Pronunciamento

Kennedy Nunes - 083ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 08/09/2011
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Sr. presidente, srs. deputados, catarinenses, imprensa, quero abordar um assunto muito interessante e do qual, ao longo do tempo, percebemos a importância.
Poderíamos dizer que a humanidade passou por grandes avanços a partir da roda, da energia elétrica, da cerâmica, que fez com que a população da época pudesse armazenar mantimentos. Depois, tivemos um momento mais moderno, mais atual, com a televisão, o telefone, a internet e, no caso da internet, houve o avanço da rede mundial, que logo depois perdeu um pouco para a telefonia móvel. Lembro-me que, há pouco tempo, a telefonia móvel era coisa para rico. Quando poderíamos imaginar que a telefonia móvel no Brasil teria mais aparelhos telefônicos do que habitantes?
Quando da implantação da telefonia móvel, pagava-se tanto para receber uma ligação quanto para ligar. Lembro-me que quando isso acabou, Jô Soares, que era garoto propaganda desse novo momento da telefonia celular, dizia: "Alô, fala quem paga!" Ou seja, houve uma evolução!
Hoje a telefonia móvel está vivendo um momento em que todos têm um aparelho. Veio a evolução de paga quem liga, veio a evolução dos pré-pagos, pós-pagos e dos tablets. Com o sistema 3G, veio a possibilidade de ter, via telefone, por exemplo, acesso à internet, ou seja, um sistema de dados para acessar a rede mundial. Com isso veio o que hoje está derrubando governos, está promovendo passeatas, como a que ocorreu ontem, em Brasília, contra a corrupção, conclamada pelas tais redes sociais. O Orkut já é uma coisa mais antiga, pois hoje já temos o Facebook, que está ocupando um grande espaço e, principalmente, o Twitter, que praticamente é o que uso.
Gostaria de falar um pouquinho sobre isso, porque essas redes sociais proporcionaram ao cidadão comum a possibilidade de ter, a preços reduzidos, a informação on-line, no momento em que está acontecendo. E elas servem tanto para transparência dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, quanto para a transparência do nosso mandato, para dizer onde estamos e o que estamos fazendo. Hoje não há somente tablets ou smartphones, que são modernos aparelhos telefônicos, há também os Ipads e os galaxys da vida, ou seja, isso vai sofrer uma evolução muito grande. Em Curitiba existe a Positivo, que já está lançando no mercado alguns tablets, dando a possibilidade de a pessoa estar on-line com a notícia.
Gostaria, sr. presidente, de falar exatamente desse serviço, que v.exa. usa muito bem, num momento de emergência. Como presidente da comissão de Defesa Civil desta Casa, acredito que a informação, num momento de emergência, é extremamente importante, ao ponto de desenvolvermos, juntamente com o Centro de Apoio a Emergências, o Ceped, da Universidade Federal de Santa Catarina, um seminário aprovado esta semana pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Gelson Merisio, que vamos realizar ao longo dos próximos meses, através da UFSC e da Escola do Legislativo, para aprender como agir na proteção civil.
O que é isso? Quando se fala em proteção civil, refere-se a antes, durante e depois do episódio. Não podemos ter a informação, como estamos tendo hoje, por exemplo, nas redes sociais. Antes de ocupar esta tribuna estava vendo a foto da cidade de Blumenau quase tomada pelas águas. Estou acompanhando, por exemplo, pelo Twitter que Rio do Sul, cidade do deputado Jailson Lima, está com grandes problemas causados pelas chuvas.
Mas o que precisamos, srs. deputados, para nos prevenir ou usar melhor a informação disponibilizada pelas redes sociais, fazer com que ela possa ser utilizada de forma correta, para não criarmos pânico, por exemplo.
Quando aconteceu a enchente, em 2008, no Morro do Baú, deputado José Milton Scheffer, o prefeito de Ilhota reclamou porque um jornalista, em rede nacional, veiculou uma matéria dizendo que a cidade estava destruída, quando, na verdade, tratava-se apenas de um bairro, de uma pequena localidade. Isso trouxe benefícios para a cidade? Não. Trouxe malefícios! Sim. Por quê? Porque grande parte do município vive da confecção de lingerie, e quando as pessoas tomaram conhecimento da "destruição", entre aspas, de toda a cidade, o que não era verdade, pararam de acorrer ao comércio de Ilhota e houve uma queda significativa no movimento econômico.
Então, temos que aprimorar algumas questões, o sincronismo da informação. Temos que saber utilizar a informação para não criar pânico, mas, também, para incutir nas pessoas a preocupação da prevenção. E esse seminário que realizaremos nos próximos meses com a Universidade Federal de Santa Catarina e com a Escola do Legislativo, objetiva justamente preparar as fontes, ou seja, a assessoria das prefeituras, do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar, da Polícia Civil, das Câmaras de Vereadores, enfim, visa preparar todos os envolvidos na defesa civil, ou seja, as fontes, que vão passar as informações para os veículos. E estaremos trabalhando com rádios, TVs, jornais, blogueiros e todos que queiram fazer esse curso.
Há pouco, um cidadão que estava indo para o sul postou no Twitter, ao passar pelo morro de Paulo Lopes, que as pessoas tivessem cuidado ao passar por aquele trecho e olhassem para cima porque a terra estava escorregando. Isso é instantaneidade!
Quando fiz a faculdade de Jornalismo, falávamos que o rádio sempre ia ser o rádio por causa da instantaneidade. O jornal, por outro lado, sai sempre um dia depois do fato acontecido; a televisão exige a edição para colocar ao meio-dia o que aconteceu pela manhã; à noite, o que aconteceu à tarde; e no fim da noite, o que aconteceu no início dela. Mas hoje o rádio está perdendo para as redes sociais. A instantaneidade agora é on-line nas redes sociais.
Nós, como parlamentares, podemos aprender a trabalhar com as redes sociais não somente na interação com o eleitor, com o cidadão comum, mas utilizá-las para divulgar, para trazer a informação, a prevenção a Santa Catarina. Infelizmente, cada dia estamos sofrendo mais por conta das chuvas, das enxurradas, do granizo, enfim, de todas essas questões climáticas que geram emergências.
Parabéns a todos os que estão utilizando corretamente a informação. Parabéns aos cidadãos comuns, que fazem da rede social um meio de defesa. E que este Parlamento utilize as redes sociais e suas informações cada vez mais, principalmente em momentos de dificuldade.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)