Pronunciamento

Maurício Eskudlark - 101ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 05/11/2013
O SR. DEPUTADO MAURÍCIO ESKUDLARK - Sr. presidente, srs. deputados, sras. deputadas, telespectadores da TVAL, público presente nesta Casa, cumpro o triste dever de informar que faleceu no dia de ontem, aos 85 anos, o ex-delegado-geral da Polícia Civil, Pedro Francisco Benedeck Bárdio.
Pedrão, como era conhecido, nasceu em 1928. Em 1969 ingressou como comissário na Polícia Civil de Santa Catarina, onde ocupou vários cargos. Foi o primeiro delegado na comarca de Balneário Camboriú e depois foi superintendente da Polícia Civil do estado de Santa Catarina.
Pedrão teve duas grandes paixões na vida: a Polícia Civil e sua esposa, d. Ivone. Com uma grande dedicação, ele sabia ser um chefe rigoroso, firme no cumprimento da lei, firme no cumprimento da hierarquia na instituição, mas sabia também ser um homem de grande coração, um grande companheiro.
Sua carreira policial teve mais destaque na Polícia Civil à época em que o ex-deputado Heitor Sché, também nosso colega delegado de polícia, foi secretário de estado da Segurança Pública.
(Passa a ler.)
"A Polícia Civil de Santa Catarina perdeu, no último domingo, um de seus colaboradores mais devotados. Pedro Francisco Benedeck Bárdio nasceu em 1928, em Florianópolis, e durante sua juventude foi caixeiro viajante.
No ano de 1953 costumava ficar na praça do centro da cidade para passar o tempo. Entre uma tarde e outra, avistou Ivone, por quem se apaixonou. Um ano e meio depois já estavam noivos e até o casamento foram mais nove meses. A união foi selada na data de 26 de maio, na Igreja de Santa Terezinha, em Florianópolis.
Depois do casamento, Pedro viveu por mais cinco anos na cidade, até se mudar para Rio do Sul, onde fez concurso para a Polícia Civil e exerceu a função de comissário. Nove anos se passaram até a mudança para Balneário Camboriú, onde se tornou o primeiro delegado de polícia da comarca de Balneário Camboriú. Dois anos depois foi para Joaçaba e em 1980 atuou junto à Corregedoria da Polícia Civil. De 2003 até 2007 foi superintendente da Polícia Civil.
A esposa conta orgulhosa de quando o marido, conhecido pelo apelido de Pedrão, dedicou-se aos estudos, formou-se em Direito e trilhou uma carreira exemplar dentro do órgão público. A seu pedido dele, ela largou o trabalho após o casamento e dedicou-se ao marido. Segundo relatos, ele tinha que estar sempre com a roupa bem engomada, tradução de uma esposa bem dedicada. D. Ivone diz que Pedrão teve uma vida digna e que um era o apoio do outro. Como não tiveram filhos, os dois estavam sempre juntos viajando e traçando uma verdadeira história de amor. Nas horas vagas, Pedrão gostava de ouvir tango e uma viagem para Buenos Aires com outros delegados foi, segundo d. Ivone, inesquecível.
De dez anos para cá, ele adquiriu uma degeneração macular senil, enfermidade que pode levar à cegueira. Depois de quatro operações nos olhos, a visão ficou debilitada e não conseguia enxergar direito. Para não perder o costume da leitura, comprava livros e revistas em áudio, para que pudesse ficar informado. Um dos seus escritores preferidos era Jorge Amado e ele ouvia o CD dos livros como passatempo. Ele estava internado havia um mês devido a uma infecção urinária que o levou à morte.
O velório está sendo realizado no cemitério do Itacorubi e o corpo será cremado, como era de seu desejo, às 13h, em Balneário Camboriú."
Então, a nossa homenagem ao delegado, ex-chefe da Polícia Civil, nosso querido Pedrão.
Fui delegado um bom tempo no período em que ele era superintendente da Polícia Civil e conheci a sua maneira firme de atuar. Foi um delegado honesto, correto, cumpridor das suas obrigações, enfim, um orgulho para a Segurança Pública de Santa Catarina e para todos os policiais civis do nosso estado.
A última vez que conversei com Pedrão, há dois ou três meses, foi quando o encontrei no Hotel Marambaia, em Balneário Camboriú. Ele estava com dificuldades de visão, mas aquela era uma cidade da qual ele gostava. Foi o primeiro delegado daquele município e sempre me dizia assim: "Maurício, guardo as minhas economias, porque durante um mês por ano eu gosto de ficar aqui em Balneário Camboriú, caminhar na praia e reencontrar os amigos".
Fiz questão de fazer esse relato e registrar essa homenagem que entendo que é da Adepol/SC - Associação dos Delegados de Polícia do Estado de Santa Catarina - e de todos os policiais do estado de Santa Catarina, a Pedro Francisco Benedeck Bárdio, nosso ex-superintendente.
Lembro quando a chefia de Polícia Civil ficava na rua Tiradentes e que com ele lá estavam Newton Andrade, que agora é corregedor de polícia, como seu braço direito, e também Oscar Peixoto e toda uma equipe trabalhando e conduzindo a Polícia Civil.
Não poderíamos, dentro desse sentimento de tristeza que tomou conta de nós em razão do falecimento desse grande colega, deixar de fazer também o registro do falecimento do vereador de São José, Altevir Schmitz, que foi assassinado na noite de ontem. Na verdade, não se sabe se foi assassinato ou latrocínio, isso a polícia vai esclarecer. Mas ele foi um grande líder que brigava muito pela segurança no município de São José, sempre representando a sua comunidade.
Então, os nossos pêsames a toda comunidade de São José e à família de Altevir Schmitz.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)