Pronunciamento

Kennedy Nunes - 054ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 17/06/2015
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Sr. presidente, sras. deputadas, srs. deputados e público que acompanha esta sessão, gostaria de fazer um registro muito importante. Sou jornalista e lembro que quando acompanhamos uma matéria ao longo de um tempo chamamos de "box", que é a cronologia dos fatos, e uma coisa que defendo é a palavra. Uma coisa que me instiga a provar alguma coisa é quando alguém diz que não estou falando a verdade. Meu maior patrimônio é a minha palavra. Meu pai sempre ensinou para os filhos que a palavra é o maior patrimônio do homem, que este precisa sempre ter crédito. Ele dizia: "Você não precisa ter tudo na vida, basta ter crédito e amigos que possam te ajudar". A vida é essa!
E gostaria de trazer para vocês a cronologia de algo que há algum tempo já venho falando, que ontem fechou, não da forma como eu gostaria no início. Enfim, ontem fechou esse assunto que estou falando há algum tempo.
Queria que a assessoria mostrasse nos telões. Vou falar dos R$ 20 milhões do Badesc, que a prefeitura de Joinville assinou ontem.
Dos R$ 20 milhões só chegaram 13 milhões, por isso fiquei chateado. Por quê? Porque dia 7 de fevereiro de 2013 eu fui com o prefeito Udo Döhler, ele havia recém assumido a prefeitura, eu tinha perdido para ele no segundo turno; peguei o prefeito, o trouxe até o Badesc; o presidente do referido órgão era João Paulo Kleinübing; também, de costas, estava o secretário de Infraestrutura à época, o Romualdo; ao lado estava o secretário de Finanças da Fazenda, Nelson Corona.
Eu levei o prefeito Udo Döhler no dia 07 de fevereiro de 2013, que foi o primeiro prefeito a saber do 'juro zero', deputado Gean Loureiro, porque quando tem um poço d'água quem chega primeiro toma água limpa. É isso que diz o ditado.
E o que fiz, deputado Dalmo Claro? Eu levei o prefeito que veio com o secretário Romualdo e o Corona, no dia 7 de fevereiro, até porque Joinville era a maior prefeitura e tinha maior per capita. Assim, nós conseguimos esse recurso de R$ 20 milhões e, na época, o João Paulo Kleinübing falou ao prefeito que ele era o primeiro a saber antes de o governador lançar o programa! E o que precisava? Precisava apresentar as certidões, as negativas e os projetos executivos para liberar o recurso e fazer.
Solicito à assessoria que proceda à exibição das fotos.
(Procede-se à exibição das fotos.)
Eu estou falando de 7 de fevereiro de 2013, há vinte e oito meses. O que é que aconteceu? Não resolveu. No dia 28 de novembro de 2013 cheguei ao prefeito, percebendo a demora na liberação do recurso, para saber o que estava acontecendo. Aí o prefeito levou para uma reunião com o governador Raimundo Colombo e o presidente do Badesc, João Paulo Kleinübing, para esclarecê-lo sobre o programa. Todos acreditaram que a partir daquele momento Joinvile iria receber, realmente, a verba de R$ 20 milhões.
(Continua a exibição de fotos.)
Agora, estou em novembro, final de ano, como não estava acontecendo, passou.
Em maio de 2014, como não saia nada, eu peguei e fui ao Badesc. Cheguei lá, bati na mesa e disse: Poxa, como é que pode não sai o dinheiro do Badesc lá da prefeitura, e já vim em fevereiro, em novembro e não sai! E daí o que é que aconteceu? Passei vergonha, porque a pessoa que estava lá, a Evelise, que cuida disso, ela me mostrou que o dinheiro da prefeitura, em maio de 2014, não saia porque a mesma não tinha apresentado nem projeto técnico, nem as certidões, e as negativas.
Vim a esta tribuna, neste dia, e quem quiser procurar lá no You Tube vá em maio de 2014, tem um depoimento deste deputado aqui na tribuna dizendo: "Passei vergonha". Sabe aquele negócio quando o deputado vai lá brigar pelo município e daí chega lá e vê que o prefeito é incompetente por não fazer as coisas e nós quebramos a cara?!
Em 5 de fevereiro de 2015, 24 meses depois, eu aproveitei a visita do Raimundo Colombo que fez lá e daí ele conseguiu fazer a assinatura do contrato do Badesc, mas apenas iria disponibilizar R$ 4 milhões dos R$ 20 milhões, porque ele só tinha conseguido apresentar os projetos de R$ 4 milhões. Era quase esse valor, eram três milhões e pouco de reais, isso em fevereiro de 2015. Ontem, eu participei da assinatura do convênio do Badesc, assinei como testemunha e a minha bronca é pela demora da prefeitura. Comeu mosca, pagou sapo, foi incompetente, não conseguiu as certidões, não conseguiu apresentar, e aí tive que ouvir do governador uma frase que me deixou muito chateado. Ele disse: "Prefeito Udo, o senhor é o último prefeito que nós estamos assinando".
