Pronunciamento

Kennedy Nunes - 085ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 06/11/2008
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Sr. presidente, sras. deputadas e srs. deputados, público que nos acompanha pela TVAL, pela Rádio Alesc Digital, colegas de imprensa, funcionários da Casa, estava ouvindo o deputado Jailson Lima se pronunciar sobre esse assunto que nos leva, assim como a todo o mundo, a falar sobre a questão da eleição de Barack Obama.
Mas eu não quero, neste meu pronunciamento, meu líder, deputado Silvio Dreveck, falar sobre as eleições nos Estados Unidos, mas sobre a eleição lá em Joinville, até porque ainda não me manifestei nesta Casa depois do segundo turno e, principalmente, durante o segundo turno.
O Partido Progressista lançou a nossa candidatura em Joinville e tivemos a participação, na coligação, do Partido Trabalhista Brasileiro, o PTB, que indicou o meu companheiro de chapa, o Trigo, professor da Udesc, da Univille, um homem qualificado que agregou conceito a nossa chapa.
Durante o processo eleitoral havia três máquinas funcionando em favor de candidaturas: a máquina pública federal, em favor do candidato Carlito Merss; a máquina do governo do estado, em favor de Mauro Mariani, e a máquina do governo municipal, em favor do candidato derrotado Darci de Matos.
Foi uma luta muito grande enfrentarmos essas máquinas e, com um discurso simples, com uma fala na qual mostrávamos a verdade do que estava acontecendo lá, os votos do primeiro turno mostraram que o resultado desta eleição não foi condizente com aquele que se achava o rei de Joinville. Nos últimos 20 anos o governador Luiz Henrique da Silveira mandou na política de Joinville e todas as vezes em que saiu candidato teve votações expressivas. Isso o fez acreditar que agora poderia pegar um candidato de fora da cidade, levar para Joinville e dizer: "Este é o meu candidato e vocês votem nele!" Isso, em política, chamamos de candidato poste.
Durante o primeiro turno, o governador Luiz Henrique da Silveira, nas inserções gratuitas de comerciais, parecia ser o candidato, pois pouco aparecia o candidato do PMDB, o deputado federal Mauro Mariani! Quem mais aparecia era o governador Luiz Henrique da Silveira, que chegava à televisão, como sempre o fez, e dizia: "Vote 15! Você que votou em mim para prefeito, para governador, agora é hora de votar em mim novamente. Votando no Mauro Mariani estará votando em mim!"
Havia muitas placas pela cidade e o candidato Mauro Mariani era o único que tinha dois vices: o vice dele, que era o dr. Xuxo, mas um pouquinho mais à frente do próprio candidato havia o governador Luiz Henrique da Silveira. Toda a estrutura era em favor do governador Luiz Henrique da Silveira! Ele era o garoto-propaganda.
Quando chegou a última semana de campanha todas essas placas com fotos foram trocadas por outra placa, deputada Ana Paula Lima, que dizia assim: "Sou Luiz Henrique da Silveira, voto 15". Sinceramente, quando vi toda aquela máquina do estado com um garoto-propaganda que, na última eleição, havia quase chegado a 80% dos votos na cidade, deputado Silvio Dreveck, pensei: vou ser esmagado! Eu, candidato a prefeito, com pouco tempo de televisão, sem estrutura partidária, só com a minha conversa séria, franca com o eleitor, quando vi aquilo, pensei: quando as urnas abrirem eu vou levar uma coça que vou levar tempo para me organizar novamente. Vejam, o que aconteceu? Deu o que o povo disse nas urnas: Luiz Henrique, the finish. Acabou esse negócio de vir para cá e dizer: vota nesse, vota naquela, quem manda aqui sou eu! Acabou!
Este deputado, com o trabalho que fez, alcançou quase 19% dos votos válidos! Por um pouquinho menos do que cinco pontos percentuais não foi para o segundo turno! E o governador Luiz Henrique - não vou nem falar no candidato Mauro Mariani, porque ele chegou agora lá e não dá para colocar nos seus ombros essa responsabilidade - alcançou um pouquinho mais do que 12% dos votos. Fizemos quase 30 mil votos a mais do que o governador Luiz Henrique lá! Quase 30 mil votos!
Chegou o segundo turno e o governador apoiou o candidato derrotado de novo, Darci de Matos, do DEM. E nós, por uma questão de ética, de coerência, por termos falado tanto em mudança, apoiamos o candidato do PT, deputado Carlito Merss. E eu fiquei na dúvida, deputado, se nós iríamos conseguir vencer. Por quê? Porque começou a ir para a televisão o governador Luiz Henrique e dizer que agora era do Darci de Matos. No dia do último debate da RBS TV, o governador Luiz Henrique, lá no comício, chamou o prefeito Marco Antônio Tebaldi de traidor. O eleitor não é mais burro. O eleitor não é esse cego que há gente pensando que é. Um dia chama de traidor e no outro está abraçado?! Ulysses Guimarães sempre dizia que nunca diga para a sua mulher que aquele político não presta, porque no dia em que ela encontrar vocês dois abraçados, ela nunca mais vai acreditar em ti. Pois tinha razão Ulysses Guimarães. O mesmo governador que chamou o Marco Antônio Tebaldi de traidor, depois estava junto. Mas o povo de Joinville disse não de novo.
Agora, para nós, do Partido Progressista, ter o prazer de ganhar do governador Luiz Henrique, em Joinville, duas vezes em menos de um mês, nem cartão Mastercard paga! Não há nada que possa pagar isso. Aquele que se achava o dono, o rei, o imperador, levou duas derrotas consecutivas. Por quê? Porque o povo de Joinville disse: "Chega, muda". Da mesma forma, o povo dos Estados Unidos, agora com Barack Hussein Obama, disse: "Chega, muda!"
Todos nós, que somos homens públicos, temos que entender que se não andarmos como a população quer, como o eleitor quer vai chegar a hora em que o eleitor vai dizer: "Chega, mudou!"
Venho aqui, meu nobre líder, deputado Silvio Dreveck, dizer para o povo de Joinville muito obrigado. E, mais ainda, venho aqui dizer que a proposta do Partido Progressista foi calcada, lá na eleição em Joinville, na redução do valor das tarifas de ônibus e de água. E quero dizer ainda que, neste caso, deputado Silvio Dreveck, é melhor ser bronze do que prata. Eu fui bronze, saí vencedor. A prata saiu derrotada mesmo.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)