Pronunciamento
Kennedy Nunes - 014ª SESSÃO ORDINÁRIA
Em 12/03/2013
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Sr. presidente, srs. deputados, público que nos acompanha através da TVAL, da Rádio Alesc Digital, colegas da Imprensa, funcionários desta Casa, gostaria de falar sobre alguns assuntos, mas, primeiramente, gostaria de aproveitar a deixa do deputado Dirceu Dresch com relação à manifestação que está havendo aqui no dia de hoje.
Temos um problema neste país com relação a essa questão das áreas indígenas. Há pouco tempo, perto do Sinuelo, em Araquari, houve uma discussão com relação a uma área que dizem que é indígena - inclusive, o deputado Nilson Gonçalves conhece muito bem este assunto, é um grande especialista neste assunto dos indígenas de Araquari - e devido ao impasse, foi feito um levantamento e chegou-se à conclusão de que havia índio até vindo do Paraguai. Ou seja, importaram índios lá do "paracopaco", onde dizem: la garantia soy yo. Tudo isso para dizer que aquelas eram áreas indígenas. E nós sabemos a história de índios lá da região, mas nada sabemos dos índios do Paraguai. Não há a possibilidade de começarmos a defender os índios do Paraguai. Acho que a questão indígena deve ser respeitada, deve ser defendida, mas não com estrangeiros que colocam aqui para fazer esse tipo de processo.
Então, essa é uma questão que deve, sim, ser resolvida e o governo federal deve tratar isso com muita responsabilidade. Entendo que a bancada do Partido dos Trabalhadores, que é do governo federal, poderá dar uma resposta muito positiva com relação a este tratamento.
Mas, sr. presidente, srs. deputados, no último sábado, deputado Silvio Dreveck, o nosso município de Joinville completou 162 anos, no dia 9 de março, e as coisas por lá não andam muito bem, estão difíceis. Tenho tentado segurar-me, mas não dá, sou obrigado a falar porque eu acho que algumas notícias não estão chegando ao governador Raimundo Colombo com relação à cidade de Joinville. Olha, tá complicado!
As escolas estaduais estão fechadas. Na maternidade Darci Vargas, um médico faz 12 partos por dia. A segurança está complicada! Tive meu escritório roubado no domingo, ao meio-dia e comecei a minha peregrinação às 15h de domingo para fazer um Boletim de Ocorrência, que consegui fazer, apenas, na segunda, às 19h.
Deputado Padre Pedro Baldissera, está complicado lá em Joinville! A todo o momento o Ministério Público Federal está pedindo a prisão do secretário Dalmo Claro de Oliveira porque não consegue atender às reivindicações e as exigências feitas pelo Ministério Público.
Eu não posso ficar, de jeito nenhum, calado quando vejo uma secretaria de Desenvolvimento Regional de Joinville inerte, incompetente, não deixando as coisas se resolverem e querendo empurrar o problema.
O problema, deputado Silvio Dreveck, é que vamos à SDR para forçar a solução das escolas fechadas e a SDR diz que a solução está em Florianópolis, na secretaria da Educação. Daí quando vamos falar na secretaria para cobrar, dizem que a solução está na SDR.
Se estão fazendo isso com um parlamentar, imaginem o que fazem com um cidadão comum, deputado Padre Pedro Baldissera! Eu não vou me calar! Não é porque eu sou do partido do governador e faço parte da base governista que vou me calar ao ver a minha cidade, Joinville, sofrendo dessa forma! Não! Eu tenho compromisso com a minha cidade! Eu não tenho compromisso com aquilo que está errado!
De acordo com uma pesquisa feita agora, deputado Dirceu Dresch, 82% dos catarinenses acham que a Secretaria de Desenvolvimento Regional é cabide de emprego. Lá em Joinville mesmo não é um cabide, é uma arara, de tanta gente que tem pendurada lá. Mas quando é para resolver e atender à comunidade vem o vírus e a síndrome de Adão e Eva.
