Pronunciamento

Maurício Eskudlark - 099ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 30/10/2013
O SR. DEPUTADO MAURÍCIO ESKUDLARK - Sr. presidente e srs. deputados, quero saudar os amigos do sistema prisional que estão nesta Casa e a comissão de formatura da turma de Comércio Exterior da Univale, de Itajaí, formada pela Jéssica, pelo Rodrigo e pelo José Francisco, que estão em visita ao Poder Legislativo. O nosso abraço a todos.
Há pouco o deputado Kennedy Nunes falou sobre a questão da saúde que, realmente, é preocupante. Nós temos visto o esforço do governo do estado em estudar e buscar soluções, porque se investe mais, colocam-se melhores equipamentos, amplia-se o número de leitos nos hospitais, contratam-se mais servidores e médicos, mas, no entanto, o número de exames e cirurgias realizados vem caindo. Logo, alguma coisa está errada. Essa foi a razão de o governo estadual procurar uma forma de remunerar os profissionais médicos pelos serviços prestados, a fim de que o cidadão, aquele que necessita e sofre com o mau atendimento, receba uma atenção melhor.
Mas quero falar de uma situação que tenho visto, ouvido e até intercedido e que está ocorrendo no Hospital Regional de Chapecó. Aquele hospital é público, mantido pelo estado, com servidores do estado. Lá, qualquer médico pode realizar cirurgias. Mas existe o tal do corpo clínico. Eu sempre achei que corpo clínico fosse um conselho superior devidamente instituído, organizado. Mas não! O corpo clínico é o clube do Bolinha dos médicos, que decide quem pode entrar no hospital para operar e quem não pode. Dessa forma, o Hospital Regional de Chapecó deixa de realizar um grande número de cirurgias e procedimentos porque o corpo clínico, capitaneado por um diretor, impede que outros médicos realizem cirurgias e atendam no hospital, que é do estado, que é público, que é do povo, do cidadão. Isso é inadmissível!
Tenho conversado com os médicos. Há pouco tempo um grande especialista fez cirurgias de câncer com grandes resultados. Eu conheço o caso de um amigo meu que teve que extrair 70% do estômago e conseguiu curar-se. Esse médico, por questões familiares, porque ele é da região, quis mudar de Cascavel para Chapecó, mas o corpo clínico do Hospital Regional de Chapecó não aceitou. Ele teve, então, que entrar com um recurso administrativo na secretaria da Saúde.
Os próprios médicos de Chapecó dizem que a cidade está perdendo muito na questão da saúde para Passo Fundo e para outros municípios, principalmente do Rio Grande do Sul, para onde os profissionais acabam migrando. Há poucos dias, um médico do extremo oeste queria marcar uma cirurgia no Hospital Regional de Chapecó, mas foi comunicado que não poderia mais realizar cirurgias uma vez que o corpo clínico do referido hospital assim havia decidido. Isso é um absurdo! É o fim da picada! Não se trata de um estabelecimento particular. Trata-se do Hospital Regional de Chapecó!
Por isso, é louvável a iniciativa do governo do estado quanto ao plano de gestão da saúde, pois efetivamente é preciso resolver essas questões. Nós temos excelentes médicos, qualificados e dedicados, mas confesso que nunca vi uma categoria profissional, infelizmente e tomara que seja exceção, tão dinheirista! Nunca vi!
A saúde é mesmo um negócio engraçado. Está tudo mal na saúde, o hospital está quebrando, os pacientes ficam dois anos na fila, os enfermeiros estão mal, apenas os médicos é que vão bem. Tenho amigos e conhecidos médicos, mas não dá para entender.
Então, realmente a questão da saúde tem que ser estudada, não apenas em nível estadual, mas nacional, porque quem deve ficar bem na saúde é o paciente, o cidadão, as pessoas que precisam do médico, mas apenas os médicos estão bem, ao passo que os hospitais e os enfermeiros estão muito mal.
Srs. deputados, teremos, no próximo dia 13 de novembro, em Balneário Camboriú, uma audiência pública da comissão de Segurança Pública.
A respeito da falta de segurança pública, um jornal do referido município publicou a seguinte manchete: "Crime tomou conta". É claro que a população se preocupa com isso, principalmente por ser uma cidade que apesar de parecer uma metrópole, quem vive lá, como eu, sabe que é pequena, todas as pessoas se conhecem e ficam assustados com o aumento da criminalidade.
Assim, no próximo dia 13, no CDL de Balneário Camboriú, realizaremos uma audiência pública da comissão de Segurança desta Casa, que já foi presidida pelo nobre deputado Gilmar Knaesel, que tão bem a conduziu. Na ocasião discutiremos e, se possível, levaremos o secretário de Segurança, o delegado-geral da Polícia Civil, o comandante-geral da PM e os comandantes regionais. Sabemos do empenho e do esforço de todos. Inclusive, a segurança no município melhorou um pouco com a participação da Guarda Municipal.
No próximo dia 19 de novembro, a audiência pública será realizada em Joinville, na Câmara Municipal, porque as cidades estão querendo debater, ver o que é possível fazer para combater o avanço da criminalidade e melhorar a qualidade de vida dos cidadãos.
Muito obrigado, sr. presidente.
(SEM REVISÃO DO ORADOR)