Pronunciamento
Kennedy Nunes - 080ª SESSÃO ORDINÁRIA
Em 01/09/2011
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Sr. presidente,
srs. deputados, público que nos acompanha pela TVAL, ouvintes da Rádio Alesc Digital, catarinenses que acompanham aqui o trabalho dos parlamentares, venho hoje à tribuna para deixar algumas coisas registradas em relação à minha viagem ao estado de Rio de Janeiro, a convite da Defesa Civil Nacional, para participar de uma simulação nas usinas nucleares Angra I e Angra II, procedimento feito em anos ímpares, para um eventual acidente nuclear.
O sistema de prevenção e segurança das usinas Angra I e Angra II está distribuído da seguinte forma: em anos pares é feito um treinamento e um exercício interno, nos centros de referência e nos centros das usinas, tanto no local de fábrica como nos centros que existem em Brasília, São Paulo e outros lugares. Nos anos ímpares, inclusive hoje está acontecendo porque seriam dois dias, envolve toda a estrutura de Defesa Civil, Exército, Marinha, Aeronáutica, sociedade civil, empresas, imprensa, ou seja, todo o sistema.
Fomos até lá participar desse exercício e o que trago, sr. presidente, é que nós, quando falamos em exercício de evacuação e, principalmente, de prevenção, ainda estamos muito longe, a realidade de Santa Catarina ainda está muito longe.
Por isso, como presidente da comissão de Proteção Civil desta Casa, estou tentando construir todo o processo da comissão exatamente na prevenção, para trabalharmos a prevenção, porque observamos que a prevenção nas usinas Angra I e Angra II está no DNA da empresa e dos trabalhadores. O que é estar no DNA? É estar a todo momento fazendo prevenção, praticando prevenção para que no momento em que alguma coisa acontecer, saber como agir.
Infelizmente, deputado Neodi Saretta, não existe essa prevenção de catástrofes no Brasil. Por isso, estamos elaborando na comissão de Proteção Civil um projeto para instituir na grade curricular das escolas aulas de proteção civil. Recentemente, aconteceu o tsunami no Japão, e quando as crianças daquela área viram o mar recuando, elas correram para um morro porque sabiam que aquilo era um tsunami. Se fosse aqui, iríamos até a praia para saber por que o mar estava secando. Por quê? Porque não existe a cultura de prevenção! Quando falo em prevenção, estou falando também das construções irregulares ribeirinhas, que existem muito em Santa Catarina. Em Joinville, o rio Mathias passa debaixo de prédios de 12 andares, como o edifício Manchester. Ou seja, não tivemos essa preocupação de não ocupação de áreas de risco e agora ficamos com esse legado muito ruim para fazer a recuperação.
Nas usinas nucleares do Rio de Janeiro, todo dia 10, às 10h, soam os alarmes em raios de 3km, 5km, 15km e até 50km da planta da usina, e em cada raio existem uma série de procedimentos a serem feitos para a prevenção. Ontem nós acompanhamos o exercício e, inclusive, estavam lá ministros do Tribunal de Contas, deputados federais, este deputado representando a proteção civil de Santa Catarina e 20 observadores internacionais. Eles simulam alguns procedimentos e nos centros de emergência e de tomada de decisão eles vão, em videoconferência, tratando e trabalhando. Até o Exército montou um hospital de campanha para que, num momento de interrupção da rodovia Rio/Santos, possa ser feito o atendimento aos possíveis acidentados. Ou seja, movimentou-se toda uma estrutura no exercício, chegando ao ponto de evacuar as usinas I e II, depois do toque da sirene.
Quem me acompanhou pelo Twitter sabe disso, e quem não me acompanhou, pode acessar ver as fotos e as coisas que eu ia passando simultaneamente às pessoas.
Pode ver, deputado Ismael dos Santos, que quando estávamos lá no ponto mais alto, onde todos as pessoas estavam acompanhando o momento da evacuação da usina, por mais que soubéssemos que era um treinamento, por mais que o sistema de som avisasse, quando soou o alarme, deputado Neodi Saretta, a sirene, queira ou não queira, todos ficaram com medo.