Os senhores conhecem a síndrome de Adão e Eva? Deus chegou ao Paraíso e disse: "Vocês podem comer de tudo, menos do fruto proibido". Daí Eva se enganou, comeu do fruto, os dois descobriram a sua nudez e esconderam-se, já que ao final do dia o Criador sempre vinha visitá-los para conversar e perguntar: "Adão e Eva, como foi o dia de vocês"? Um dia Deus chegou ao Paraíso e Adão e Eva tinham sumido. Deus gritou: "Adão, onde tu andas"? Adão, envergonhado, respondeu: "Eu estou escondido, senhor". "Por que estás escondido"? "Porque Eva me enganou". Daí Deus perguntou para Eva o que aconteceu e ela respondeu: "Foi a serpente que me enganou, Criador". Como serpente não podia falar, paga até hoje, rastejando.
Assim está acontecendo lá em Joinville. Adão é a SDR, porque quando procuram a solução na SDR dizem que ela está em Florianópolis. E quando chegam à capital, que seria Eva, dizem que a solução não está aqui, e sim lá. Assim, o que está acontecendo? O povo está rastejando, não tendo atendimento na Maternidade Darcy Vargas.
Eu nasci na Maternidade Darcy Vargas, em 1970, que já recebeu um prêmio internacional, que já foi destaque no Brasil inteiro. De todas as maternidades públicas do país, a Maternidade Darcy Vargas, que já recebeu um prêmio internacional, hoje está recebendo a visita de um promotor federal com uma intimação para prender o secretário, porque tem uma reforma lá, deputado Nilson Gonçalves - e v.exa. também conhece -, que está há pelo menos quatro anos para acontecer e não acontece. E a Maternidade Darcy Vargas não atende somente a Joinville. Ela atende a Araquari e a Barra do Sul, que são cidades que não têm maternidades e, portanto, a população vai até lá para ser atendida.
Eu não vou colocar a culpa no governador por duas razões. Primeiro, porque o governador herdou do ex-governador Luiz Henrique da Silveira um estado oco e falido, com as escolas num caos.
Aquilo que não tem manutenção, que não tem cuidado, uma hora cai. O carro que não é cuidado vai quebrar. Até os nossos casamentos, se não tiver manutenção, o que vai acontecer? Vai acabar! As coisas também precisam de cuidado.
O governador assumiu essa maldita situação caótica das escolas, com a enrolação das secretarias de Desenvolvimento Regional que nada fazem. Mas o arara está lá, cheio de cabides de emprego. Meu Deus do céu, deputada Luciane Carminatti, em Joinville as SDRs são tudo do PMDB. É impressionante!
Venho aqui deixar registrado, nesta tribuna, neste momento, a minha fala de protesto pela forma como a secretaria de desenvolvimento Regional de Joinville está tratando Joinville, pela forma como a secretaria estadual da Saúde tem tratado Joinville. Está aqui o meu protesto, o protesto de alguém que conhece a realidade, sabe dos meandros políticos, sabe das coisas, como se faz. E venho aqui porque não posso ficar calado.
Quando pego o jornal e vejo que 1.500 crianças estão sem aulas, que tem um médico fazendo 12 partos por dia, porque há um único médico na maternidade Darci Vargas, quando vejo que o nosso hospital Regional não tem médicos, que os médicos plantonistas, aliás, os cirurgiões estão fazendo como se fosse plantonistas, o que é antiético... E a própria Associação Catarinense de Medicina colocou essas irregularidades.
O governador vai lá, deputado Silvio Dreveck, anuncia obras, anuncia dinheiro, anuncia, e os seus subalternos não estão conseguindo resolver, não está acontecendo nada.
As pessoas estão agoniadas, estão sofrendo. Assim não dá! Tem que haver mudanças na área da Saúde, na área das secretarias regionais, mudança na área das questões da cidadania e justiça, porque foi lá em Joinville que aconteceu aquele absurdo e que acabou sendo o estopim para os últimos atentados em Santa Catarina. Tem que haver mudança na questão da segurança.
Não é possível eu ficar desde às 16h de domingo até as 18h de segunda-feira atrás de alguém que faça um Boletim de Ocorrência, pelo roubo que aconteceu no escritório onde eu trabalho. Essa é a verdade. E quero deixar aqui registrado o meu descontentamento, o meu desagravo a essa forma com que Joinville está sendo tratado pela secretaria de Desenvolvimento Regional de Joinville, pela secretaria estadual da Saúde e também em outras áreas que o governo está deixando a desejar.
