colocado esse problema, e o governador não tinha a informação de que essas pessoas haviam pedido demissão.
Por outro lado, deputado Silvio Dreveck, v.exa. que é de São Bento do Sul, próximo de Joinville, deve lembrar-se dessa imagem que surgiu na campanha para prefeito, que foi muito forte, com o seguinte título. "Chefe amarra perna de seis funcionários." Isso foi lá na Dölher.
(Procede-se à exibição da imagem.)
Então, na época saiu essa reportagem de que pessoas foram amarradas pelo pé, porque na hora que batia o sinal todo mundo saia correndo, e alguém teve a ideia desgraçada de amarrar os pés para diminuir o passo. E a imagem está aí.
Pode passar outra imagem, por favor.
Essa senhora que está ai, ontem, para chamar a atenção do prefeito se amarrou em frente ao Hospital São José para conseguir uma cirurgia de colocação de prótese. Ela disse que o prefeito gostava de corrente, então se amarrou em frente ao hospital. Diante disso o hospital fez uma reunião e disse que o caso da senhora podia esperar.
Ora, esperar, porque não é a mãe dele. Uma pessoa há dois anos esperando por uma cirurgia, e o hospital diz que o caso pode esperar? Mas fomos lá, conversamos com a mulher acorrentada. E vejam o que ela disse, através desse vídeo.
(Procede-se à exibição do vídeo.)
Quer dizer, a senhora estava esperando há dois anos, e quando o Mário Mota, através da RBS, foi lá fazer aquela entrevista que ele fez em todas as cidades, mostrou o caso para o prefeito, em frente às câmeras, e ele deu o número do telefone, dizendo que poderia entrar em contato com ele no outro dia que ele iria resolver. No outro dia a senhora telefonou e escutou a mensagem de que o telefone estava fora de área ou temporariamente desligado. Isso aconteceu em fevereiro, passou março, abril, maio, junho, julho, agosto, setembro, outubro. E oito meses depois ela decide tomar uma posição drástica. Acorrentar-se em frente ao hospital para chamar a atenção.
Aí o pessoal do hospital se reúne no ar condicionado, todo bonzinho, sem dor, e diz que ela pode esperar. O que acontece? Acontece que a mulher saiu de lá, e sabe o que ela fez hoje, deputado Sargento Moacir Soares? Ela se acorrentou na frente da prefeitura, no portão em que o prefeito entra. Ela se acorrentou agora de manhã. O prefeito chegou à prefeitura e estava lá a mulher acorrentada. Imaginem o choque para ele! Ele já se lembra da corrente da empresa de Udo Dölher! Falar em corrente, ele fica apavorado! Então, quando o prefeito chegou à prefeitura a mulher estava acorrentada na frente do portão!
Eu estava lendo agora, no jornal, que ele se reuniu, numa reunião de emergência, com o secretário da Saúde, com o diretor do hospital para tratar do assunto e ao virem que os papéis daquela senhora estavam todos em dia determinou a cirurgia da mulher porque ela estava lá.
Eu acho que isso deveria ter sido feito no primeiro dia, na quinta-feira passada, quando ela se acorrentou na frente do hospital! O hospital nunca pode dar essa informação que eu mostrei ali no vídeo, que a mulher pode esperar. Ela só conseguiu porque foi lá, fez o seu papel, chamou a atenção! Estava no seu direito.
Será que as pessoas agora vão continuar tendo que se acorrentar na frente do hospital para conseguir cirurgia? Será que as pessoas vão ter que se acorrentar na frente do posto de saúde para conseguir o remédio que está faltando? Será que os moradores do Jardim Edilene vão ter que se acorrentar para conseguir fazer funcionar o posto de saúde que está alugado há dois anos e que foi fechado com os móveis lá dentro, em que o prefeito, na época da campanha, disse que isso era uma vergonha, era falta de gestão?!