Mas ele foi o primeiro a saber do projeto! Assim, eu vi, deputado Vicente Caropreso, que a Bíblia se confirma quando diz: "Que os primeiros serão os últimos e os últimos serão os primeiros".
Então, o prefeito Udo Döhler fez questão de fazer cumprir a Bíblia, porque ele foi o primeiro prefeito a saber e o último a assinar. E o pior, eram R$ 20 milhões, mas por conta da demora, da incompetência, da perdida, ele só conseguiu assinar R$ 13 milhões. Perdeu R$ 7 milhões. Sete!
Para finalizar, podemos passar o próximo slide que trata da matéria que saiu no jornal ANotícia: "Badesc libera verba para 48 ruas de Joinville."
Essa foto é do Jackson da Assessoria de Comunicação daquela prefeitura. A prefeitura mandou a foto para o jornal, e cortaram este deputado. Cortaram meio ombro do prefeito Udo Döhler. Coitado do prefeito, ficou com metade do ombro cortado porque este deputado não podia aparecer na foto. Mas espera aí? Por que eu fui cortado nesta foto? O mais interessante é que eles cortaram, mas deixaram a minha mão, e a minha mão estava assinando o contrato como testemunha. É uma barbaridade!
Agora olhem só, o jornal Notícias do Dia usou a foto da Assessoria de Comunicação e colocou lá o presidente do Badesc, o governador, o prefeito Udo Döhler, aparece a minha carequinha e também a do presidente da Celesc, Cleverson Siewert. Isso foi engraçado!
Deputado Padre Pedro Baldissera, ontem, quando cheguei no evento, eu senti que estraguei a festa de alguém. Logo que cheguei, disse que estava lá para participar da assinatura do convênio do Badesc com a prefeitura de Joinville. E, com isso, srs. deputados, o prefeito Udo Döhler deu uma bufada e deve ter pensado: "Mas o que ele está fazendo aqui?" Mas espera aí. Fui eu que levei o homem! Meu pai fala que o pior dos pecados é a ingratidão. E é difícil quando você faz de tudo para ajudar a sua cidade e a incompetência e ingratidão do governo fazem com que o munícipe e a cidade percam, deputado Dr. Vicente Caropreso, R$ 7 milhões.
Então, estou aqui para dizer ao povo de Joinville, de Santa Catarina, estou contando a história. Estou relatando os fatos, e contra os fatos não há argumento. Faço isso porque gosto da verdade. E, prefeito, não seja tão ingrato, Joinville não merece isso!
O Sr. Deputado Gean Loureiro - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Pois não!
O Sr. Deputado Gean Loureiro - Eu estava conversando com a deputada Dirce Heidercheidt, do município de Palhoça, o deputado Mário Marcondes, de São José, e eu sou deputado de Florianópolis, e fomos pedir informações ao Badesc, se a prefeitura de São José, Florianópolis e Palhoça conseguiram enviar todos os documentos, para ver se eles também não perderam. Até porque talvez a ingratidão, o fato, não seja exclusividade de uma prefeitura do norte do estado.
Quando fui deputado federal ingressei com uma emenda para construir 32 academias da saúde, numa capital de estado, e determinado estado da federação, que v.exa. sabe qual é. Essa emenda foi apresentada para o Orçamento de 2012, quando exerci o mandato em 2011. O recurso foi liberado pós o período eleitoral. Foram licitadas as obras, mas só foram entregues, executadas, em 2013, as emendas de minha autoria na condição de deputado federal. As 32 academias, em grande parte, já foram construídas, inauguradas. Eu não tive nem condições de colocar o meu braço na foto, porque eu não fui convidado para participar da inauguração.
Então, nem o meu braço pode estar na foto. O único documento que eu posso usar é a declaração da Câmara Federal que mostrava a minha emenda e a liberação do ministro dos Esportes. Tenho que agradecer, o governo já liberou todas as minhas emendas para aquela cidade.
Mas eu entendo e penso que o nosso papel é realmente ajudar as prefeituras, e acho que ninguém é dono de uma obra. Quem tenta ser dono de uma obra, hoje, vai quebrar a cara, porque a população quer que a obra aconteça, seja por meio de um prefeito, de um deputado ou de quem quer que seja.
Eu acho que o nosso papel é, independente do que acontecer, somar forças e continuar ajudando as cidades.
Muito obrigado pelo aparte, deputado.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Mário Marcondes) - Concedo mais um minuto ao deputado Kennedy Nunes.
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Deputado Gean Loureiro, eu espero ser convidado para a inauguração daquilo que ainda vão fazer. Porque eu relatei a cronologia do primeiro processo que é apresentar e conseguir a liberação. Agora, com relação às inaugurações, eu não sei se vai aparecer a minha mão, mas pelo menos tem o registro na foto. E quero agradecer à Assessoria de Imprensa daquela prefeitura, que registrou a minha assinatura nesse processo para validar tudo que falo desde fevereiro. Valeu Assessoria de Imprensa, que não deixou de registrar a minha validação nesse convênio.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)