Pronunciamento
Kennedy Nunes - 077ª SESSÃO ORDINÁRIA
Em 10/09/2013
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Sr. presidente, srs. deputados, público que nos acompanha pela Rádio Alesc Digital e pela TVAL, catarinenses que acompanham nesta Casa a tramitação do projeto de lei que está na Casa e que é do interesse da Fetaesc.
Venho hoje falar sobre algo bastante complicado, deputados. Temos, em Joinville, o Hospital Municipal São José, e o deputado Antônio Aguiar conhece bem, que é um centro de referência na área da ortopedia. Todos os pacientes da região que precisam do setor de ortopedia têm o Hospital São José como referência. Como o município está em gestão plena e como o referido hospital é referência regional em ortopedia, ele acaba recebendo mais recursos do ministério da Saúde.
O sr. Roberto Lepper, juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública de Joinville, atendendo a uma ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público, deu o prazo para que até o dia 15 de agosto a prefeitura dê uma solução definitiva para a demanda na especialidade de ortopedia.
Eu aprendi que decisão de juiz não se contesta ou se comenta, cumpre-se. Pois bem, até hoje, 10 de setembro, o secretário da Saúde, dr. Armando Dias Pereira Júnior, sequer respondeu ao juiz, num flagrante desrespeito e descumprimento de uma ordem judicial, de uma decisão judicial, na qual o Judiciário determina que em determinado prazo a secretaria municipal de Saúde apresente um plano para conseguir zerar as filas no setor de traumatologia, até porque o Hospital Municipal São José é referência regional na área.
Trata-se, repito, de um silêncio macabro do secretário de Saúde do município de Joinville.
Além disso, agora a prefeitura vem fazendo como fez a presidente Dilma Rousseff, ou seja, ensaios para tirar a atenção da imprensa, sair um pouco do foco, e diante de manifestações fala como a presidente Dilma falou em reforma da Constituição. A presidente, quando começaram as manifestações de rua fez o quê? Começou a falar em reforma política para arrefecer o calor das ruas; depois passou a sugerir a realização de um plebiscito.
Pois o governo de Udo Döhler está no mesmo caminho, tentando criar alguns artifícios para desviar a atenção do foco principal, do real problema. O real problema é que Udo Döhler dizia, quando candidato, que de hospital ele entendia, pois há mais de 40 anos tocava o Hospital Dona Helena e que em poucos meses o Hospital Municipal São José estaria uma beleza.
Mas a realidade, sr. presidente, é completamente diferente. E digo isso porque na semana passada 14 ortopedistas pediram demissão dos cargos. O prefeito disse que estavam pedindo demissão porque não queriam bater o ponto eletrônico. Foi aí que começou a ser revelada a farsa da prefeitura de Joinville sobre esse episódio, porque a Sociedade Joinvilense de Medicina e a Associação dos Ortopedistas reuniram a imprensa e com documentos provaram que a verdadeira demissão deles nada a ver tinha com o ponto eletrônico. Inclusive, um dos médicos que pediu demissão foi o dr. Marco Antônio Schueder, que durante a coletiva fez alguns relatos impressionantes.
Vou colocar as suas palavras: "Eu faço plantão toda segunda à noite no pronto socorro do hospital de São José e um final de semana a cada dois meses. Fico 48 horas dentro do hospital. No meu ultimo plantão, que foi nos dias 10 e 11 de agosto, estava com três pacientes com fraturas expostas no centro cirúrgico, um deles com fratura grave no fêmur, que precisava de um cirurgião vascular e havia um sobreaviso. Eu liguei para solicitar o cirurgião e descobri que não havia nenhum porque havia questões judiciais com o hospital. Também não havia fio de sutura para fechar os pacientes. O anestesista estava sem adrenalina, uma substância que prolonga o efeito da anestesia, e o hospital não tinha sequer dipirona."
E disse mais: "Não tem nada a ver com o ponto eletrônico! Podem checar os meus registros, os horários de entrada e saída. Os problemas são as condições técnicas. Trabalho há 21 anos no hospital e nesse tempo todo as salas do centro cirúrgico continuam sendo apenas cinco. Há apenas um aparelho de eletrocardiograma para o hospital inteiro. Somente um aparelho de raios X para os cinco centros cirúrgicos. Dentro do hospital não falta comprometimento dos médicos, porque se não houvesse isso, o hospital já teria fechado as suas portas, o que faltam são recursos."
O presidente da Sociedade Joinvilense de Medicina apresentou uma série de documentos que os médicos já haviam encaminhado há muito tempo para a administração pública relatando a falta de condições mínimas de trabalho no Hospital Municipal São José, que é referência no setor de traumatologia, mas nada foi feito.
Aí fica a seguinte pergunta: prefeito Udo, onde está a sua experiência em gestão hospitalar? Em nove meses se forma uma vida, mas a gestão do hospital ainda não aconteceu. As filas continuam e agora está pior ainda, porque os médicos estão pedindo demissão, porque não têm mais condições de trabalho.
Enquanto isso, a prefeitura fica querendo criar um circo para desviar o foco das atenções do verdadeiro problema, dizendo que os médicos estão pedindo demissão porque não querem bater o ponto.
Eu vou continuar cobrando desta tribuna, porque este é o meu papel! Cobrar ações, sim, do município. E não me venham dizer que o Hospital Municipal São José está nessa situação porque o governo do estado não está ajudando, porque o governo do estado está ajudando, sim! No último ano liberou R$ 14 milhões. O que falta é gestão! Ou melhor, como dizia o candidato Udo Döhler na campanha, "geston"! Pois bem, a tal "geston" não está funcionando no Hospital Municipal São José e o povo continua sofrendo.