Governador Raimundo Colombo, estão enganando o senhor, e estou preocupado!
Muito obrigado, sr. presidente!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)
Temos um problema neste país com relação a essa questão das áreas indígenas. Há pouco tempo, perto do Sinuelo, em Araquari, houve uma discussão com relação a uma área que dizem que é indígena - inclusive, o deputado Nilson Gonçalves conhece muito bem este assunto, é um grande especialista neste assunto dos indígenas de Araquari - e devido ao impasse, foi feito um levantamento e chegou-se à conclusão de que havia índio até vindo do Paraguai. Ou seja, importaram índios lá do "paracopaco", onde dizem: la garantia soy yo. Tudo isso para dizer que aquelas eram áreas indígenas. E nós sabemos a história de índios lá da região, mas nada sabemos dos índios do Paraguai. Não há a possibilidade de começarmos a defender os índios do Paraguai. Acho que a questão indígena deve ser respeitada, deve ser defendida, mas não com estrangeiros que colocam aqui para fazer esse tipo de processo.
Então, essa é uma questão que deve, sim, ser resolvida e o governo federal deve tratar isso com muita responsabilidade. Entendo que a bancada do Partido dos Trabalhadores, que é do governo federal, poderá dar uma resposta muito positiva com relação a este tratamento.
Mas, sr. presidente, srs. deputados, no último sábado, deputado Silvio Dreveck, o nosso município de Joinville completou 162 anos, no dia 9 de março, e as coisas por lá não andam muito bem, estão difíceis. Tenho tentado segurar-me, mas não dá, sou obrigado a falar porque eu acho que algumas notícias não estão chegando ao governador Raimundo Colombo com relação à cidade de Joinville. Olha, tá complicado!
As escolas estaduais estão fechadas. Na maternidade Darci Vargas, um médico faz 12 partos por dia. A segurança está complicada! Tive meu escritório roubado no domingo, ao meio-dia e comecei a minha peregrinação às 15h de domingo para fazer um Boletim de Ocorrência, que consegui fazer, apenas, na segunda, às 19h.
Deputado Padre Pedro Baldissera, está complicado lá em Joinville! A todo o momento o Ministério Público Federal está pedindo a prisão do secretário Dalmo Claro de Oliveira porque não consegue atender às reivindicações e as exigências feitas pelo Ministério Público.
Eu não posso ficar, de jeito nenhum, calado quando vejo uma secretaria de Desenvolvimento Regional de Joinville inerte, incompetente, não deixando as coisas se resolverem e querendo empurrar o problema.
O problema, deputado Silvio Dreveck, é que vamos à SDR para forçar a solução das escolas fechadas e a SDR diz que a solução está em Florianópolis, na secretaria da Educação. Daí quando vamos falar na secretaria para cobrar, dizem que a solução está na SDR.
Se estão fazendo isso com um parlamentar, imaginem o que fazem com um cidadão comum, deputado Padre Pedro Baldissera! Eu não vou me calar! Não é porque eu sou do partido do governador e faço parte da base governista que vou me calar ao ver a minha cidade, Joinville, sofrendo dessa forma! Não! Eu tenho compromisso com a minha cidade! Eu não tenho compromisso com aquilo que está errado!
De acordo com uma pesquisa feita agora, deputado Dirceu Dresch, 82% dos catarinenses acham que a Secretaria de Desenvolvimento Regional é cabide de emprego. Lá em Joinville mesmo não é um cabide, é uma arara, de tanta gente que tem pendurada lá. Mas quando é para resolver e atender à comunidade vem o vírus e a síndrome de Adão e Eva.
Os senhores conhecem a síndrome de Adão e Eva? Deus chegou ao Paraíso e disse: "Vocês podem comer de tudo, menos do fruto proibido". Daí Eva se enganou, comeu do fruto, os dois descobriram a sua nudez e esconderam-se, já que ao final do dia o Criador sempre vinha visitá-los para conversar e perguntar: "Adão e Eva, como foi o dia de vocês"? Um dia Deus chegou ao Paraíso e Adão e Eva tinham sumido. Deus gritou: "Adão, onde tu andas"? Adão, envergonhado, respondeu: "Eu estou escondido, senhor". "Por que estás escondido"? "Porque Eva me enganou". Daí Deus perguntou para Eva o que aconteceu e ela respondeu: "Foi a serpente que me enganou, Criador". Como serpente não podia falar, paga até hoje, rastejando.
