Pronunciamento

Kennedy Nunes - 093ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 16/10/2013
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Sr. presidente, senhores e senhoras que nos acompanham pela TVAL, pela Rádio Alesc Digital, catarinenses aqui presentes, quero trazer, nesta tribuna, dois assuntos e depois, logo em seguida, o deputado Maurício Eskudlark também vai compartilhar o tempo com este deputado.
Trago aqui, sr. presidente, um e-mail que recebi e que todos os deputados receberam, mas estou fazendo aqui o registro da moradora da cidade de Penha, Adelly Cristine, que escreveu para todos nós o seguinte:
(Passa a ler.)
"Prezados.
Esse fim de semana fui vítima de arrombamento em minha casa e nos levaram o pouco que tínhamos. Somos trabalhadores, pessoas de bem, que lutam dia-a-dia para ganhar dinheiro para viver. Todas as noites, inclusive aos finais de semana, temos a notícia de que houve assalto, arrombamento, roubo ou furto em nossa cidade. Sei que esse problema é nacional. Mas nossa cidade é pequena e acredito ser mais fácil resolver. Temos 2 policiais civis pra cidade inteira e 1 viatura da PM pra toda a cidade também.
Só na noite de sábado, quando liguei para a emergência da PM de Penha, havia 6 ocorrências de assalto e estamos esperando a polícia na nossa casa desde então. Não apareceram.
A comunidade está com medo, se sair de casa ela pode ser arrombada e se ficar em casa pode ser assaltada!
Peço às autoridades do governo de SC para tomar providência quanto a nossa segurança pública. Nossa Administração Municipal nada faz. Será que estão esperando serem vítimas também para tomarem uma providência?
Vamos ver se alguém responde a mera anônima de 2013, mas eleitora de 2014.
Adelly."[sic]
Adelly, estou fazendo o seu registro aqui porque sei que esse deve ser o clamor de muitas pessoas não só da cidade de Penha, mas de todo estado de Santa Catarina.
Quero reforçar esse seu e-mail dizendo que o comando da Polícia Militar tem que ver que é preciso colocar mais policiais nas cidades e não ficar discriminando mulheres que passaram no concurso e que agora estão aptas a serem chamadas, e não estão sendo chamadas por uma questão machista do comando.
Então, governador, a situação está feia na cidade de Penha. Está lido o seu e-mail, Adelly, e com certeza vamos levar isso à frente!
Há um segundo assunto que quero abordar. Ontem eu falei aqui sobre a diarista Rozevelde Silva, de 55 anos, que na quinta-feira se acorrentou na frente do Hospital Municipal São José para chamar a atenção sobre uma cirurgia que ela estava esperando há dois anos para ser realizada. Aí ela se acorrentou na frente do Hospital Municipal São José, a direção do hospital se reunião e disse o seguinte: "Olha, pode esperar"! Eu falei aqui que um diretor do hospital diz isso porque não é a mãe dele! Se fosse a mãe dele ele dava um jeitinho!
Ontem, como não resolveu o que ela fez na frente do hospital, a sra. Rozevelde acorrentou-se na frente da prefeitura. Quando o prefeito Udo Dohler chegou e viu a mulher acorrentada, lembrou-se daquele episódio da corrente da Dohler. Meu Deus, quando falam em corrente perto do prefeito, ele se arrepia! Aí ele chamou o diretor, o secretário de Saúde e disse para resolverem a situação, pois a mulher estava lá presa na corrente!
Pois bem, conseguiram resolver e hoje está aqui no jornal A Notícia a seguinte manchete: "Conseguiu, mas precisou se acorrentar". Isso daqui deve ser um desacato para o prefeito Udo Dohler. Mas, tudo bem.
Agora quero chamar a atenção se, porventura, tem alguém que vende corrente para ir lá para Joinville vender corrente. Porque parece que para chamar a atenção e para o prefeito Udo Dohler resolver o problema, o negócio é corrente. A palavra é corrente!
Na mesma matéria que fala que a dona Rozevelde conseguiu a cirurgia, tem uma nota que diz que a dona Rozevelde faz parte de uma fila de 1.700 pessoas que estão na fila só de cirurgia de ortopedia. Portanto, vai precisar de 1.700 correntes.
Mas quero fazer uma proposta aqui: se é com corrente que se resolve as coisas lá em Joinville, eu vou lançar a moda de amarrar uma corrente no parachoque dos veículos para lembrar o prefeito que as ruas estão esburacadas. Já pensaram todos os carros lá em Joinville rodando com uma correntinha pendurada para lembrar o prefeito que há buracos! Quem sabe devemos amarrar uma corrente nos ônibus para lembrar que a passagem, apesar de ter sido diminuída, foi aumentada acima da inflação! Talvez devêssemos amarrar uma correntinha na receita do remédio que os médicos estão dando nos postos de saúde que ainda estão funcionando em Joinville para lembrar-se da falta de medicamentos que está ocorrendo até para pressão arterial e para diabetes, medicamentos de uso contínuo, deputado Aldo Schneider!
Então, quero parabenizar prefeito Udo Döhler, porque corrente chamou a atenção, mas ele resolveu a vida de uma das 1.700 de ortopedia. Mas tem ainda mais 7.000 de oftalmologia.
Quero saber quantas cirurgias de varizes o hospital São José fez este ano. Só de varizes não foi feita nenhuma, de fevereiro para cá. Nenhuma cirurgia. Essa é a situação.
Deixo registrado mais uma vez aqui esta minha palavra. Estou fazendo isso porque estou cobrando aquilo que foi prometido na eleição, ou seja, que iria resolver o problema da saúde, os problemas dos postos médicos. Mas o Jardim Edilene continua com o posto médico fechado, pagando aluguel, e até agora nada! Os moradores do loteamento estão sendo atendidos em outro bairro, na parte da tarde, porque não está funcionando.
Parabéns à dona Rosivelde que fez com que para a sua ação fosse chamada a atenção. Mas tem 1.700 pessoas só em ortopedia esperando por uma cirurgia no hospital São José. E não me digam que isso foi prejudicado por conta da demissão dos médicos de lá. Não! Não foi isso. É fato antigo que o governo Udo Döhler tem, sim, a obrigação de resolver. Mas por favor, então, ele que resolva, porque costumava falar muito que era problema de gestão, gestão, enfim, tudo para ele era problema de gestão. Então, se é problema de gestão e ainda se precisa colocar uma corrente, não é problema de gestão. É uma verdadeira vergonha o que está acontecendo.
Muito obrigado.
(SEM REVISÃO DO ORADOR)