Mas o que me chamou a atenção é que as pessoas saíram normalmente, todas tinham um ponto de encontro durante o procedimento de evacuação através de ônibus. Há coisas que parecem simples, mas na hora em que ocorre uma emergência, tornam-se fundamentais. Por exemplo, deputado Neodi Saretta, ninguém estaciona um carro nos estacionamentos das usinas virado para frente, todos têm que estacionar de ré. É um procedimento para que no momento de emergência e evacuação todos possam pegar seus carros rapidamente. São procedimentos pequenos que na verdade, se todos os estacionamentos fizessem isso, pedissem para que todos os motoristas estacionassem de ré, evitaria um monte de problemas na hora de sair. Ou seja, são pequenas coisas que estão no DNA da prevenção.
Nós ainda precisamos aprender muito sobre prevenção, e quando falo disso, não é apenas nesta questão da defesa civil, mas da prevenção da saúde.
Quando pedimos para qualquer criança fazer um desenho sobre a saúde no estado, nos municípios, o que ela faz? A maioria vai desenhar uma cruz vermelha? De quê? De um hospital. Mas hospital não é saúde, e sim, doença. Quem vai para o hospital, é porque está doente, mas em nossa concepção, quando pensamos em saúde, logo lembramos de hospital. Por quê? Porque não trabalhamos a prevenção em todos os sentidos.
Na área do direito, deputado Reno Caramori, dificilmente contratamos um advogado para fazer uma análise preliminar ou um direito preventivo para saber se há algum problema com aquele contrato que estamos assinando. Motivo pelo qual os advogados estão felizes da vida e ganhando muito dinheiro. Claro, eles são sempre o curativo! Quando recebemos uma intimação e temos um prazo pré-determinado para nos apresentar ao juiz, contratamos um advogado e quanto menor o prazo, mais caros ficam os honorários. Por quê? Porque não temos a cultura da prevenção.
Srs. deputados, teria outro assunto a tratar, mas o farei em outro dia. Quero falar sobre energia nuclear, pois entendi um pouco mais sobre isso. Deixo os parabéns a todos os envolvidos nessa questão da prevenção de acidentes nucleares no estado do Rio de Janeiro, à Defesa Civil e às empresas que implementam medidas de prevenção, que preparam os seus trabalhadores, um cuidado que deveria ser feito em todas as áreas. Ainda quero, em outra ocasião, falar, especificamente, sobre energia nuclear e também sobre o acompanhamento feito na empresa, que deveria ser implantado em outras empresas.
Muito obrigado, sr. presidente!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)
srs. deputados, público que nos acompanha pela TVAL, ouvintes da Rádio Alesc Digital, catarinenses que acompanham aqui o trabalho dos parlamentares, venho hoje à tribuna para deixar algumas coisas registradas em relação à minha viagem ao estado de Rio de Janeiro, a convite da Defesa Civil Nacional, para participar de uma simulação nas usinas nucleares Angra I e Angra II, procedimento feito em anos ímpares, para um eventual acidente nuclear.
O sistema de prevenção e segurança das usinas Angra I e Angra II está distribuído da seguinte forma: em anos pares é feito um treinamento e um exercício interno, nos centros de referência e nos centros das usinas, tanto no local de fábrica como nos centros que existem em Brasília, São Paulo e outros lugares. Nos anos ímpares, inclusive hoje está acontecendo porque seriam dois dias, envolve toda a estrutura de Defesa Civil, Exército, Marinha, Aeronáutica, sociedade civil, empresas, imprensa, ou seja, todo o sistema.
Fomos até lá participar desse exercício e o que trago, sr. presidente, é que nós, quando falamos em exercício de evacuação e, principalmente, de prevenção, ainda estamos muito longe, a realidade de Santa Catarina ainda está muito longe.
Por isso, como presidente da comissão de Proteção Civil desta Casa, estou tentando construir todo o processo da comissão exatamente na prevenção, para trabalharmos a prevenção, porque observamos que a prevenção nas usinas Angra I e Angra II está no DNA da empresa e dos trabalhadores. O que é estar no DNA? É estar a todo momento fazendo prevenção, praticando prevenção para que no momento em que alguma coisa acontecer, saber como agir.
Infelizmente, deputado Neodi Saretta, não existe essa prevenção de catástrofes no Brasil. Por isso, estamos elaborando na comissão de Proteção Civil um projeto para instituir na grade curricular das escolas aulas de proteção civil. Recentemente, aconteceu o tsunami no Japão, e quando as crianças daquela área viram o mar recuando, elas correram para um morro porque sabiam que aquilo era um tsunami. Se fosse aqui, iríamos até a praia para saber por que o mar estava secando. Por quê? Porque não existe a cultura de prevenção! Quando falo em prevenção, estou falando também das construções irregulares ribeirinhas, que existem muito em Santa Catarina. Em Joinville, o rio Mathias passa debaixo de prédios de 12 andares, como o edifício Manchester. Ou seja, não tivemos essa preocupação de não ocupação de áreas de risco e agora ficamos com esse legado muito ruim para fazer a recuperação.
