Pronunciamento
Kennedy Nunes - 056ª SESSÃO ORDINÁRIA
Em 09/07/2013
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Sr. presidente, srs. deputados, quero fazer um registro especial aos alunos, alunas e professores aqui presentes. É um prazer recebê-los aqui
Acho que se tivesse tido a oportunidade, quando fui aluno do ensino médio, de chegar a uma Casa Legislativa, a minha visão da política seria diferente.
Para deixar registrado como estímulo a vocês, eu saí candidato, pela primeira vez, com 18 anos. Fiz o meu título e saí candidato, porque me ensinaram, na matéria OSPB, Organização Social e Política Brasileira, e em casa também, que é através da política que as coisas mudam.
Fazemos política a todo o momento. O fato de escolher uma pasta de dentes é uma política. E trazer os alunos para cá, mostra um envolvimento importante de todos vocês.
Quero parabenizar então essa escola. Ao longo da tarde vocês irão ver a presença dos deputados.
Explicarei um pouco como funciona esta Casa: agora, os deputados têm este espaço, durante uma hora, para Breves Comunicações daquilo que querem falar; das 15h às 16h, vem o Horário dos Partidos, em que cada bancada tem um tempo determinado pelo número de deputados que possui; às 16h é quando vem para a votação os projetos, e hoje teremos muitos vetos do governo que precisamos votar aqui. E logo após as votações continuam os deputados com a Explicação Pessoal. Muitas vezes vimos aqui que está vazio, mas na verdade às 16h é que funciona. Enquanto isso os deputados estão nas comissões discutindo as questões.
Colocando mais um pouco para vocês: o plenário aqui é como o forno onde a mãe põe o bolo para assar. Quem olha o plenário pensa que as situações se resolvem aqui, mas votamos neste local "sim" ou "não" somente aquilo que já foi preparado nas comissões temáticas. Quando a mãe faz o bolo colocando o trigo, o leite, o ovo, o sal, ela faz o preparo. E o preparo do Poder Legislativo é feito nas comissões, sempre pela manhã. Quando vem o projeto para cá é porque já foi emendado, trabalhado, e daí vale o voto da maioria. Então, o plenário é o forno para onde virão os projetos prontos para votar.
Feitas essas explicações, quero aproveitar e dizer que o deputado Sargento Amauri Soares falou de um tema muito importante, sr. presidente, com relação ao saneamento básico. E gosto quando os agentes políticos começam a falar sobre esse assunto, porque apesar de ter a palavra básico, poucos têm interesse em investir. Sabemos que para cada dólar investido em saneamento básico economiza-se até cinco dólares na saúde curativa, lá no hospital. Então, com o investimento feito em saneamento básico economizamos na saúde.
Sr. presidente, de todas as manifestações que vimos nos últimos tempos, nas ruas, com as pessoas empunhando faixas, bandeiras, e nas redes sociais, pouco ou quase nada se viu de exigências para um investimento maior no saneamento. Exigindo, por exemplo, alguma solução na questão que estamos estudando, que é o gerenciamento dos resíduos sólidos. Todos pediram para baixar o preço das passagens, aumentar os investimentos em saúde, contra a corrupção, mas não vimos alguém levantando uma faixa pedindo um programa que possa reduzir o lixo nos aterros sanitários, que possa aumentar o lixo que é reaproveitado ou uma faixa dizendo que está faltando investimento em saneamento básico.
Não estou criticando os movimentos, apenas digo que a pauta prioritária infelizmente não é essa, e o problema está cada vez maior, porque quando se fala em resíduos é aumentar mesmo os lixões, infelizmente. E o que acontece é que parece que isso não é tão importante. Por isso, gosto muito quando o deputado Sargento Amauri Soares vem aqui cobrar para que possamos discutir assuntos que mudam a vida das pessoas.
Falei na quinta-feira, deputado Ismael dos Santos, o que o plebiscito vai mudar na vida das pessoas? O que o fato de ter coligação com partidos na proporcional vai mudar na vida das pessoas? As pessoas querem mudança rápida. Elas querem saber o aconteceu, ou seja, a redução dos impostos para diminuir o preço das passagens. Elas querem que aumente o investimento.
Quanto à questão política, à reforma política, como está sendo encaminhada, vai melhorar a vida dos políticos ou não? Vai melhorar a vida dos políticos, mas não a do cidadão que foi para a rua. E a presidente Dilma Rousseff coloca isso como pauta para tirar o foco da grande necessidade de termos uma repactuação com os municípios, estados e governo federal, porque 70% do dinheiro arrecadado nos municípios ficam concentrado em Brasília.