Reitero o que já disse, trata-se da armação de um circo para desviar a atenção da mídia e não atender à ordem judicial. Parem de fazer toda essa palhaçada...
(Discurso interrompido por término do horário regimental.)
(SEM REVISÃO DO ORADOR)
Venho hoje falar sobre algo bastante complicado, deputados. Temos, em Joinville, o Hospital Municipal São José, e o deputado Antônio Aguiar conhece bem, que é um centro de referência na área da ortopedia. Todos os pacientes da região que precisam do setor de ortopedia têm o Hospital São José como referência. Como o município está em gestão plena e como o referido hospital é referência regional em ortopedia, ele acaba recebendo mais recursos do ministério da Saúde.
O sr. Roberto Lepper, juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública de Joinville, atendendo a uma ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público, deu o prazo para que até o dia 15 de agosto a prefeitura dê uma solução definitiva para a demanda na especialidade de ortopedia.
Eu aprendi que decisão de juiz não se contesta ou se comenta, cumpre-se. Pois bem, até hoje, 10 de setembro, o secretário da Saúde, dr. Armando Dias Pereira Júnior, sequer respondeu ao juiz, num flagrante desrespeito e descumprimento de uma ordem judicial, de uma decisão judicial, na qual o Judiciário determina que em determinado prazo a secretaria municipal de Saúde apresente um plano para conseguir zerar as filas no setor de traumatologia, até porque o Hospital Municipal São José é referência regional na área.
Trata-se, repito, de um silêncio macabro do secretário de Saúde do município de Joinville.
Além disso, agora a prefeitura vem fazendo como fez a presidente Dilma Rousseff, ou seja, ensaios para tirar a atenção da imprensa, sair um pouco do foco, e diante de manifestações fala como a presidente Dilma falou em reforma da Constituição. A presidente, quando começaram as manifestações de rua fez o quê? Começou a falar em reforma política para arrefecer o calor das ruas; depois passou a sugerir a realização de um plebiscito.
Pois o governo de Udo Döhler está no mesmo caminho, tentando criar alguns artifícios para desviar a atenção do foco principal, do real problema. O real problema é que Udo Döhler dizia, quando candidato, que de hospital ele entendia, pois há mais de 40 anos tocava o Hospital Dona Helena e que em poucos meses o Hospital Municipal São José estaria uma beleza.
Mas a realidade, sr. presidente, é completamente diferente. E digo isso porque na semana passada 14 ortopedistas pediram demissão dos cargos. O prefeito disse que estavam pedindo demissão porque não queriam bater o ponto eletrônico. Foi aí que começou a ser revelada a farsa da prefeitura de Joinville sobre esse episódio, porque a Sociedade Joinvilense de Medicina e a Associação dos Ortopedistas reuniram a imprensa e com documentos provaram que a verdadeira demissão deles nada a ver tinha com o ponto eletrônico. Inclusive, um dos médicos que pediu demissão foi o dr. Marco Antônio Schueder, que durante a coletiva fez alguns relatos impressionantes.
Vou colocar as suas palavras: "Eu faço plantão toda segunda à noite no pronto socorro do hospital de São José e um final de semana a cada dois meses. Fico 48 horas dentro do hospital. No meu ultimo plantão, que foi nos dias 10 e 11 de agosto, estava com três pacientes com fraturas expostas no centro cirúrgico, um deles com fratura grave no fêmur, que precisava de um cirurgião vascular e havia um sobreaviso. Eu liguei para solicitar o cirurgião e descobri que não havia nenhum porque havia questões judiciais com o hospital. Também não havia fio de sutura para fechar os pacientes. O anestesista estava sem adrenalina, uma substância que prolonga o efeito da anestesia, e o hospital não tinha sequer dipirona."
E disse mais: "Não tem nada a ver com o ponto eletrônico! Podem checar os meus registros, os horários de entrada e saída. Os problemas são as condições técnicas. Trabalho há 21 anos no hospital e nesse tempo todo as salas do centro cirúrgico continuam sendo apenas cinco. Há apenas um aparelho de eletrocardiograma para o hospital inteiro. Somente um aparelho de raios X para os cinco centros cirúrgicos. Dentro do hospital não falta comprometimento dos médicos, porque se não houvesse isso, o hospital já teria fechado as suas portas, o que faltam são recursos."
O presidente da Sociedade Joinvilense de Medicina apresentou uma série de documentos que os médicos já haviam encaminhado há muito tempo para a administração pública relatando a falta de condições mínimas de trabalho no Hospital Municipal São José, que é referência no setor de traumatologia, mas nada foi feito.
Aí fica a seguinte pergunta: prefeito Udo, onde está a sua experiência em gestão hospitalar? Em nove meses se forma uma vida, mas a gestão do hospital ainda não aconteceu. As filas continuam e agora está pior ainda, porque os médicos estão pedindo demissão, porque não têm mais condições de trabalho.
Enquanto isso, a prefeitura fica querendo criar um circo para desviar o foco das atenções do verdadeiro problema, dizendo que os médicos estão pedindo demissão porque não querem bater o ponto.
Eu vou continuar cobrando desta tribuna, porque este é o meu papel! Cobrar ações, sim, do município. E não me venham dizer que o Hospital Municipal São José está nessa situação porque o governo do estado não está ajudando, porque o governo do estado está ajudando, sim! No último ano liberou R$ 14 milhões. O que falta é gestão! Ou melhor, como dizia o candidato Udo Döhler na campanha, "geston"! Pois bem, a tal "geston" não está funcionando no Hospital Municipal São José e o povo continua sofrendo.
Reitero o que já disse, trata-se da armação de um circo para desviar a atenção da mídia e não atender à ordem judicial. Parem de fazer toda essa palhaçada...
(Discurso interrompido por término do horário regimental.)
(SEM REVISÃO DO ORADOR)