Pronunciamento

Kennedy Nunes - 093ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 21/10/2014
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Sr. presidente, srs. deputados, público que nos acompanha aqui presente no plenário, telespectadores da TVAL e ouvintes da Rádio Alesc Digital, hoje venho a esta tribuna para fazer o registro - e, inclusive, na Ordem do Dia vamos ter um requerimento de minha autoria para apreciação dos srs. deputados - de uma professora da minha cidade, Joinville, que foi a vencedora da 17ª edição do Prêmio Educador Nota 10, como a educadora do ano de 2014. Esse prêmio é realizado pela Fundação Victor Civita, em parceria com a Globo e a Fundação Roberto Marinho.
Eu queria somente fazer o registro dessa grande professora, sra. Paula Aparecida Sestari, do Centro de Educação Infantil Odoríco Fortunato, na cidade de Joinville. Mas, queria deputado Padre Pedro Baldissera, que preside esta sessão, mostrar a importância do trabalho através do qual ela foi escolhida como professora do ano. Ela durante um tempo trabalhou com seus alunos no Centro de Educação Infantil Odorico Fortunato, na cidade de Joinville, mostrando a importância que tem o mangue. E quando eu estava lendo a matéria, que saiu no G1, parabenizando essa professora, deputado Dirceu Dresch, lembrei-me de que, quando criança, passava pelo mangue, lá em Joinville, que é uma coisa muito comum, e achava aquilo lá um lodo, e chegava a pensar: por que não aterram tudo isso? Parte da zona leste da cidade, parte do Guanabara, onde morei e cresci. Na rua Ursa Maior havia só mangue! Era comum as pessoas, deputado Sargento Amauri Soares, começarem a aterrar e assim iam surgindo bairros inteiros, como o Comasa da Boa Vista, Ademar Garcia, parte do Agulhas Negras, Fátima, Areião, Guanabara, que foram bairros criados a partir do aterro do mangue. Isso no final da década de 70 até meados da década de 80, quando no Espinheiros, por ocasião de uma avalanche de aterros, foi contratado um engenheiro sanitarista, recém-formado pela Universidade Federal de Santa Catarina, para fazer um trabalho de urbanização daquela área que tinha sido aterrada e também uma contenção dos aterros, para que não houvesse mais aterro nos mangues. O nome desse engenheiro sanitarista é Marco Antônio Tebaldi, hoje é deputado federal reeleito e foi prefeito da cidade.
Quando a gente observa essa professora, Paula Aparecida Sestari, vimos a importância do assunto que ela vem trazendo para os alunos do CI Odorico Fortunato na preservação e o papel importante que tem os mangues.
Eu, hoje, estava ouvindo pela CBN essa matéria e no áudio da matéria tinha a gravação de uma visitação que as crianças fizeram lá no mangue, perto de onde eles estudam. A professora perguntava o que era aquele buraquinho? E as crianças diziam que era a casinha do caranguejo. Ela perguntava: "E o caranguejo está ali?" Eles respondiam que sim. Então ela explicava que o mangue é o berçário do oceano. É onde nascem os peixinhos que depois vão para o oceano. Eu achei muito interessante aquilo dali sendo que as crianças de hoje enxergam o mangue de forma diferente das crianças da outra geração. Porque na minha infância eu peguei muito catanhão no Guanabara, aquele caranguejo de uma garra só, botei o pé no mangue, mas via tudo aquilo como um grande lodo que precisava ser aterrado mesmo.
Meu amigo, meu sempre chefe, Léo Borba, que foi meu chefe na RBSTV e que trabalha aqui com a gente, deve se lembrar do tempo, lá em Joinville, quando fazíamos as matérias de contenção e urbanização dos mangues.
Hoje, Léo, vejo essa criançada vindo com essa mentalidade muito mais correta do que a nossa. Eu fico contente quando vejo que uma professora é premiada por ter feito esse trabalho com crianças para orientá-las da importância dos mangues ou dos manguezais.
É claro que hoje nós já temos uma legislação que proíbe o aterro dos mangues. Aliás, o então prefeito Luiz Henrique da Silveira, que já foi governador e hoje é senador da República, responde um processo por crime ambiental porque ele foi asfaltar a ligação do bairro Ademar Garcia com Agulhas Negras, na rua que passa em frente à sociedade Dalas. Lá tinha um pedaço de mangue, deputado Sargento Amauri Soares, e foi colocado um tubo para fazer uma importante ligação desses dois bairros na zona sul de Joinville.
E o Ministério Público entrou com um processo e hoje o Luiz Henrique responde por crime ambiental porque ele colocou um tubo no mangue para asfaltar uma importante ligação. Hoje nós já temos essa legislação que tenta coibir aquilo que na época de 70 e 80 era prática para acabar com a coisa feia, para acabar com o mau cheiro, para acabar com a visão de lodo, aterrar e fazer loteamento.
Hoje não! Hoje nós vemos uma professora que está sendo premiada nacionalmente porque conseguiu fazer com que as crianças possam ver o mangue como ele é. E o que é o mangue? O mangue é o berçário do oceano ou dos oceanos.
É no mangue que se produz toda espécie importantíssima para o sustento do oceano. E é essa importância que eu quero dar, parabenizando a professora Paula Aparecida, do Centro Educação Infantil Odorico Fortunato, que foi a vencedora da 17ª Edição do Prêmio Educador Nota 10, como a Educadora do Ano de 2014.
Também gostaria de parabenizar outra professora de Joinville, Ângela Maria Vieira, da Escola Municipal Professora Maria Regina Leal, que também recebeu o prêmio Educador Nota 10.
Por isso, fica aqui o meu registro, o registro do orgulho desta Assembleia Legislativa em ter duas professoras premiadas, uma como a Educadora do Ano, e a outra como Educadora Nota 10.
Parabéns, vocês fazem a gente acreditar que é possível ainda numa geração que pensa diferente, que destrói muito menos do que a nossa geração, infelizmente, fez até aqui.
Muito obrigado, sr. presidente!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)