Pronunciamento

Kennedy Nunes - 049ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 16/06/2009
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Sr. presidente, sras. deputadas, público que nos assiste pela TVAL e nos ouve pela Rádio Alesc Digital, colegas da imprensa, funcionários desta Casa, catarinenses que nos estão ouvindo neste plenário, eu acompanhei, deputado Joares Ponticelli, o seu depoimento aqui quando estávamos falando sobre a questão da Polícia Civil, sobre esse processo que se arrasta de cheques sem fundos dados, principalmente, em épocas pré-eleitorais, prática do governo que está aí. Logo depois eu acompanhei a fala dos deputados José Natal e Serafim Venzon, nesta tribuna, dando datas, que queiram ou não queiram - aí eu fico pensando quem não quer - o governador vai mandar.
Eu fiquei preocupado por causa das histórias de promessas deste governo não cumpridas, que dão um filme e que custariam bem menos do que o filme do irmão do secretário Ivo Carminatti, que tem como título Quebrador de Corações.
O Sr. Deputado Joares Ponticelli - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Pois não!
O Sr. Deputado Joares Ponticelli - E por causa desse filme, deputado, lá se foram R$ 2 milhões, os quais dariam para pagar o salário de delegado e de policial civil por um bom tempo.
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Esse filme teria um menu, deputada Angela Albino, que poderia ser as promessas das secretarias; que poderia ser as promessas da Polícia Civil, as promessas da Polícia Militar; poderia ser as promessas da administração e de todos os outros, e teríamos também o menu da educação.
É incrível a capacidade deste governo, deputado Plínio de Castro, de articular de uma forma macabra a questão do resultado. Há uma tendência de governabilidade, de gestão, que é a gestão dentro dos indicadores de resultados.
O governo que está atualmente em Santa Catarina deveria fazer uma nova tese, uma gestão de indicadores políticos e politiqueiros. E daí vai pelas secretarias Regionais, passa pela liberação do Fundo Social, que paga desde uma coroa de flores de R$ 15 mil na secretaria de Desenvolvimento em Campos Novos, em Caçador, até a uma festa para trazer o piloto Michael Schumacher para Florianópolis por milhões. E na educação, deputado Darci de Matos, só conseguem liberar os uniformes para as escolas e para os alunos no ano eleitoral. No ano em que não há eleição, eles torcem para que o Ministério Público, para que ações de empresas que não ganharam entrem e empurrem com a barriga os 450 mil uniformes que deveriam dar para os alunos da rede pública estadual. Mas em ano de eleição municipal e estadual eles fazem e liberam tudo, até tênis da China, e no ano que não há eleição, não compram nada!
Agora saiu no jornal A Notícia, na quarta-feira, dia 10 de junho, a seguinte matéria:
(Passa a ler.)
"Uniforme na rede estadual só no ano que vem."
Será por que, deputada Professora Odete de Jesus, no ano que vem haverá eleição para governador? Por que neste ano não saiu uniforme?
Falam aqui que o Tribunal terá que julgar, que existem outras pendências judiciais, mas os alunos estão tendo que esticar a manguinha, o calçãozinho, que já está curto, porque a criançada cresce, está vindo o frio e o governo não dá uniforme para os alunos. Mas no ano que vem ele vai dar! O ano que vem é ano de eleição! A Oposição vai dizer que o governo não deu uniforme e o governo dirá que entregou os uniformes. Mas no ano passado não foi dado uniforme! Aí o governo vai dizer que no ano passado houve problema judicial! Então, no ano eleitoral não ocorre problema com a Justiça?!
Quatrocentos e cinquenta mil crianças estarão sem uniforme neste inverno que está fazendo muito frio, mas com certeza a propaganda vai mostrar que eles estão iguais aos periquitos, verdinhos por aí, por toda Santa Catarina! Mas está faltando uniforme por toda Santa Catarina, deputado Antônio Aguiar! Ou eles acham que em dois anos a criançada não cresce, não aumenta o número do sapatinho ou do tênis?!
Eu acho que o governador Luiz Henrique da Silveira e o secretário Paulo Bauer estão acreditando que as nossas crianças da rede estadual estão passando pelo deserto. O povo do deserto, quando fugiu do Egito, ficou 40 anos andando no deserto e a sandália do pé não gastava. Eu acho que eles estão querendo fazer uma parte disso, como se em dois anos o tênis não gastasse e o uniforme não ficasse pequeno. Mas em ano eleitoral ele pode dar uniforme.
O Sr. Deputado Joares Ponticelli - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Pois não!
O Sr. Deputado Joares Ponticelli - Deputado Kennedy Nunes, tem razão v.exa. O uniforme em Santa Catarina foi distribuído em 2004, porque era ano de eleição municipal, em 2006, na reeleição do governador, em 2008, ano de eleição municipal, e nos anos ímpares, ano sem eleição, não foi distribuído o uniforme.
A razão é simples: ano que não há eleição não há santinho e o uniforme não vira material de campanha. Infelizmente, em Santa Catarina, e nós estamos denunciando isso há muito tempo, o uniforme escolar virou material de campanha. Ele é distribuído em ano de eleição com santinho e com a diretora fazendo comício, lamentavelmente.
O Sr. Deputado Plínio de Castro - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Pois não!
O Sr. Deputado Plínio de Castro - Deputado, é verdade e é constrangedor, para não dizer outro termo. No ano passado, foi um corre-corre no estado todo para se conseguir entregar os uniformes antes da eleição municipal. Este ano nós já estamos vencendo o primeiro semestre, o frio está aí, as crianças necessitando de um uniforme e vem a informação de que ele não será entregue.
Então, não estão sendo tratados com o devido valor esses milhares de estudantes carentes da rede pública estadual.
O Sr. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Obrigado, deputado, pelo aparte.
Nós, da Oposição, não entendemos, sinceramente, que esta é a melhor forma de se repassar uniforme para as crianças, fazendo-as de cabos eleitorais, sem direito a receber nenhum cachê para fazer propaganda para o governo do estado.
Isso está errado, isso é sacanagem política!
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)