Nas usinas nucleares do Rio de Janeiro, todo dia 10, às 10h, soam os alarmes em raios de 3km, 5km, 15km e até 50km da planta da usina, e em cada raio existem uma série de procedimentos a serem feitos para a prevenção. Ontem nós acompanhamos o exercício e, inclusive, estavam lá ministros do Tribunal de Contas, deputados federais, este deputado representando a proteção civil de Santa Catarina e 20 observadores internacionais. Eles simulam alguns procedimentos e nos centros de emergência e de tomada de decisão eles vão, em videoconferência, tratando e trabalhando. Até o Exército montou um hospital de campanha para que, num momento de interrupção da rodovia Rio/Santos, possa ser feito o atendimento aos possíveis acidentados. Ou seja, movimentou-se toda uma estrutura no exercício, chegando ao ponto de evacuar as usinas I e II, depois do toque da sirene.
Quem me acompanhou pelo Twitter sabe disso, e quem não me acompanhou, pode acessar ver as fotos e as coisas que eu ia passando simultaneamente às pessoas.
Pode ver, deputado Ismael dos Santos, que quando estávamos lá no ponto mais alto, onde todos as pessoas estavam acompanhando o momento da evacuação da usina, por mais que soubéssemos que era um treinamento, por mais que o sistema de som avisasse, quando soou o alarme, deputado Neodi Saretta, a sirene, queira ou não queira, todos ficaram com medo.
Mas o que me chamou a atenção é que as pessoas saíram normalmente, todas tinham um ponto de encontro durante o procedimento de evacuação através de ônibus. Há coisas que parecem simples, mas na hora em que ocorre uma emergência, tornam-se fundamentais. Por exemplo, deputado Neodi Saretta, ninguém estaciona um carro nos estacionamentos das usinas virado para frente, todos têm que estacionar de ré. É um procedimento para que no momento de emergência e evacuação todos possam pegar seus carros rapidamente. São procedimentos pequenos que na verdade, se todos os estacionamentos fizessem isso, pedissem para que todos os motoristas estacionassem de ré, evitaria um monte de problemas na hora de sair. Ou seja, são pequenas coisas que estão no DNA da prevenção.
Nós ainda precisamos aprender muito sobre prevenção, e quando falo disso, não é apenas nesta questão da defesa civil, mas da prevenção da saúde.
Quando pedimos para qualquer criança fazer um desenho sobre a saúde no estado, nos municípios, o que ela faz? A maioria vai desenhar uma cruz vermelha? De quê? De um hospital. Mas hospital não é saúde, e sim, doença. Quem vai para o hospital, é porque está doente, mas em nossa concepção, quando pensamos em saúde, logo lembramos de hospital. Por quê? Porque não trabalhamos a prevenção em todos os sentidos.
Na área do direito, deputado Reno Caramori, dificilmente contratamos um advogado para fazer uma análise preliminar ou um direito preventivo para saber se há algum problema com aquele contrato que estamos assinando. Motivo pelo qual os advogados estão felizes da vida e ganhando muito dinheiro. Claro, eles são sempre o curativo! Quando recebemos uma intimação e temos um prazo pré-determinado para nos apresentar ao juiz, contratamos um advogado e quanto menor o prazo, mais caros ficam os honorários. Por quê? Porque não temos a cultura da prevenção.
Srs. deputados, teria outro assunto a tratar, mas o farei em outro dia. Quero falar sobre energia nuclear, pois entendi um pouco mais sobre isso. Deixo os parabéns a todos os envolvidos nessa questão da prevenção de acidentes nucleares no estado do Rio de Janeiro, à Defesa Civil e às empresas que implementam medidas de prevenção, que preparam os seus trabalhadores, um cuidado que deveria ser feito em todas as áreas. Ainda quero, em outra ocasião, falar, especificamente, sobre energia nuclear e também sobre o acompanhamento feito na empresa, que deveria ser implantado em outras empresas.
Muito obrigado, sr. presidente!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)