Pronunciamento

Kennedy Nunes - 022ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 02/04/2013
O SR. PRESIDENTE (Deputado Kennedy Nunes) - Em virtude dos integrantes da Mesa estarem em reuniões, quero fazer uso da minha palavra, aqui mesmo da Presidência, porque preciso prestar um relatório da viagem que fiz, na semana passada, acompanhando o Instituto Lixo Zero, à cidade de São Francisco, na Califórnia. E de todas as viagens que faço representando esta Casa sempre apresento os meus relatórios não apenas aqui, mas também em meu site, diariamente, sobre a respectiva viagem.
A viagem que fizemos, catarinenses, foi impressionante, porque começamos a ver, deputado Valmir Comin, como estamos pensando atrasados em relação ao destino do lixo.
O conceito que temos aqui no Brasil quando se fala em reciclagem é o que separa. E aí tem aquele negócio da cor para o plástico, a cor para a lata, a cor para o vidro, e pensamos na separação. O americano já está pensando no destino que o lixo vai ter. Para onde vai o lixo? Para o aterro sanitário? Para a compostagem ou para a reciclagem? Nós aqui estamos muito aquém disso.
Sobre a viagem, convido os catarinenses para que possam assistir no meu site que estivemos na universidade Stanford, visitando usinas que produzem o gás metano, através da compostagem e o adubo; estivemos em reciclagens de materiais de construção; estivemos em outro lugar que é um grande brechó, onde desde o final da década de 70, no ano de 1979, eles pegam produtos e revendem, faturando US$ 3 milhões por ano apenas na revenda desses produtos que já não têm mais utilização na casa de alguém e outra pessoa quer. Estivemos também em usinas que podem atender a pequenas cidades, usinas que atendem até um milhão de habitantes, como é a usina de lixo do serviço da cidade de São Francisco, a baía de São Francisco. É muito interessante.
Antes de eu pedir um relatório, quero falar sobre um tipo de lixo que precisamos pensar, que é o lixo eletrônico. Gostaria de trazer para os catarinenses e para quem nos assiste um vídeo muito legal sobre o que vimos lá.
O Sr. Deputado Valmir Comin - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Pois não!
O Sr. Deputado Valmir Comin - Parabenizo v.exa. pelo tema ora exposto.
Ao ouvir o seu raciocínio, tive a oportunidade, juntamente com o deputado Jailson Lima, de participar da Conferência dos Brics, os cinco países emergentes: África do Sul, Rússia, Índia, Brasil e China. Visualizei na Índia uma planta de geração de energia, onde concomitantemente se produzia sulfato de amônia para fazer fertilizantes para agricultura, cinza, numa grande planta industrial, fazendo cimento e blocos para a construção civil, além da queima do lixo urbano.
Então, são quatro itens e uma planta só, como forma de agregar valor, renda e criar um processo de autossustentabilidade. E em paralelo a isso um trabalho de conscientização nas escolas de processo seletivo, bem como, através de cooperativas, premiando os alunos que separarem a maior quantidade. Enfim, assim já se consegue incutir na cabeça a médio e longo prazo uma nova conscientização, uma nova concepção de vida para se viver.
Por isso, existem valores e tecnologias, como disse, disponíveis no mundo e existem investidores, questões ambientais superadas, mas o que precisa é vontade política para fazer acontecer.
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Muito obrigado, deputado Valmir Comin.
Uma das questões muito preocupantes é o lixo eletrônico. O que fazer com a televisão antiga? Antes, tínhamos aquelas televisões com tubo de imagem, hoje são as LEDs. E fazer o que com esses tubos de imagem? Fazer o que com os computadores que estragamos ou não usamos mais?
Fomos à Califórnia visitar a empresa que é responsável por arrecadar todo o lixo eletrônico da cidade de São Francisco.
Solicito à assessoria que exiba o vídeo.
(Procede-se à exibição do vídeo.)
Está aí, portanto, um dos relatórios que fiz. Ainda tem no site outros. E eu gostaria de convidar todos para que pudessem visitar. Tem usinas de lixo, de reciclagem, tem a miniusina que transforma o lixo em gás metano. Tem a reciclagem que fazem do material de construção, na área agrícola. E tem um que é muito impressionante, da universidade de Stanford.
Estivemos nessa universidade e vistamos o hospital desta universidade que utiliza meu caro Garcia, a musica-terapia. Você entra no hospital e parece que está numa grande galeria de arte onde a música está tocando e os pacientes com máscaras e tubos dançando com seus pares. É algo impressionante!
Está no meu site esse relatório da viagem que fiz e quero prestar contas a todos. Com certeza, quem não está assistindo a essa apresentação de vídeo deve estar pensando que o deputado Kennedy Nunes está falando sozinho da sua prestação de contas. Mas já estou acostumado com isso. E muitas pessoas inclusive dizem: "Mas, deputado Kennedy Nunes, por que o senhor faz prestação de contas de viagem? Ninguém faz isso, ninguém vai ver."
Senhores, se vão ver ou não o problema é outro. Eu estou prestando contas daquilo que fui chamado a fazer. Se pessoas querem assistir, tudo bem, e fico com a minha consciência bem tranquila com relação a todas as missões que recebi para representar esta Casa. Inclusive, agora, juntamente com a minha assessoria, estou estudando para ver quais tipos de legislação, que trabalhos vamos fazer para ver essa questão do lixo.
O interessante é que às vezes encontramos entidades, ONGs e empresas fazendo campanhas para reciclar monitores, pedindo para levarem monitor, televisão, computador. E depois se fica perguntando para onde foi esse material, para onde foi o tubo da imagem da televisão. Será que foi para o aterro, para o lixão?
É como disse um dos técnicos na viagem, que seria muito melhor que essa televisão e o computador continuassem na casa da pessoa, para não agredir o meio ambiente. E fico na esperança que doando, passando adiante esses aparelhos, alguém vai dar um fim ideal para esse material.
O que estão fazendo aqui no Brasil? Trituram tudo e colocam no concreto, como se isso não fosse agredir o meio ambiente. O que é totalmente errado. Mas vamos voltar a falar sobre esse assunto.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)