Pronunciamento
Kennedy Nunes - 072ª SESSÃO ORDINÁRIA
Em 28/08/2013
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Sr. presidente, srs. deputados, público que nos acompanha pela Rádio Digital, pela TVAL e catarinenses aqui presentes, não tenho o hábito de ler discursos na tribuna, mas quando se trata de algo que tenho certeza de que vamos falar de história, e como é algo muito sério o que vou tratar aqui, vou pedir licença para ler algumas anotações que fiz.
A escola pública teve início, em Santa Catarina, em 1911, deputado Ismael dos Santos, na Escola de Ensino Básico Conselheiro Mafra.
Leio aqui um trecho retirado do Caderno Pedagógico de História da Educação, do Curso de Pedagogia da Universidade Federal de Santa Catarina, de 2011, que foi enviado pela equipe da Escola Conselheiro Mafra, para os senhores tomarem conhecimento da importância e do vanguardismo do governo da época.
(Passa a ler.)
"A história da Escola Conselheiro Mafra de Joinville diferencia-se das demais por ser o berço da educação pública no estado de Santa Catarina.
Em 1911, o governador Vidal Ramos convidou o professor paulista Orestes Guimarães para reorganizar a instrução pública em terras catarinenses, exercendo a função de inspetor-geral do ensino.
Segundo diagnóstico do próprio governante, a educação era o mais grave problema de Santa Catarina. Os imigrantes e seus descendentes cresciam, prosperavam e criavam escolas particulares, espalhadas pelas colônias do estado, muitas vezes financiadas total ou parcialmente por seu país de origem.
Preocupado com a integração dos imigrantes, o governador Vidal Ramos decidiu trabalhar exaustivamente na nacionalização do ensino no estado de Santa Catarina.
O primeiro grupo escolar foi organizado na cidade de Joinville, em 1911. Tratava-se da Escola Básica Conselheiro Mafra."
Resumindo, essa escola foi modelo para a implantação do sistema educacional público do estado de Santa Catarina, e por lá passaram ninguém menos do que o senador Carlos Gomes, o empresário João Hansen, fundador da Tigre S/A, Arnaldo Moreira Douat e talvez o nome de maior destaque das artes plásticas, o catarinense reconhecido no mundo inteiro, o artista plástico Juarez Machado.
São 102 anos de história!
Ao relatar isso, a impressão é que estou falando do centenário da escola e parabenizando, mas não é isso. Agora, essa escola que foi o berço da escola pública nacional em Santa Catarina pode deixar de funcionar, pois está interditada desde o começo do ano passado. Isso mesmo, está fechada desde o começo do ano passado.
A escola tinha 560 alunos matriculados, os quais foram distribuídos nas outras escolas.
Entendo o esforço de Santa Catarina para cumprir e tentar investir em cada uma das 295 cidades do estado. Mas quero alertar o governador Raimundo Colombo de que é preciso olhar com mais carinho para certas questões. Infelizmente, neste caso, a secretaria de Educação do estado não tem acertado o tempo todo e nem sempre toma as melhores decisões, como essa de fechar uma escola tradicional não só de Joinville, uma escola que representa para ao estado inteiro, digo mais uma vez, o berço da escola pública nacional em Santa Catarina.
Antes que digam alguma coisa, essa escola não vive só do passado, se bem que pelo passado que tem já merecia a sua preservação. A Escola Conselheiro Mafra é importante ainda nos dias de hoje, pois acolhe mais de 500 alunos e tem em média uma procura de 500 novos alunos todos os anos. Uma das justificativas para a sua desativação é que o colégio fica numa região sem demanda.
Pelo amor de Deus, srs. deputado! Uma escola que tem em média uma procura de 500 alunos novos por ano não há demanda? E mais importante do que isso é saber que a escola, por estar localizada na região central da cidade, é procurada por pais de bairros distantes, que precisam se locomover até o centro para trabalhar e já aproveitam para deixar os seus filhos.
Estou aqui usando a tribuna para pedir encarecidamente ao secretário de Educação e ao governador Raimundo Colombo que olhem com carinho para a Escola de Ensino Básico Conselheiro Mafra, por sua importância na história e por sua relevância na sociedade, ainda mais nos dias de hoje. São 102 anos de história. E há 102 anos o governador Vidal Ramos considerou a Educação o maior problema do estado. Passado um século, o governo do estado tem de novo o desafio de fazer pela Educação.
Sabemos que a Educação se faz com exemplos. Tomem, pois, uma medida exemplar, governador e secretário da Educação. Mantenham viva a memória da primeira escola pública de Santa Catarina; mantenham viva a sua capacidade de educar e formar grandes nomes para a nossa sociedade e não fechem e não acabem com a Escola Conselheiro Mafra, no centro de Joinville, que está interditada. E a outra parte onde funcionava o Centro de Educação Padre Carlos, onde muitas crianças passaram por lá, inclusive a minha filha, hoje é abrigo de mendigos. É uma vergonha.
Passe lá, deputado Taxista Voltolini, onde verá uma placa bem grande falando do centenário da escola, com o timbre do governo do estado, dizendo que vão construir, vão reformar, revitalizar. Mas ao contrário, a secretaria do Desenvolvimento Regional fala em fechar a escola.
Os professores e os pais estão apavorados com essa atitude impensada do governo e da secretaria da Educação, que querem colocar abaixo uma história de 102 anos, sendo que a Escola Básica Conselheiro Mafra é o berço da educação pública nacionalizada aqui de santa Catarina, porque até então as escolas eram particulares, financiadas em parte ou totalmente pelos países que tinham imigrantes aqui.
