Pronunciamento

Moacir Sopelsa - 001ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 07/02/2012
O SR. DEPUTADO MOACIR SOPELSA - Sr. presidente, deputado Gelson Merisio, sras. deputadas, srs. deputados, senhores e senhoras da imprensa, quero dizer, em primeiro lugar, eu, na verdade, esta é a segunda sessão que realizamos depois do recesso, mas a primeira com trabalho e com a Ordem do Dia completa.
Quero aproveitar esta oportunidade para desejar que tenhamos um ano de 2012 de muito trabalho, de muita paz, de muita justiça, e que possamos alcançar, com o trabalho, deputado Edison Andrino, os objetivos que cada um busca e também que possamos construir, a cada dia, um estado e um país com mais justiça.
Venho à tribuna desta Casa hoje para dizer que às vezes fazemos uma indicação, deputado Kennedy Nunes, para que se realize alguma obra. E uma indicação parece algo tão simples, pois normalmente todos os deputados fazem indicações. Às vezes fazemos um requerimento quando vamos apresentar um projeto de lei, e ele acaba indo para a esteira da inconstitucionalidade, enfim, acaba não sendo aprovado por falta de legalidade.
No ano passado, a pedido de muitos agricultores, fiz uma indicação, a ser enviada ao presidente da Celesc, Antonio Gavazzoni, ao governador do estado, Raimundo Colombo, e ao vice-governador, Eduardo Pinho Moreira, tratando da situação em que se encontram as redes de energia elétrica, principalmente no interior do nosso estado, uma vez que muitas dessas redes elétricas que vão até as propriedades dos nossos agricultores têm 25 anos, 30 anos, 35 anos.
Conversei sobre isso com o presidente da Celesc. E na semana passada fui informado de que ele transformou, com a aquiescência do sr. governador, a nossa indicação, deputados Edson Andrino e Antônio Aguiar, em um projeto para a Celesc, a partir deste ano, começar a fazer as reformas dessas redes elétricas que vão até as propriedades dos nossos agricultores.
Temos que substituir 1.254km de redes monofásicas, antigas, que não suportam mais a carga que essas propriedades agrícolas passaram a ter.
Na época, o produtor tinha um aviário de 50mx12m, 600m², deputado Darci de Matos; depois, um aviário de 100mx12m, 1.200m². Hoje, esse produtor tem dois, três ou quatro aviários de 150mx12m, dobrando ou triplicando o consumo de energia elétrica. Os equipamentos mudaram, ficaram mais modernos. A avicultura e a suinocultura se modernizaram. A produção de leite foi buscar equipamentos com qualidade para ordenhar o leite da matriz, e esse leite vai até o resfriador com higiene e qualidade. E em muitas propriedades que estavam com essas redes antigas, redes velhas, com essas redes de pouca capacidade, não conseguimos instalar esses equipamentos.
O presidente da Celesc, através desse projeto, fez uma previsão e entregou ao governo federal... Inclusive, foi ao ministério de Minas e Energia buscar parceria para modernizar esses 1.254km de redes monofásicas, transformando essas redes em rede trifásicas, com investimento de R$ 42 milhões.
É claro que esse projeto vai iniciar este ano, e estão previstos no projeto da Celesc investimentos até 2014. E já há neste ano algumas prioridades, começando onde existe alguma concentração maior de agricultores e de produtores, onde estão instalados os integrados das nossas agroindústrias, onde estão instalados os produtores de leite que aumentaram a sua produção. E hoje, para que tenham uma qualidade e uma segurança melhor, eles precisam desse investimento da Celesc.
Para que v.exas. entendam a necessidade desse programa, devo dizer que na segunda-feira, na cidade de Concórdia, a falta de energia elétrica ocasionou a morte de 2.500 frangos, causando um prejuízo forte para o produtor e para a indústria. E se tivermos essa melhoria que está propensa a ser feita pelo governador e o presidente da Celesc...
Ontem, lá em Chapecó, num dia de campo das cooperativas Aurora e Alfa, o governador anunciou, deputados Neodi Saretta e Antônio Aguiar, que é um programa para reestruturar a chegada de energia elétrica nas propriedades dos nossos agricultores. E isso acabou nascendo de uma indicação de autoria de deputados desta Assembleia, uma proposição que parecia modesta, mas que se transformou num grande projeto como esse que vamos ver a Celesc implantando no estado de Santa Catarina.
A Celesc, segundo dados que estão no projeto, é uma das empresas de distribuição de energia elétrica que tem o maior número de produtores atendidos.
Eu também fiquei feliz, ontem, quando ouvi do governador, dentro dos programas que o governo do estado tem na questão de atendimento ao nosso agricultor e na questão de auxílio à estiagem, que o governo federal, junto com o governo do estado, está tentando buscar programas para minimizar os prejuízos. Mas temos que fazer alguma coisa que seja mais efetiva e que possa ser duradoura. E aí há a questão das cisternas, dos poços artesianos, o aproveitamento da água da chuva através de cisternas, o aproveitamento da água da chuva com novos açudes e com outros investimentos.
Uma das coisas que tenho absoluta certeza de que vem ao encontro de assegurar a produção do nosso agricultor, deputada Ana Paula Lima, é financiar pequenos projetos de irrigação. E aí o Banco do Brasil e o governo federal fariam o financiamento. E que o governo do estado também pudesse bancar - uma vez que os juros também não são tão altos, mas são sempre um custo para o nosso produtor - os juros desses investimentos para os projetos de irrigação para pequenas propriedades, que o governador anunciou ontem em Chapecó também como uma das prioridades e um dos programas que o estado passará, a partir de agora, a executar, através da secretaria da Agricultura.
Ao mesmo tempo em que sabemos da dificuldade do filho do agricultor, do jovem agricultor permanecer no campo, numa atividade que não dá lucro, numa atividade em que ele precisa contar com a sorte, porque às vezes a chuva causa prejuízos, outras vezes é a falta de chuva e a estiagem, outras são os preços... Mas assim mesmo ele procura buscar o estímulo para permanecer na atividade. E para isso acontecer o poder público precisa fazer a sua parte, dando essa possibilidade para o agricultor ter uma vida mais digna e justa, podendo continuar produzindo aquilo que temos de mais sagrado na nossa vida, o alimento.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)