Pronunciamento

Maurício Eskudlark - 026ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 01/04/2014
O SR. DEPUTADO MAURÍCIO ESKUDLARK - Sr. presidente, srs. deputados, público que nos acompanha pela TVAL.
Tenho vários assuntos para falar no dia de hoje, e não iria falar mais dos atos que aconteceram na UFSC, mas quero parabenizar os alunos e professores que num ato de responsabilidade, demonstrando que a grande maioria da universidade, quase a totalidade de professores, alunos e pais querem uma universidade sem baderna, sem drogas e sem problemas. E esses alunos que foram lá hastearam novamente a bandeira nacional e mostraram efetivamente que a grande maioria dos alunos quer e é responsável por grande parte da educação no nosso estado, pelos grandes mestres, professores, médicos, enfim pelos pensadores do estado junto com outras universidades que temos no estado, mas que a universidade federal é, sim, o carro chefe, a mola mestre da educação no nosso estado, o ponto de referência. É lá que todo pai quer que seu filho estude um dia.
Assim, parabenizo o bom senso desses alunos que foram lá - e parece que um professor havia arrancado a corda que eleva a bandeira nacional para não haver conflito com os baderneiros -, porque o estado fica prejudicado quando se pensa mais naquele que faz o mal do que naquele que faz o bem, porque não quer conflito com o maconheiro, com aquele que não está lá para estudar. Esses, como já disse aqui desta tribuna, têm que responder processo administrativo, tem que ser expulsos para que fique lá realmente quem quer estudar. Milhares de estudantes não passam no vestibular da universidade federal e lá gostariam de estar. Infelizmente, muitas vezes não conseguem a vaga e quem consegue não a valoriza.
E para estancar aquele problema na universidade federal a reitoria fez um acordo com aqueles que haviam invadido as suas instalações, cujo termo de compromisso demonstra a fraqueza da administração da universidade. Sei que as vezes deve-se ceder para evitar problemas, mas os estudantes fizeram 13 solicitações e a reitoria assinou.
A primeira delas: "O posicionamento da Reitoria é de ser veementemente contra qualquer tipo de repressão policial violenta dentro do campus."
Ninguém quer repressão policial, e para isso não precisa fazer acordo, apenas cumprir a lei. Quando alguém cumpre a lei, todos apoiam o seu cumprimento. O policial tem que cumprir a lei, e se tiver que agir com rigor, que assim seja.
Vejam que os bons foram lá hastear a bandeira e dizer que querem estudar, usar a universidade como centro de pesquisa, fazer realmente da universidade o que ela merece; os outros, no segundo item, pedem o seguinte: "Respeito à realização de festas no campus de Florianópolis, destacando-se a reativação imediata da comissão de festas."
Vejam a preocupação destes que estão lá e que não poderiam ser levados à delegacia porque estavam usando drogas, as exigências que estão fazendo com a reativação da comissão de festas.
Pedem ainda: "Solicitar neste mesmo documento que seja revisto pela Floram e pelo Ministério Público a determinação de não autorizar som na Universidade Federal após as 22hs."
Todos lá querem estudar e trabalhar e o que a Reitoria assina com os alunos é o seguinte: "Para não ocorrer repressão; para a realização de festas; para a reativação da comissão de festas; para a revogação imediata do memorando 22/2014; e confesso desconheço este memorando, que deve ser uma tratativa da universidade; prioridade na execução de anteprojeto de iluminação; garantia de que nenhum tipo de processo administrativo ou criminal seja encaminhado pela administração central da Universidade Federal contra os estudantes envolvidos na repressão policial." Não podemos usar essa expressão: repressão policial. A repressão foi ocasionada por uma reação contra o cumprimento da lei. Então não houve repressão, mas sim uma ação policial em razão da reação de alguns professores e baderneiros. Mas eles pedem que não haja nenhuma ação, e a reitoria assina, contra quem praticou os delitos, mas, contudo, eles devem ser responsabilizados, sim. Quem destruiu os veículos? E na ocupação da Reitoria, houve algum dano ao patrimônio público? Pois normalmente tratam os bens públicos como se fossem de ninguém.
E segue as exigências: "Tomar as medidas administrativas legais para apurar as responsabilidades de todas as autoridades envolvidas".
Então, isso não é para punir os baderneiros? Também temos vários itens tratando de responsabilizar autoridades, polícia.
Portanto, que país é este? Que universidade é essa?
Temos que pregar o respeito, a ética, a moral, e não o desrespeito ao patrimônio público. Eu acho lamentável esta posição da Reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina.
Há outros vários itens aqui, mas, todos dão conta de que não se pode apurar os feitos dos baderneiros, mas, por outro lado, há várias exigências de ações contra as autoridades, contra quem quer cumprir a lei, quem quer uma universidade de qualidade.
Eu lamento esse posicionamento, que, felizmente, não é o pensamento da grande maioria dos professores, estudantes e quem têm, com muito orgulho, a Universidade Federal de Santa Catarina como uma das maiores ou a maior instituição do nosso estado.
Então, com muita razão, um grande número de alunos e de professores hastearam a bandeira nacional, cantaram o hino, manifestando a vontade de que na universidade deve prevalecer a ordem, o respeito e a educação.
Amanhã, sr. presidente, teremos sessão na parte da manhã, e eu tenho que discorrer sobre o projeto que altera e redistribui os cargos na estrutura da Polícia Civil. Nós já debatemos com o nosso líder de bancada, com a bancada, pois esse assunto é muito importante para a Segurança Pública do nosso estado.
Também quero fazer o registro da nossa visita ao Centro de Treinamento das Categorias de Base do Marcilio Dias. Estivemos ontem no município de Ilhota, inclusive no momento da visita, o prefeito Daniel Christian Bosi, estava fazendo a entrega de uma ambulância para a secretaria da Saúde, e outras foram entregues em vários municípios de Santa Catarina.
Também estivemos conversando com o Paulinho Portugal, que dá um exemplo de organização, de trabalho com a juventude, nas categorias de base do nosso Clube Náutico Marcílio Dias.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)