Pronunciamento

Maurício Eskudlark - 021ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 20/03/2014
O SR. DEPUTADO MAURÍCIO ESKUDLARK - Sr. presidente, srs. deputados, deputada Angela Albino, público que nos acompanha.
Quero fazer um relato aqui, tivemos algumas palavras do deputado Manoel Mota a respeito daquele lamentável acidente ocorrido na Arrancada de Caminhões, em Araranguá. O referido deputado que acho que foi um dos criadores daquele evento, um grande incentivador e, claro, ele como ex-caminhoneiro com diz, encontrou uma forma dos profissionais da categoria se reunir e realizarem uma confraternização. E ali foi estudada essa forma de competição, que virou tradição e que tem alguns eventos similares em outros locais do país.
Estive no evento no final de semana, em Araranguá, acompanhando os vereadores Luiz Brás Paulino, o Lulu, e João Abílio Pereira em alguns eventos.
Assistimos em parte, porque nós estávamos atrás de onde tinha a largada. E quando os três caminhões largaram, nós só vimos fumaça, porque os caminhões saíram e quando chegou o final da pista vi que o caminhão da pista da direita não estava. E foi ali que aquele caminhão invadiu a pista ficou virado na terceira pista deputado Reno Caramori.
Ele era um piloto experiente. Era um piloto que tinha curso superior, pós-graduação, piloto de avião, oito vezes campeão.
Então, era alguém qualificado, alguém que estudou que tinha conhecimento, que não fez uma lambança.
Mas é um grande evento e tem que ser mantida a questão do encontro, do consagramento. Mas se aquele caminhão ao invés de se perder para o centro da pista fosse para o lado de fora, poderíamos realmente ter tido um problema bem maior.
E vi lá a preocupação dos organizadores, do prefeito, o carinho a ambulância, mas, infelizmente, fatalidade existe. Claro que tem que ter cuidado e pensar que o risco muitas vezes é maior do que se apresenta.
Se o caminhão tivesse ido para outro lado ou se fosse da esquerda para o lado, onde tinha a maior concentração de pessoas, realmente poderia ter acontecido algo grave. Acidentes acontecem!
Nós temos uma atleta brasileira que se preparava para os jogos de inverno e agora está com a possibilidade de ficar tetraplégica.
O Airton Sena é um exemplo de que um acidente no esporte pode acontecer.
Então, não há que se condenar ninguém. Vai ser aberto um inquérito policial, mas houve uma fatalidade com alguém que sabia dirigir bem. E com todo o respeito aos demais que estavam lá, o motorista que morreu era o melhor piloto, o mais qualificado, que mais título havia ganhado.
Penso que os cuidados necessários foram tomados. Agora, é claro, deu para sentirmos que existe ainda um risco maior.
Penso que fazer uma competição de caminhões se não tiver uma arquibancada alta para as pessoas ficarem sem correr o risco de serem atingidas num caso de acidente é muito complicado. Até aqui na capital quero parabenizar o prefeito Cesar Souza porque não deu a licença para o arrancadão na passarela Nego Quirido, pois se o veículo sair dois metros para o lado da pista vai pegar aquelas arquibancadas de concreto. Qualquer piloto que estiver em uma competição e o veículo sair do normal vai fatalmente provocar ou sofrer um acidente grave.
Então, isso serve para repensarmos sobre a situação e não desestimularmos o município de Arroio do Silva a continuar promovendo aquele grande evento, cada vez com mais segurança para se evitar um problema maior.
Ontem tivemos aqui o presidente do Sindemosc - Sindicato dos Centros de Formação de Condutores de Santa Catarina - e conversamos com ele a respeito do simulador de transito.
Estão querendo instalar deputado Reno Caramori, nas autoescolas um simulador que sairá muito caro para os alunos, pois com certeza esse custo será repassado ao aluno na hora de tirar a carteira de habilitação.
E o simulador, já foi demonstrado, não reflete a realidade do motorista. O simulador para a aviação é perfeitamente aceitável, porque na aviação não se precisa tanto de reflexo, o piloto tem que ter conhecimento para ações, tem que ter memória para saber o que deve fazer, e ter o controle da cabine, é muito diferente de um simulador de pilotagem com um de direção de carro.
Inclusive, nos programas de televisão levaram um campeão de vídeo game e um piloto para testar o simulador, sendo que o campeão de vídeo game ganhou de dez a zero do piloto. Por quê? Porque é brincar na frente da TV com algo que não é a realidade.
Eu digo isto, deputado Kennedy Nunes, e v.exa. estava junto quando estivemos nos Estados Unidos e fomos visitar uma Escola de Polícia, em Orlando, onde havia um simulador. Eu dirigi e achei um absurdo, uma brincadeira. E olha que eu me considero um bom motorista!
E também já ouvi a história que dizem que isso é coisa do Lulinha, porque é bilionário o lucro que isso vai representar se vier para o Brasil. É bilionário! E não traz benefício nenhum, traz é custo para as autoescolas, que vão ter que pagar cobrando dos alunos, que serão prejudicados.
Mas conversando com o pessoal de Brasília descobrimos que há forças ocultas que querem essa realidade no Brasil. A presidente Dilma Rousseff já prorrogou o prazo de inicio da obrigatoriedade do simulador nas autoescolas, que era para iniciar em janeiro de 2014 e foi prorrogado para o mês de julho.
Espero que a presidente Dilma Rousseff reavalie essa situação e veja que isso é um absurdo e que cancele a exigência por parte do Denatran, do ministério das Cidades, que estão coordenando esse projeto para que isso não venha a ocorrer. Vamos aumentar o preço da hora/aula, que hoje é de R$ 32,00, para R$ 58,00. Será mais caro e menos eficiente. É um absurdo!
Então, ontem, conversamos com o sindicato e esperamos uma mobilização em nível nacional, pois existe um projeto de lei na Câmara dos Deputados tramitando contra o uso do simulador. Será mais uma fonte de renda para alguns e um prejuízo para a sociedade, caso isso seja obrigatório no Brasil.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)