Pronunciamento

Moacir Sopelsa - 044ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 11/06/2013
O SR. DEPUTADO MOACIR SOPELSA - Muito obrigado, deputado Kennedy Nunes, agradeço pelas palavras e gostaria de cumprimentá-lo.
Notamos a sua ausência por alguns dias nesta Casa, e quero desejar-lhe um bom regresso. Sei também que a sua ausência foi por uma boa causa.
Srs. deputados, sras. deputadas, já ouvi o deputado Antônio Aguiar, e estivemos juntos na Fiesc, no dia de ontem, falar sobre o bom momento que vivemos em Santa Catarina no painel que a Fiesc pôde fazer sobre a abertura do mercado catarinense de carne suína para o mercado do Japão.
Como v.exa. disse, o presidente da Fiesc, dr. Glauco Corte, e o nosso governador Raimundo Colombo colocaram com alegria o momento que estamos vivendo.
Também estavam presentes o cônsul do Japão para a região sul, Yoshio Uchiyama, e seus técnicos, a assessoria de negócios externos da embaixada do Japão no Brasil, o nosso secretário da Agricultura, João Rodrigues, o ex-secretário, ex-deputado Odacir Zonta, o nosso colega deputado Antonio Aguiar, os nossos empresários da indústria da carne, do Sindicarne, das associações, especialmente da Associação dos Criadores de Suínos.
Uma das coisas que me chamou a atenção e até me comoveu, deputado Antônio Aguiar, deputado Neodi Saretta, foi o dr. Victor Fontana, srs. deputados, sras. deputadas, com 96 anos, lembrar o nome de meu pai, Faustino Sopelsa, quando juntos, há 60 anos, deputado Kennedy Nunes, procuraram difundir a suinocultura como a carne para o estado de Santa Catarina e para o Brasil.
O dr. Victor Fontana dizia que naquela época um suíno precisava de três anos para adquirir o peso de 100 quilos. O dr. Victor Fontana, meu pai e um veterinário elaboraram um alimento, com milho, soja e farinha de carne, mudaram alguma coisa da genética e conquistaram, na época, um porco pesando 100 quilos, com oito meses.
Hoje, em menos de quatro meses, temos 100 quilos. Mas na época, como v.exa. disse, foi de três para um. E o dr. Victor Fontana, com 96 anos, ainda com a memória que tem, dá inveja a qualquer um. Que Deus abençoe o dr. Victor e que ele possa viver por muitos e muitos anos.
Neste momento estamos eufóricos. Os negócios ainda não aconteceram, mas para se ter uma ideia o Japão compra dos Estados Unidos 44% de carne, 20% do Canadá e 15% da Dinamarca. O Japão importa 800 mil toneladas de carne suína por ano, ou seja, um valor de mais de US$ 5,5 milhões. E é nessa fatia que queremos embarcar. Eu sei que é difícil!
O cônsul do Japão também disse que o país pretende diversificar os seus fornecedores. Isso é importante para todos nós. Também destacou que é a primeira vez que o Japão compra de um estado, de uma região algum produto de um que não é todo considerado livre de febre aftosa sem vacinação, como é o nosso caso. A expectativa do Brasil é alcançar 15% do mercado, e neste ano em torno de 100 mil toneladas. Santa Catarina tem atualmente um abate inspecionado de oito milhões de cabeças ao ano e 8.500 produtores, e já fomos mais de 60 mil.
Em 2012, exportamos 207 mil toneladas de carne suína, perfazendo um total de US$ 519 milhões em divisas para o nosso e estado e nosso país. Somos o quarto produtor nas exportações de carne. Em 2011 conseguimos a abertura do mercado da China; em 2012, do mercado dos Estados Unidos; e em 2013, o mercado do Japão. Também foi dito pelo cônsul japonês que em uma pesquisa realizada no Japão os produtos brasileiros, no caso, o frango catarinense, são mais gostosos e que consideram a qualidade muito segura. Isso é importante para todos nós.
Tenho que lembrar um pouco de como foi conseguida essa história. Em 78 tivemos a peste suína africana, quando os nossos produtores pagaram um preço caro, o país pagou e o estado pagou. Eu não conheci a dita peste, só ouvi pela imprensa e vi animais mortos, que foram sacrificados pelo Exército. Não cheguei a ver nem tenho a notícia de alguém que viu animais mortos pela doença. Mas nós pagamos a conta.
Em 2001, Santa Catarina suspendeu a vacinação e em 2007 a organização mundial nos considerou estado livre de febre aftosa. Mas para chegar até aí teve o sacrifício muito forte do produtor. Claro que teve o investimento do poder público e das indústrias, mas na ponta principal estavam os nossos produtores.
Hoje, o instituto Icasa, que entre técnicos e auxiliares são mais de 300 pessoas, a Cidasc e a secretaria da Agricultura criaram uma estrutura que dá segurança para mantermos essa qualidade sanitária. E coloco isso para dizer que espero que com essa abertura possamos ver a ponta principal ganhar um pouco de dinheiro. Precisamos que a indústria se convença de que o nosso produtor também precisa participar desse lucro das importações no momento em que elas acontecerem. As propriedades agrícolas estão ficando velhas, os produtores estão ficando velhos, as instalações estão ficando velhas, os jovens estão deixando o campo.
Então, precisamos que o setor de produtividade, que o setor agrícola e que o nosso agronegócio cresçam, mas cresçam junto com os nossos produtores. Estamos vivendo um bom momento e esperamos que ele se concretize de fato e que possamos dividir essa alegria com todos, mas especialmente com o nosso produtor.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)