Eu não estou aqui criticando o governo que está de plantão. Estou criticando toda a construção, e agora é a hora de fazer a mudança. Mas a mudança deve acontecer não pelo ponto de vista que estão querendo fazer. Até agora o que ouço sobre as mudanças que deverão ser feitas ou a discussão que a grande mídia está colocando para nós, brasileiros, discutir, realmente, é se por acaso o plebiscito iria resolver a vida das pessoas. Respondo que vai resolver, sim, a vida dos caciques partidários, deputado Serafim Venzon, vai resolver a vida daqueles que há muitos e muitos anos estão grudados na teta dos partidos. Vai resolver a vida deles através de um canetaço para manterem no poder, mas não do voto popular.
Deputado Romildo Titon, pergunto-lhe: se tivesse a lista fechada de candidatos no Brasil, quando é que eu estaria aqui? Quando eu estaria aqui, no meu segundo mandato, defendendo as pessoas? Quando é que eu seria eleito vereador em Joinville? Por que digo isso? Porque não sou filho de caciques partidários; porque não tenho padrinhos fortes em partidos.
Eu comecei a minha carreira, em 1988, como vereador em Joinville. Fui, por duas vezes, vereador, em Joinville, e estou no meu segundo mandato, aqui, porque o povo me trouxe para cá, inclusive passando na frente de algumas pessoas que tinham trajetória política forte. E passei pelo voto das pessoas.
Agora, quando eu estaria aqui? Quando, em Joinville, por exemplo, teríamos o Carlito Merss deputado ou uma liderança como Carlito Merss, o próprio Darci de Matos, quando? Para nós que surgimos de baixo, a lista fechada vai propiciar isso? Não, senhores. A lista fechada vai determinar quem vai compor esta Casa , o Congresso Nacional ou as Câmaras de Vereadores. E quem são eles? Os caciques partidários.
É bom trazer esse tema para discutir e colocar a limpo! É isso que o governo federal pensa que vai mudar a vida das pessoas depois do grande enfrentamento que as ruas fizeram com relação ao sistema político todo deste Brasil. Isso não vai mudar a vida do brasileiro. Isso vai fortalecer, sim, os caciques partidários.
O pobre do eleitor vai ficar de novo à mercê, debaixo da tutela dos partidos. Então, essa é a hora de discutir aqui. Com a lista fechada dos votos, quando teremos liderança, como muitas outras que já partiram e que nunca teriam a possibilidade, deputado Serafim Venzon, de estarem aqui, porque eles não fazem parte desta cúpula partidária que fica mandando? E essa reforma partidária que estão querendo fazer é para dar força para essa cúpula lá de Brasília.
Abra o olho, eleitor. Vamos discutir certo isso porque, na verdade, estão tentando tapar o sol com a peneira com um plebiscito que não vai mudar a vida das pessoas.
Muito obrigado, sr. presidente!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)
Acho que se tivesse tido a oportunidade, quando fui aluno do ensino médio, de chegar a uma Casa Legislativa, a minha visão da política seria diferente.
Para deixar registrado como estímulo a vocês, eu saí candidato, pela primeira vez, com 18 anos. Fiz o meu título e saí candidato, porque me ensinaram, na matéria OSPB, Organização Social e Política Brasileira, e em casa também, que é através da política que as coisas mudam.
Fazemos política a todo o momento. O fato de escolher uma pasta de dentes é uma política. E trazer os alunos para cá, mostra um envolvimento importante de todos vocês.
Quero parabenizar então essa escola. Ao longo da tarde vocês irão ver a presença dos deputados.
Explicarei um pouco como funciona esta Casa: agora, os deputados têm este espaço, durante uma hora, para Breves Comunicações daquilo que querem falar; das 15h às 16h, vem o Horário dos Partidos, em que cada bancada tem um tempo determinado pelo número de deputados que possui; às 16h é quando vem para a votação os projetos, e hoje teremos muitos vetos do governo que precisamos votar aqui. E logo após as votações continuam os deputados com a Explicação Pessoal. Muitas vezes vimos aqui que está vazio, mas na verdade às 16h é que funciona. Enquanto isso os deputados estão nas comissões discutindo as questões.
Colocando mais um pouco para vocês: o plenário aqui é como o forno onde a mãe põe o bolo para assar. Quem olha o plenário pensa que as situações se resolvem aqui, mas votamos neste local "sim" ou "não" somente aquilo que já foi preparado nas comissões temáticas. Quando a mãe faz o bolo colocando o trigo, o leite, o ovo, o sal, ela faz o preparo. E o preparo do Poder Legislativo é feito nas comissões, sempre pela manhã. Quando vem o projeto para cá é porque já foi emendado, trabalhado, e daí vale o voto da maioria. Então, o plenário é o forno para onde virão os projetos prontos para votar.
Feitas essas explicações, quero aproveitar e dizer que o deputado Sargento Amauri Soares falou de um tema muito importante, sr. presidente, com relação ao saneamento básico. E gosto quando os agentes políticos começam a falar sobre esse assunto, porque apesar de ter a palavra básico, poucos têm interesse em investir. Sabemos que para cada dólar investido em saneamento básico economiza-se até cinco dólares na saúde curativa, lá no hospital. Então, com o investimento feito em saneamento básico economizamos na saúde.
