Pronunciamento

Kennedy Nunes - 082ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 22/09/2009
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Muito obrigado, sr. presidente.
Srs. deputados, sras. deputadas, colegas da imprensa, funcionários desta Casa, público que nos assiste pela TVAL e que nos acompanha pela Rádio Alesc Digital, eu quero continuar a discussão do deputado Padre Pedro Baldissera dizendo que não basta começarmos a nos preocupar com o meio ambiente. É óbvio que precisamos, mas esse é um assunto que não depende só de nós, pois poderemos, deputado Ismael dos Santos, sofrer com todas essas mudanças climáticas por conta da grande poluição que os Estados Unidos, por exemplo, provoca no mundo ao não querer cumprir as determinações dos países que tendem a amenizar o seu nível de poluição.
Mas esta Casa, deputado Antônio Aguiar, pode, sim, fazer alguma coisa, e eu conclamo todos os parlamentares deste Poder, deputado Círio Vandresen, porque temos que começar a discutir a formação de um fundo estadual para atendimento de situações de calamidade climáticas. Precisamos discutir nesta Casa a criação desse fundo, porque não podemos permitir que a cada catástrofe, que a cada enchente, a cada seca, a cada temporal fiquemos de mão atadas sem poder dar respostas imediatas.
Nesses dias eu estava comentando com certa pessoa - e vejam bem, eu sou da Oposição, não tenho aqui nenhum motivo para defender o governo - e fiz, deputado Antônio Aguiar, uma dura crítica a uma liderança deste estado, principalmente na área ambiental, que queria colocar a culpa das catástrofes que estamos tendo no governador Luiz Henrique da Silveira. Eu disse que uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa e não vamos culpar determinada pessoa pela catástrofe. O Executivo deste estado não tem como dizer para o vento: "Vento, digo-te: acalma-te!" Não dá!
Agora, o Executivo deste estado pode, sim, começar a se preocupar com a formação de um fundo estadual para atendimento de vítimas de catástrofes. Precisamos! O que não pode acontecer é a cada enchente, a cada seca, a cada estiagem, a cada vendaval, a cada temporal, a cada furacão, ficarmos preocupados.
Eu estava dizendo ao deputado Padre Pedro Baldissera que fui levar alguns donativos para aquela região e ouvi na rádio local propaganda do governo, da Defesa Civil, pedindo aos cidadãos catarinenses que depositassem numa determinada conta qualquer importância para ajudar os flagelados.
Não podemos ficar neste momento de pires na mão, pedindo de novo à sociedade que, além das doações, dê dinheiro. O estado tem que ter um fundo, uma rubrica, um caixa específico, para atendimento às vítimas das catástrofes. E somos nós que temos que discutir isso aqui. É este Parlamento, sr. presidente, que tem que discutir esse assunto. Porque no oeste, quando a estiagem atrapalha os produtores, quando atrapalha todo mundo, o estado precisa estar lá com o dinheiro. Quando vem um furacão, quando no sul vem a enchente na região de Araranguá, quando o vale do Itajaí é devastado, o estado precisa ter um dinheiro específico pronto ser aplicado.
Nós precisamos discutir essa ação e esse propósito aqui. E eu quero propor que todos nós comecemos a pensar nisto, na formação de um fundo específico, de dinheiro do estado, para atendimento das vítimas das catástrofes ambientais, com as quais, infelizmente, vamos ter que conviver.
O Sr. Deputado Círio Vandresen - V.Exa. nos concede um aparte?
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Pois não!
O Sr. Deputado Círio Vandresen - Agradeço, deputado Kennedy Nunes. Eu acho louvável a sua iniciativa, porque precisamos criar aqui as condições reais para atender as vítimas das catástrofes, das enchentes. É importante termos também medidas que possam prevenir as calamidades porque, como diz o ditado popular, é melhor prevenir do que remediar.
Lembro ainda que na semana passada a senadora Ideli Salvatti apresentou um projeto lei que cria um fundo nacional para assistir àqueles que porventura sejam atingidos pelas catástrofes. Eu acho louvável essa iniciativa. Que cada estado da federação crie um fundo estadual para esse tipo de atendimento.
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Parabéns à senadora que elaborou esse projeto, mas nós temos que fazer isso em âmbito estadual.
Sr. presidente, quero abordar agora um assunto sobre o qual me sinto extremamente envergonhado. Sabe quando se é pego de surpresa e não se tem reação, deputado Moacir Sopelsa? Ou não se sabe o que dizer quando se é confrontado com uma situação?
Sou da maior cidade do estado de Santa Catarina, a pujante Joinville, cidade industrial, responsável por 25% da arrecadação do ICMS do estado, a cidade de tantas empresas, a cidade que elegeu o governador por algumas vezes. Pois a minha cidade, deputado Sargento Amauri Soares, está neste momento com as operações do aeroporto canceladas, deputado Antônio Aguiar, porque não cortaram as árvores da cabeceira das pistas.
Deputado Ismael dos Santos, não dá para ficar envergonhado? O aeroporto de Joinville não está funcionando porque não cortaram as árvores na cabeceira das pistas. Como também não está funcionando depois das 18h porque não há iluminação na pista. O que dizer?
Ontem, quando eu estava voltando de Goiânia, o avião teve que pousar em Curitiba porque não havia luzes na pista e porque na cabeceira norte não haviam cortado as árvores do nosso aeroporto. Pela falta de corte, deputados, interditaram 200m da pista na cabeceira norte e 250m na cabeceira sul.
Meu sempre professor Samuel é isso que está acontecendo na nossa Joinville. Na semana passada ainda estava funcionando porque as árvores não estavam tão grandes. Agora a GOL transferiu o seu voo para Curitiba porque não havia bombeiros para garantir a segurança da pista.
A responsabilidade é de quem? Dos bombeiros? Do governador Luiz Henrique, o homem de Joinville! O homem de Joinville não coloca bombeiros suficientes para que os aviões pousem na sua cidade. A responsabilidade é também da Infraero, do governo federal do PT, que não coloca luzes na pista e não corta as árvores, o que nos faz depender de Navegantes ou de São José dos Pinhais, no Paraná, para conseguir um voo.
Faço este registro com muito pesar, envergonhado por chegar aqui e ter que dizer algo tão triste da minha cidade. Tomara que a bancada do PT leve isso à Infraero e que a bancada do PMDB leve isso ao governador Luiz Henrique. Que vergonha! Como diria Boris Casoy: "Isso é uma vergonha!" Mas é a realidade, nosso aeroporto está fechado porque não cortaram as árvores nas cabeceiras da pista em Joinville.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)