Isso é uma vergonha. E volto a dizer que isso não pode acontecer. Joinville não vai permitir que isso aconteça, pelo menos da minha parte.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)
A escola pública teve início, em Santa Catarina, em 1911, deputado Ismael dos Santos, na Escola de Ensino Básico Conselheiro Mafra.
Leio aqui um trecho retirado do Caderno Pedagógico de História da Educação, do Curso de Pedagogia da Universidade Federal de Santa Catarina, de 2011, que foi enviado pela equipe da Escola Conselheiro Mafra, para os senhores tomarem conhecimento da importância e do vanguardismo do governo da época.
(Passa a ler.)
"A história da Escola Conselheiro Mafra de Joinville diferencia-se das demais por ser o berço da educação pública no estado de Santa Catarina.
Em 1911, o governador Vidal Ramos convidou o professor paulista Orestes Guimarães para reorganizar a instrução pública em terras catarinenses, exercendo a função de inspetor-geral do ensino.
Segundo diagnóstico do próprio governante, a educação era o mais grave problema de Santa Catarina. Os imigrantes e seus descendentes cresciam, prosperavam e criavam escolas particulares, espalhadas pelas colônias do estado, muitas vezes financiadas total ou parcialmente por seu país de origem.
Preocupado com a integração dos imigrantes, o governador Vidal Ramos decidiu trabalhar exaustivamente na nacionalização do ensino no estado de Santa Catarina.
O primeiro grupo escolar foi organizado na cidade de Joinville, em 1911. Tratava-se da Escola Básica Conselheiro Mafra."
Resumindo, essa escola foi modelo para a implantação do sistema educacional público do estado de Santa Catarina, e por lá passaram ninguém menos do que o senador Carlos Gomes, o empresário João Hansen, fundador da Tigre S/A, Arnaldo Moreira Douat e talvez o nome de maior destaque das artes plásticas, o catarinense reconhecido no mundo inteiro, o artista plástico Juarez Machado.
São 102 anos de história!
Ao relatar isso, a impressão é que estou falando do centenário da escola e parabenizando, mas não é isso. Agora, essa escola que foi o berço da escola pública nacional em Santa Catarina pode deixar de funcionar, pois está interditada desde o começo do ano passado. Isso mesmo, está fechada desde o começo do ano passado.
A escola tinha 560 alunos matriculados, os quais foram distribuídos nas outras escolas.
Entendo o esforço de Santa Catarina para cumprir e tentar investir em cada uma das 295 cidades do estado. Mas quero alertar o governador Raimundo Colombo de que é preciso olhar com mais carinho para certas questões. Infelizmente, neste caso, a secretaria de Educação do estado não tem acertado o tempo todo e nem sempre toma as melhores decisões, como essa de fechar uma escola tradicional não só de Joinville, uma escola que representa para ao estado inteiro, digo mais uma vez, o berço da escola pública nacional em Santa Catarina.
Antes que digam alguma coisa, essa escola não vive só do passado, se bem que pelo passado que tem já merecia a sua preservação. A Escola Conselheiro Mafra é importante ainda nos dias de hoje, pois acolhe mais de 500 alunos e tem em média uma procura de 500 novos alunos todos os anos. Uma das justificativas para a sua desativação é que o colégio fica numa região sem demanda.
Pelo amor de Deus, srs. deputado! Uma escola que tem em média uma procura de 500 alunos novos por ano não há demanda? E mais importante do que isso é saber que a escola, por estar localizada na região central da cidade, é procurada por pais de bairros distantes, que precisam se locomover até o centro para trabalhar e já aproveitam para deixar os seus filhos.
Estou aqui usando a tribuna para pedir encarecidamente ao secretário de Educação e ao governador Raimundo Colombo que olhem com carinho para a Escola de Ensino Básico Conselheiro Mafra, por sua importância na história e por sua relevância na sociedade, ainda mais nos dias de hoje. São 102 anos de história. E há 102 anos o governador Vidal Ramos considerou a Educação o maior problema do estado. Passado um século, o governo do estado tem de novo o desafio de fazer pela Educação.
Sabemos que a Educação se faz com exemplos. Tomem, pois, uma medida exemplar, governador e secretário da Educação. Mantenham viva a memória da primeira escola pública de Santa Catarina; mantenham viva a sua capacidade de educar e formar grandes nomes para a nossa sociedade e não fechem e não acabem com a Escola Conselheiro Mafra, no centro de Joinville, que está interditada. E a outra parte onde funcionava o Centro de Educação Padre Carlos, onde muitas crianças passaram por lá, inclusive a minha filha, hoje é abrigo de mendigos. É uma vergonha.
Passe lá, deputado Taxista Voltolini, onde verá uma placa bem grande falando do centenário da escola, com o timbre do governo do estado, dizendo que vão construir, vão reformar, revitalizar. Mas ao contrário, a secretaria do Desenvolvimento Regional fala em fechar a escola.
Os professores e os pais estão apavorados com essa atitude impensada do governo e da secretaria da Educação, que querem colocar abaixo uma história de 102 anos, sendo que a Escola Básica Conselheiro Mafra é o berço da educação pública nacionalizada aqui de santa Catarina, porque até então as escolas eram particulares, financiadas em parte ou totalmente pelos países que tinham imigrantes aqui.
Isso é uma vergonha. E volto a dizer que isso não pode acontecer. Joinville não vai permitir que isso aconteça, pelo menos da minha parte.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)