Pronunciamento

Kennedy Nunes - 038ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 06/05/2010
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Sr. presidente, sras. deputadas, srs. deputados, pessoas que nos acompanham pela TVAL ou pela Rádio Alesc Digital, eu ouvi atentamente as palavras do deputado Elizeu Mattos, do deputado Valdir Cobalchini, do deputado Dirceu Dresch e ouvi a explicação do deputado Serafim Venzon.
Estou muito à vontade para falar sobre essa problemática das medidas provisórias que chegaram a esta Casa, Deputado Dieter Janssen, a problemática criada, que traz à Assembleia todos os dias servidores com faixas, como acontece hoje, que já estamos vivendo há quase 40 dias nesta Casa. Os nossos gabinetes estão cheios, os corredores estão completamente cheios, tomados por servidores que vêm aqui, deputado Sargento Amauri Soares, fazer exatamente aquilo que precisam fazer, ou seja, defender os seus interesses. Eles estão exercendo o seu papel!
Ouvindo as palavras do deputado Valdir Cobalchini e do deputado Elizeu Mattos, tenho que concordar que isso que estamos vivendo agora não foi criado de um momento para outro, não é coisa de agora. Nem um terremoto acontece sem ter antes mandado algum aviso. Não existe tragédia não anunciada! Deputado Serafim Venzon, não existe tragédia não anunciada! Não existe! O que estamos vivendo aqui é uma tragédia que durante sete anos e quatro meses, deputado Sargento Amauri Soares, durante 88 meses, nós anunciamos, também v.exa. quando falava com relação à Lei n. 254. Há tempo estamos neste plenário avisando que iria acontecer essa tragédia.
São 88 meses em que o governo Luiz Henrique sequer obedeceu à legislação para dar a reposição de inflação. E optou por fazer uma política salarial de esquartejamento e valorizando o que foi dito nesta tribuna por deputados que hoje dizem que não têm culpa, que quem teve padrinho forte recebeu, que quem não teve padrinho forte ficou à míngua.
Eu sou muito observador! Às vezes eu fico quietinho, ali no meu canto, só observando. Observo aqui, observo ali, tentando fazer uma leitura do processo, uma análise do discurso, para tentar ver onde estão querendo chegar. E gostaria de dizer uma coisa muito séria. Ontem estava na comissão de Saúde, com o secretário da Administração Paulo Eli e o secretário da Fazenda também, para começar a abertura de um processo de diálogo entre os servidores da Saúde e o governo, para criar uma possibilidade de melhora para todos os servidores da Saúde, e lá foi dito que é uma inverdade o que estão dizendo de que as categorias não receberam nenhum tipo de ajuda, porque várias categorias receberam ajuda. E disseram, de novo, que várias categorias receberam ajuda dependendo do apoio que tinham, da força que tinham.
Um governo que faz e cria divisão entre categorias, um governo que privilegia a força política da representatividade política, pensando na próxima eleição e na vida do servidor, que tanto depende da ação ou da caneta do governo para ter uma melhor condição de vida, mediante isso, eu não posso aqui deixar de colocar uma frase que disse, ontem, quando estávamos nessa reunião.
Eu pedi para que o SindSaúde desse um voto de confiança porque pediram para esperar até sexta-feira que vem para se fazer um levantamento do impacto financeiro da incorporação do abono ao salário, e eles disseram que já tinham sido enganados, já tinham pedido e isso e aquilo. Então, sugeri que dessem um voto de confiança, porque apesar de as pessoas que estão aqui terem participado de todo o processo, deputado Silvio Dreveck, dessas negociações, eles estavam de carona, e agora, com certeza, na direção, eles podem ter outra atitude. Eu disse isso, deputado Silvio Dreveck, mas agora estou até meio embaralhado porque não sei quem é quem. Durante esses 88 meses de esquartejamento do governo Luiz Henrique ao servidor público, de sangria do governo Luiz Henrique e seus aliados ao servidor público, muita gente esteve de um lado da mesa e agora, num passe de mágica, está no lado oposto!
Eu não sei a quem atribuir a responsabilidade. E daí eu fico aqui pensando um pouquinho. Quem é o pai? É quem faz ou quem cria? Quem é pai? É quem tem o DNA ou quem cria? Eu estou fazendo essa pergunta, porque, deputado Silvio Dreveck, sinceramente, tenho dificuldade para saber se a responsabilidade dessa sangria do servidor público, dessa bagunça generalizada que foi feita aqui, é de quem fez, entenda-se quem estava lá durante 88 meses, ou de quem agora está querendo criar.
O Sr. Deputado Silvio Dreveck - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Pois não!
O Sr. Deputado Silvio Drevech - Obrigado, deputado Kennedy Nunes, quero, em primeiro lugar, cumprimentá-lo pelo pronunciamento que faz com muita veracidade dos fatos.
É interessante, deputado Kennedy Nunes, o que v.exa. coloca a respeito de quem é o pai da criança. Em outras palavras, foi transferida para a Assembleia Legislativa, para os deputados, uma responsabilidade que não é nossa.
Os deputados têm debatido esse assunto, mas quem criou toda essa celeuma? O governo do estado, aquele que renunciou ao mandato, o governador Luiz Henrique da Silveira, com a assinatura, evidentemente, do atual governo. E agora esta Casa é que tem que responder por isso. Ora, quem encaminhou a matéria a esta Casa foi o governo, quem não fez uma política condizente e com dignidade ao servidor público foi o governo. Portanto, nós não temos culpa nenhuma. Nós debatemos esse assunto, solicitamos ao governo que adotasse uma política justa e digna para o servidor público. Portanto, a responsabilidade, deputado Kennedy Nunes, continua sendo do governo, que criou essa celeuma.
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Agora, deputado Silvio Dreveck, não é culpa somente do governo, mas também dos partidos que durante 88 meses estiveram lá. Hoje há pessoas querendo dar uma de Oposição, sendo que até então, enquanto tinham cargo, eram do governo e vinham aqui jogar na nossa cara que estávamos errados. E nós estamos há 89 meses, agora, já, falando dessa política devastadora, assassina, que este governo e seus aliados fizeram durante todo esse tempo para o funcionalismo público estadual. Isso deve ser dito aqui e as pessoas devem entender.
Admiro a inteligência das pessoas que sabem muito bem o que estou falando e sabem muito bem quem são as pessoas que durante 88 meses estiveram lá e agora, de uma hora para outra, fazem uma bagunça generalizada, que até nós não sabemos mais quem é Oposição e quem é Situação.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)