Será que as pessoas vão ter que se acorrentar e andar pelas ruas? Os motoristas vão ter que amarrar correntes nos parachoques para protestar e dizer para o prefeito que a cidade está totalmente esburacada?
Será que vamos ter que nos acorrentar para dizer que o nosso IPTU está muito caro, que ele subiu muito, que a água está cara?
Será que vai virar moda corrente agora em Joinville, por conta do caso da década de 80, da corrente da empresa do Udo Dölher?
Essa senhora foi extremamente inteligente! Ela mexeu num nome que para o prefeito assusta, que é corrente. Então, o prefeito teve que resolver o caso, passar novamente por uma vexação, um momento vexatório de ter que resolver de novo com uma mulher acorrentada.
Estamos também aqui brigando pelas mulheres que fizeram concurso público e que, por uma situação machista, o comando da Polícia Militar não quer colocar essas mulheres a trabalhar, a aprender a dar segurança ao povo de Santa Catarina!
Temos, então, que ter novamente mulheres acorrentadas em Joinville para conseguir uma cirurgia que há dois anos não conseguem?
Se fosse o Boris Casoy, ele diria que isso é uma vergonha! Mas eu não quero usar o jargão do Boris Casoy, quero usar o meu mesmo. Essa é uma safadeza, um desrespeito, uma sacanagem com o povo que acreditou que a situação ia mudar e estava vendo que de novo foi enganado!
Deixo aqui o meu registro, o meu repúdio a este governo que está fazendo com que as mulheres tenham que se acorrentar na frente dos hospitais para conseguirem o direito sagrado que está garantido na Constituição, que é o da saúde.
Muito obrigado, sr. presidente.
(SEM REVISÃO DO ORADOR)
Essa é uma grande sacanagem que o comando está fazendo, porque além de criar a expectativa mostra que em momento algum houve o cuidado de não prejudicá-las. No Paraná, por exemplo, é diferente. Lá a pessoa faz o concurso e conseguindo a qualificação vai esperar o processo para quando for chamada, então, fazer toda a documentação.
Aqui foi diferente! Estou com o nome de doze pessoas que pediram demissão para conseguir emplacar e protocolar o processo, mas agora estão desempregadas e ouviram depois disso o comando dizer que já haviam passado os 6%.
Estou saindo daqui agora mesmo para levar o caso ao secretário Serpa, até porque na reunião que tivemos no almoço foi colocado esse problema, e o governador não tinha a informação de que essas pessoas haviam pedido demissão.
Por outro lado, deputado Silvio Dreveck, v.exa. que é de São Bento do Sul, próximo de Joinville, deve lembrar-se dessa imagem que surgiu na campanha para prefeito, que foi muito forte, com o seguinte título. "Chefe amarra perna de seis funcionários." Isso foi lá na Dölher.
(Procede-se à exibição da imagem.)
Então, na época saiu essa reportagem de que pessoas foram amarradas pelo pé, porque na hora que batia o sinal todo mundo saia correndo, e alguém teve a ideia desgraçada de amarrar os pés para diminuir o passo. E a imagem está aí.
Pode passar outra imagem, por favor.
Essa senhora que está ai, ontem, para chamar a atenção do prefeito se amarrou em frente ao Hospital São José para conseguir uma cirurgia de colocação de prótese. Ela disse que o prefeito gostava de corrente, então se amarrou em frente ao hospital. Diante disso o hospital fez uma reunião e disse que o caso da senhora podia esperar.
Ora, esperar, porque não é a mãe dele. Uma pessoa há dois anos esperando por uma cirurgia, e o hospital diz que o caso pode esperar? Mas fomos lá, conversamos com a mulher acorrentada. E vejam o que ela disse, através desse vídeo.
(Procede-se à exibição do vídeo.)