Assim está acontecendo lá em Joinville. Adão é a SDR, porque quando procuram a solução na SDR dizem que ela está em Florianópolis. E quando chegam à capital, que seria Eva, dizem que a solução não está aqui, e sim lá. Assim, o que está acontecendo? O povo está rastejando, não tendo atendimento na Maternidade Darcy Vargas.
Eu nasci na Maternidade Darcy Vargas, em 1970, que já recebeu um prêmio internacional, que já foi destaque no Brasil inteiro. De todas as maternidades públicas do país, a Maternidade Darcy Vargas, que já recebeu um prêmio internacional, hoje está recebendo a visita de um promotor federal com uma intimação para prender o secretário, porque tem uma reforma lá, deputado Nilson Gonçalves - e v.exa. também conhece -, que está há pelo menos quatro anos para acontecer e não acontece. E a Maternidade Darcy Vargas não atende somente a Joinville. Ela atende a Araquari e a Barra do Sul, que são cidades que não têm maternidades e, portanto, a população vai até lá para ser atendida.
Eu não vou colocar a culpa no governador por duas razões. Primeiro, porque o governador herdou do ex-governador Luiz Henrique da Silveira um estado oco e falido, com as escolas num caos.
Aquilo que não tem manutenção, que não tem cuidado, uma hora cai. O carro que não é cuidado vai quebrar. Até os nossos casamentos, se não tiver manutenção, o que vai acontecer? Vai acabar! As coisas também precisam de cuidado.
O governador assumiu essa maldita situação caótica das escolas, com a enrolação das secretarias de Desenvolvimento Regional que nada fazem. Mas o arara está lá, cheio de cabides de emprego. Meu Deus do céu, deputada Luciane Carminatti, em Joinville as SDRs são tudo do PMDB. É impressionante!
Venho aqui deixar registrado, nesta tribuna, neste momento, a minha fala de protesto pela forma como a secretaria de desenvolvimento Regional de Joinville está tratando Joinville, pela forma como a secretaria estadual da Saúde tem tratado Joinville. Está aqui o meu protesto, o protesto de alguém que conhece a realidade, sabe dos meandros políticos, sabe das coisas, como se faz. E venho aqui porque não posso ficar calado.
Quando pego o jornal e vejo que 1.500 crianças estão sem aulas, que tem um médico fazendo 12 partos por dia, porque há um único médico na maternidade Darci Vargas, quando vejo que o nosso hospital Regional não tem médicos, que os médicos plantonistas, aliás, os cirurgiões estão fazendo como se fosse plantonistas, o que é antiético... E a própria Associação Catarinense de Medicina colocou essas irregularidades.
O governador vai lá, deputado Silvio Dreveck, anuncia obras, anuncia dinheiro, anuncia, e os seus subalternos não estão conseguindo resolver, não está acontecendo nada.
As pessoas estão agoniadas, estão sofrendo. Assim não dá! Tem que haver mudanças na área da Saúde, na área das secretarias regionais, mudança na área das questões da cidadania e justiça, porque foi lá em Joinville que aconteceu aquele absurdo e que acabou sendo o estopim para os últimos atentados em Santa Catarina. Tem que haver mudança na questão da segurança.
Não é possível eu ficar desde às 16h de domingo até as 18h de segunda-feira atrás de alguém que faça um Boletim de Ocorrência, pelo roubo que aconteceu no escritório onde eu trabalho. Essa é a verdade. E quero deixar aqui registrado o meu descontentamento, o meu desagravo a essa forma com que Joinville está sendo tratado pela secretaria de Desenvolvimento Regional de Joinville, pela secretaria estadual da Saúde e também em outras áreas que o governo está deixando a desejar.
Governador Raimundo Colombo, estão enganando o senhor, e estou preocupado!
Muito obrigado, sr. presidente!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)