Pronunciamento

Maurício Eskudlark - 019ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 19/03/2014
O SR. DEPUTADO MAURÍCIO ESKUDLARK - Sr. presidente, srs. deputados, quero agradecer ao deputado pela partilha do tempo.
Prosseguindo nesse tema, gostaria de dizer que o deputado Nilson Gonçalves conhece muito o problema, até porque atua na área de imprensa especialmente com notícias da área policial.
Deputado Edison Andrino, entre 2000 e 2010, Florianópolis teve mil homicídios. Falando assim é um número gigantesco, era para a sociedade estar em completo pânico, mas fazendo um levantamento, daqueles mil homicídios, à época ainda na chefia da Polícia Civil, descobrimos que mais ou menos 95%, ou seja, 950 daqueles homicídios ocorreram por brigas de quadrilhas, briga de tráfico de drogas, disputa por ponto de drogas. E cinquenta, desses mil homicídios, estavam relacionados a alguma desavença, marido que mata mulher, crime passional, mas mais ou menos 950 homicídios entre a própria marginalidade. E me preocupava, naquela época, sobre a possibilidade dessa marginalidade toda que já pratica roubo, assalto, unir-se contra a sociedade, porque ali havia um exército de marginais. E hoje, infelizmente, vimos isso quando começou a questão de queimar ônibus, de atacar postos policiais, assim como ocorre no dia a dia de São Paulo.
A população ainda sente como algo distante e acha que se trata de guerra de polícia e bandido, como se o cidadão não tivesse nada a ver com aquilo, apenas sente quando, infelizmente, uma vítima é próxima, é pessoa conhecida.
O governo federal vai ter que adotar medidas drásticas no combate à criminalidade, com leis duras para evitar que o nosso país descambe para uma guerra social, porque hoje o bandido está matando o policial, que é a última barreira ainda no combate à criminalidade, mas daqui a pouco avisarão que vão entrar em determinado edifício ou residência para fazer um arrastão. Eles vão avisar o cidadão, como já avisam, e aqui disse o deputado Ismael dos Santos, que o professor na escola quando começa a falar do perigo das drogas já recebe um recado, já é ameaçado porque está prejudicando o comércio das drogas.
Então, é preciso que o governo federal tenha consciência da gravidade que a criminalidade representa para o país. Precisamos de uma urgente mudança na legislação penal.
Temos numa cidade de 100 mil habitantes, 50, no máximo 100 marginais, que destroem a cidade com roubos, assaltos, tráficos de drogas, porque a nossa lei muito é mole. E não adianta colocar mais um mil, cinco mil, dez mil policiais, porque com os policiais que temos os autores dos crimes são presos, mas em uma semana, dois meses, já estão na rua novamente. Assim, alguma coisa está errada, e o problema não é a falta de prender, de identificar o autor do crime, mas é que a lei não permite que a Justiça segure o bandido.
Temos que ter mais presídios e manter as pessoas lá. Praticou um crime, tem que ficar preso, mas logo vêm os sociólogos, que falam muito bonito, e dizem que o presídio não recupera ninguém. Claro! Apenas se recupera quem quer. Não existe nenhuma máquina ou prédio que o cara entre bandido e saia santinho! Não inventaram ainda isso. Quem para de fumar é quem quer parar; quem para de traficar é porque quer parar. Não há um presídio recupere ninguém. Presídio tem que servir, hoje, sim, para deixar lá trancafiado, fora da sociedade àquele que tem a índole voltada para a criminalidade.
Então, não adianta vir sociólogo e falar que os presídios não estão recuperando. Presídio não recupera, quem se recupera é a pessoa. É aquele que começa a ler uma bíblia ou vê um exemplo que resolve mudar a sua vida, acreditar em Deus e modificar a sua conduta.
Não conseguimos, às vezes, mudar uma criança, e vamos conseguir mudar um adulto que acha que está acima de tudo? Porque o marginal se acha um ser supremo, poderoso, que nunca será descoberto, e se for, ele sabe que, com a nossa legislação, demorará a ser condenado, e, se for condenado, não ficará na cadeia muito tempo.
Portanto, temos que olhar a criminalidade com outros olhos e livrar a sociedade da criminalidade. E como fazer isso? Quem está envolvido na criminalidade vai para o presídio e fica lá, porque não é um ou dois meses que vai mudar a pessoa. Ou ele entra pela porta da frente bandido e sai pela porta dos fundos um santo? Isso não existe, bandido é bandido! Quer ser bandido, então tem que ficar na cadeia. Lugar de bandido é na cadeia. Quer se recuperar, então se recupera e vai provar com o tempo que quer mudar.
Então, não adianta viver de ilusão, de história. A própria ministra dos Direitos Humanos precisa ser mais realista, porque na cabeça dela ainda é coisa de direita ou de esquerda a criminalidade. Ela vive num mundo ilógico, que não é o mundo da realidade. O bandido está nas portas das casas assaltando e matando!
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)