Sr. presidente, de todas as manifestações que vimos nos últimos tempos, nas ruas, com as pessoas empunhando faixas, bandeiras, e nas redes sociais, pouco ou quase nada se viu de exigências para um investimento maior no saneamento. Exigindo, por exemplo, alguma solução na questão que estamos estudando, que é o gerenciamento dos resíduos sólidos. Todos pediram para baixar o preço das passagens, aumentar os investimentos em saúde, contra a corrupção, mas não vimos alguém levantando uma faixa pedindo um programa que possa reduzir o lixo nos aterros sanitários, que possa aumentar o lixo que é reaproveitado ou uma faixa dizendo que está faltando investimento em saneamento básico.
Não estou criticando os movimentos, apenas digo que a pauta prioritária infelizmente não é essa, e o problema está cada vez maior, porque quando se fala em resíduos é aumentar mesmo os lixões, infelizmente. E o que acontece é que parece que isso não é tão importante. Por isso, gosto muito quando o deputado Sargento Amauri Soares vem aqui cobrar para que possamos discutir assuntos que mudam a vida das pessoas.
Falei na quinta-feira, deputado Ismael dos Santos, o que o plebiscito vai mudar na vida das pessoas? O que o fato de ter coligação com partidos na proporcional vai mudar na vida das pessoas? As pessoas querem mudança rápida. Elas querem saber o aconteceu, ou seja, a redução dos impostos para diminuir o preço das passagens. Elas querem que aumente o investimento.
Quanto à questão política, à reforma política, como está sendo encaminhada, vai melhorar a vida dos políticos ou não? Vai melhorar a vida dos políticos, mas não a do cidadão que foi para a rua. E a presidente Dilma Rousseff coloca isso como pauta para tirar o foco da grande necessidade de termos uma repactuação com os municípios, estados e governo federal, porque 70% do dinheiro arrecadado nos municípios ficam concentrado em Brasília.
Eu não estou aqui criticando o governo que está de plantão. Estou criticando toda a construção, e agora é a hora de fazer a mudança. Mas a mudança deve acontecer não pelo ponto de vista que estão querendo fazer. Até agora o que ouço sobre as mudanças que deverão ser feitas ou a discussão que a grande mídia está colocando para nós, brasileiros, discutir, realmente, é se por acaso o plebiscito iria resolver a vida das pessoas. Respondo que vai resolver, sim, a vida dos caciques partidários, deputado Serafim Venzon, vai resolver a vida daqueles que há muitos e muitos anos estão grudados na teta dos partidos. Vai resolver a vida deles através de um canetaço para manterem no poder, mas não do voto popular.
Deputado Romildo Titon, pergunto-lhe: se tivesse a lista fechada de candidatos no Brasil, quando é que eu estaria aqui? Quando eu estaria aqui, no meu segundo mandato, defendendo as pessoas? Quando é que eu seria eleito vereador em Joinville? Por que digo isso? Porque não sou filho de caciques partidários; porque não tenho padrinhos fortes em partidos.
Eu comecei a minha carreira, em 1988, como vereador em Joinville. Fui, por duas vezes, vereador, em Joinville, e estou no meu segundo mandato, aqui, porque o povo me trouxe para cá, inclusive passando na frente de algumas pessoas que tinham trajetória política forte. E passei pelo voto das pessoas.
Agora, quando eu estaria aqui? Quando, em Joinville, por exemplo, teríamos o Carlito Merss deputado ou uma liderança como Carlito Merss, o próprio Darci de Matos, quando? Para nós que surgimos de baixo, a lista fechada vai propiciar isso? Não, senhores. A lista fechada vai determinar quem vai compor esta Casa , o Congresso Nacional ou as Câmaras de Vereadores. E quem são eles? Os caciques partidários.
É bom trazer esse tema para discutir e colocar a limpo! É isso que o governo federal pensa que vai mudar a vida das pessoas depois do grande enfrentamento que as ruas fizeram com relação ao sistema político todo deste Brasil. Isso não vai mudar a vida do brasileiro. Isso vai fortalecer, sim, os caciques partidários.
O pobre do eleitor vai ficar de novo à mercê, debaixo da tutela dos partidos. Então, essa é a hora de discutir aqui. Com a lista fechada dos votos, quando teremos liderança, como muitas outras que já partiram e que nunca teriam a possibilidade, deputado Serafim Venzon, de estarem aqui, porque eles não fazem parte desta cúpula partidária que fica mandando? E essa reforma partidária que estão querendo fazer é para dar força para essa cúpula lá de Brasília.
Abra o olho, eleitor. Vamos discutir certo isso porque, na verdade, estão tentando tapar o sol com a peneira com um plebiscito que não vai mudar a vida das pessoas.
Muito obrigado, sr. presidente!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)