Quer dizer, a senhora estava esperando há dois anos, e quando o Mário Mota, através da RBS, foi lá fazer aquela entrevista que ele fez em todas as cidades, mostrou o caso para o prefeito, em frente às câmeras, e ele deu o número do telefone, dizendo que poderia entrar em contato com ele no outro dia que ele iria resolver. No outro dia a senhora telefonou e escutou a mensagem de que o telefone estava fora de área ou temporariamente desligado. Isso aconteceu em fevereiro, passou março, abril, maio, junho, julho, agosto, setembro, outubro. E oito meses depois ela decide tomar uma posição drástica. Acorrentar-se em frente ao hospital para chamar a atenção.
Aí o pessoal do hospital se reúne no ar condicionado, todo bonzinho, sem dor, e diz que ela pode esperar. O que acontece? Acontece que a mulher saiu de lá, e sabe o que ela fez hoje, deputado Sargento Moacir Soares? Ela se acorrentou na frente da prefeitura, no portão em que o prefeito entra. Ela se acorrentou agora de manhã. O prefeito chegou à prefeitura e estava lá a mulher acorrentada. Imaginem o choque para ele! Ele já se lembra da corrente da empresa de Udo Dölher! Falar em corrente, ele fica apavorado! Então, quando o prefeito chegou à prefeitura a mulher estava acorrentada na frente do portão!
Eu estava lendo agora, no jornal, que ele se reuniu, numa reunião de emergência, com o secretário da Saúde, com o diretor do hospital para tratar do assunto e ao virem que os papéis daquela senhora estavam todos em dia determinou a cirurgia da mulher porque ela estava lá.
Eu acho que isso deveria ter sido feito no primeiro dia, na quinta-feira passada, quando ela se acorrentou na frente do hospital! O hospital nunca pode dar essa informação que eu mostrei ali no vídeo, que a mulher pode esperar. Ela só conseguiu porque foi lá, fez o seu papel, chamou a atenção! Estava no seu direito.
Será que as pessoas agora vão continuar tendo que se acorrentar na frente do hospital para conseguir cirurgia? Será que as pessoas vão ter que se acorrentar na frente do posto de saúde para conseguir o remédio que está faltando? Será que os moradores do Jardim Edilene vão ter que se acorrentar para conseguir fazer funcionar o posto de saúde que está alugado há dois anos e que foi fechado com os móveis lá dentro, em que o prefeito, na época da campanha, disse que isso era uma vergonha, era falta de gestão?!
Será que as pessoas vão ter que se acorrentar e andar pelas ruas? Os motoristas vão ter que amarrar correntes nos parachoques para protestar e dizer para o prefeito que a cidade está totalmente esburacada?
Será que vamos ter que nos acorrentar para dizer que o nosso IPTU está muito caro, que ele subiu muito, que a água está cara?
Será que vai virar moda corrente agora em Joinville, por conta do caso da década de 80, da corrente da empresa do Udo Dölher?
Essa senhora foi extremamente inteligente! Ela mexeu num nome que para o prefeito assusta, que é corrente. Então, o prefeito teve que resolver o caso, passar novamente por uma vexação, um momento vexatório de ter que resolver de novo com uma mulher acorrentada.
Estamos também aqui brigando pelas mulheres que fizeram concurso público e que, por uma situação machista, o comando da Polícia Militar não quer colocar essas mulheres a trabalhar, a aprender a dar segurança ao povo de Santa Catarina!
Temos, então, que ter novamente mulheres acorrentadas em Joinville para conseguir uma cirurgia que há dois anos não conseguem?
Se fosse o Boris Casoy, ele diria que isso é uma vergonha! Mas eu não quero usar o jargão do Boris Casoy, quero usar o meu mesmo. Essa é uma safadeza, um desrespeito, uma sacanagem com o povo que acreditou que a situação ia mudar e estava vendo que de novo foi enganado!
Deixo aqui o meu registro, o meu repúdio a este governo que está fazendo com que as mulheres tenham que se acorrentar na frente dos hospitais para conseguirem o direito sagrado que está garantido na Constituição, que é o da saúde.
Muito obrigado, sr. presidente.
(SEM REVISÃO DO ORADOR)