Pronunciamento

Maurício Eskudlark - 071ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 27/08/2013
O SR. DEPUTADO MAURÍCIO ESKUDLARK - Sr. presidente, srs. deputados, sras. deputadas, público que nos acompanha pela TVAL, quero renovar a minha saudação aos nossos amigos vereadores que hoje nos visitam.
Estamos debatendo com toda a sociedade brasileira a questão dos médicos que estão vindo para o Brasil. E hoje, quando vinha para esta Casa, escutava a Rádio Menina, de Balneário Camboriú, e ouvi um comentário a respeito dessa situação dos médicos, do improviso da classe política brasileira e do improviso do governo federal.
Há 10 anos este governo está no poder e de um mês para o outro descobriu que faltam médicos no país. Então, houve falta de planejamento, de discutir com a classe médica no sentido de encontrar soluções para motivar os médicos, os estudantes a atenderem nos municípios do interior, dada as dificuldades que existem, inclusive no estado de Santa Catarina.
Hoje, ouvi umas senhoras falando que precisaram chegar às 3h da madrugada a um posto de saúde, em Balneário Camboriú, para marcar uma consulta. Se em Balneário Camboriú, que é uma das cidades com melhor qualidade de vida em Santa Catarina e no país, o cidadão tem que sair às 3h da madrugada para marcar uma consulta médica, imaginem a situação no sertão, no nordeste.
E, agora, o governo chegou à conclusão de que para resolver o problema as pessoas precisam de hospitais, de equipamento, mas acima de tudo precisam de atenção, carinho, respeito e querem ser ouvidas. As pessoas precisam relatar o problema, assim o governo federal entendeu que precisamos de um médico, e poderia ser até um enfermeiro, com condições de ouvir as pessoas e fazer o encaminhamento para um local adequado. Mas há uma improvisação total.
Será que com dez anos do mesmo governo não deu para fazer um planejamento, não deu para se discutir com a classe médica e encontrar uma melhor solução para a saúde do país?
Como ouvi dizer hoje, o médico está recebendo R$ 10,00 por uma consulta do SUS e R$ 80,00 por uma cirurgia mamária. Realmente, é um problema grave. E não é numa improvisação de momento que se resolve.
Continuando com a improvisação, aquele senador que estava há um ano na embaixada brasileira da Bolívia, que os diplomatas furtivamente permitiram que viesse para o Brasil, ficou lá por um ano. Mas o governo não teve como buscar uma solução junto ao ditador Evo Morales de como conseguir um salvo-conduto para que pudesse vir para o país. Aí os diplomatas quiseram praticar um ato de humanidade para resolver a questão e agora estão sendo exonerados. Está-se mudando o ministro das relações exteriores.
Então, apenas se resolve o problema quando a sociedade ou alguém cobra. Levaram dez anos para ver que faltam médicos, para discutir com os municípios, com associações médicas, para encontrar uma solução. Agora, infelizmente ou felizmente a sociedade viu e tem que cobrar soluções em todos os setores. E essas soluções precisam ser buscadas.
Estivemos, com o deputado Ismael dos Santos, aproximadamente há um ano, em Brasília, na secretaria Nacional Antidrogas. E lá, falando com a secretária, que era uma catarinense, acredito que ainda seja, ela apresentou uma série de programas que os municípios poderiam se habilitar junto ao governo federal. Mas vimos com os municípios, com os estados que esses programas não existem. Então, falta sintonia. Se o governo federal tem projetos, tem condições de trazer os recursos aos municípios, os municípios têm que saber que existem esses recursos e que existem outras possibilidades.
O governo do estado lançou esse projeto Reviver, que é muito importante, de apoio às entidades de recuperação dos dependentes químicos, dos usuários de drogas. Então, é importante que isso seja feito, mas é preciso haver uma sintonia maior. Se não houver esse trabalho em conjunto, governo federal, governo estadual e municípios, não vamos conseguir resolver uma série de problemas, como na Saúde.
Na Saúde, um dos problemas mais grave que temos enfrentado é o atendimento e também a questão dos dependentes químicos. Os nossos hospitais não têm infraestrutura, não têm especialização para atender a um depende químico. As famílias quando necessitam de socorro não encontram uma pessoa que possa fazer esse encaminhamento, porque o SUS não atende, porque o hospital não atende, não interna o usuário de drogas. Então, temos que buscar soluções.
Como bem disse o governador Raimundo Colombo, hoje, na assinatura desse projeto importantíssimo para a saúde da população de Santa Catarina, especialmente, para as famílias que têm usuários de drogas, esse é um projeto que não adianta fazer concurso, porque não é por dinheiro, mas por amor, por vocação, é por paixão que as pessoas têm que trabalhar nesses projetos, principalmente na prevenção ao uso de drogas.
Precisamos que ali tenha sensibilidade, que ali tenha coração e tenha disposição, que a pessoa queira e faça com amor e com dedicação.
Graças a esse projeto, a esse estudo feito pelo deputado Ismael dos Santos e pelas secretarias de estado envolvidas nesse programa, certamente, Santa Catarina vai dar um grande salto no apoio às famílias que têm problemas com usuários, com dependentes químicos. E sabemos o quanto isso é importante para a nossa sociedade. Mas é preciso haver planejamento. Não pode ser de improviso; não pode tomar uma decisão e depois voltar atrás. Ou seja, aumenta-se mais dois anos o tempo de estudo dos médicos, depois não aumenta mais esse período. Não é assim que se resolve a situação. Resolve-se, sim, com planejamento, com maturidade, com responsabilidade.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)