Pronunciamento

Kennedy Nunes - 003ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 09/02/2011
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Sr. presidente, srs. deputados, público que nos acompanha pela TVAL, pela Rádio Alesc Digital e pela internet, venho aqui trazer duas informações. Uma é que segunda-feira eu fiz uma visita ao Hospital Materno Infantil, de Joinville, até porque a informação que me foi passada pela imprensa é que a organização social que atende ao Hospital Materno Infantil de Joinville não tinha recebido a totalidade do repasse do governo do estado para tocar lá aquele contrato - e são R$ 5 milhões por mês.
Eu, em virtude disso, deputado Joares Ponticelli, fui fazer uma visita ao hospital e fui muito bem recebido pela diretoria, a qual eu já disse que foi sanado o problema. Essa questão de fechamento e abertura de um novo exercício dá esse atraso. E, vejam bem, eu já fui vereador, agora sou deputado, mas sempre lutei muito, deputado Maurício Eskudlark, com relação a essa questão de passar para uma organização social tocar um hospital público. E eu ainda não estou bem convicto disso.
E quando vou fazer uma visita a um hospital, deputado Reno Caramori, ouço o que a diretoria tem a dizer, mas prefiro conversar com os pacientes que estão sendo atendidos. São eles, seja o paciente, a mãe do paciente ou o familiar, que precisam dizer como é que está o atendimento, porque senão a diretoria sempre vai dizer que está muito bom.
O ex-governador, e hoje senador da República, Luiz Henrique da Silveira, foi várias vezes fazer uma visita ao Hospital Regional e ao Hospital São José. E quando isso acontecia, tiravam os doentes dos corredores e colocavam-nos numa sala qualquer. E aí, quando o governador passava, não falava com ninguém e depois os problemas aconteciam.
Eu sempre gosto de conversar com o pessoal que está sendo atendido no hospital e, para a minha surpresa, nessa visita que fiz a reclamação que ouvi foi só com relação à entrada no hospital. Há um Protocolo de Manchester que faz uma pequena triagem para saber o que é emergência, urgência, e depois colocam uma pulseira no paciente com determinada cor. Mas depois o cidadão que entra fica completamente bem atendido, pelo que eu ouvi lá no hospital Materno Infantil, sejam nas alas: Oncológica, UTI, pediátrica, neonatal. E, inclusive, na ala - e eu, que tenho dois filhos, sinto muito no coração - de queimados. Ver crianças completamente queimadas é muito triste. E a grande maioria está lá por acidente doméstico. Aquela panela na beirada do fogão e a curiosidade da criança acabam trazendo uma dificuldade muito grande.
Mas quero dizer que saí de lá com uma missão. E, com certeza, com a ajuda dos deputados da nossa região, como os deputados Nilson Gonçalves e Darci de Matos, vamos tentar ajudar o Hospital Materno Infantil com relação à aquisição de uma casa de apoio, porque, hoje, 30% do atendimento do Hospital Materno Infantil é de pessoas vindas de cidades da região - Porto União, Piçarras, etc. -, e quando os pais trazem os filhos eles não têm onde ficar. Então, seria interessante que houvesse uma casa de apoio, e vamos levantar esta bandeira.
Mas a minha vinda à tribuna é também por outro motivo. Eu gosto de descobrir as coisas. Talvez, porque sou jornalista, acabo buscando uma fonte aqui, outra ali. E há um assunto que está pipocando na imprensa de Joinville - e ontem o deputado Nilson Gonçalves ainda falou aqui sobre isso - com relação ao helicóptero da Polícia Militar baseado, hoje, lá no 8º Batalhão da Polícia Militar de Joinville, o nosso chamado Águia. Trata-se de um helicóptero que por muitos anos está servindo não só à cidade do estado, mas a toda região.
Há algum tempo houve um barulho ensurdecedor na cidade cobrando de todos os deputados e do governo por que o helicóptero de Joinville tinha vindo para Florianópolis e não ia mais voltar. Eu entrei em contato com o comando e disseram-me que foi comprada uma nova aeronave, que a nova aeronave não é do modelo Esquilo e que os pilotos da Polícia Militar estão fazendo o brevê, ou seja, aquele curso de atualização para poder voar - e com quatro ou cinco horas de vôo já poderão voar na nova aeronave. Enquanto está havendo isso, e como aqui há muitos turistas e o movimento está muito grande, o helicóptero veio para cá e já se vai fazer a sua manutenção.
Depois desse barulhão, deputado José Milton Scheffer, esta semana de novo nós, deputados, começamos a ser cobrados: "Os deputados não fazem nada! Onde é que já se viu! O helicóptero voltou para Florianópolis, estão querendo ele lá, o helicóptero não volta mais"! Eu, com aquele meu faro de jornalista - e o policial civil também tem esse faro -, disse: há alguém interessado nisso. Não é possível! Porque a informação que eu tive do comando, deputado Reno Caramori, foi que não havia nenhum barulho em Joinville no sentido de que perderam o helicóptero. Era um procedimento normal de manutenção. Mas, pelo barulho que se fez, dava para perceber que havia alguém interessado, porque sempre há alguém interessado numa notícia, sempre há alguém plantando fogo para aparecer como um bombeiro. E eu descobri hoje e vou dizer aqui.
Prestem atenção: antes o governo do estado mantinha um contrato com uma locação do helicóptero Águia com a Helisul. O governo do estado pagava para a Helisul o uso do helicóptero. O governo decidiu comprar uma aeronave e encerrou o contrato de locação com a Helisul. Mas, para haver a manutenção do helicóptero agora de propriedade do estado, abriu-se uma licitação e a Helisul ganhou a licitação para fazer a manutenção da aeronave do governo. E agora vem a coisa: quando o helicóptero era da Helisul, locado, não estragava, funcionava direitinho. Agora, porque é do governo do estado - e é a Helisul quem faz a manutenção -, quebra a toda hora! Que coisa impressionante, deputado José Milton Scheffer! Toda hora ele está quebrando! E eles estão dizendo o seguinte: "Quando era locado pela Helisul funcionava, mas agora"... Mas qual é a diferença? E vou dizer para a Helisul o seguinte: não vem, não, porque aqui tem bala na agulha. Não há problema nenhum, não! Vou dizer isso aqui para acabar com essa palhaçada de gente com interesse financeiro, que fica plantando notícias, deixando a cidade toda apavorada, e só porque está magoadinho, porque perdeu o contrato com o helicóptero!
Que coisa é essa? Onde vamos parar com essa situação? Antes a manutenção era feita em Joinville e agora é feita aqui. É simples. Quando a manutenção era feita lá em Joinville, quem cuidava da aeronave era o Boca, que tinha o águia, o helicóptero, como filho dele, chamava de "meu bichinho". Como acabou o contrato de locação, o Boca foi embora, e agora a manutenção do helicóptero é feita aqui em Florianópolis. Então, cada vez que é preciso fazer a manutenção da aeronave, que é de Joinville, ela precisa vir até Florianópolis, porque a Helisul trabalha aqui.
Eu, inclusive, vou ver a possibilidade de mastigar um pouquinho mais essa coisa engasgada no meu gogó. Como é que pode? Essa aeronave locada nunca estragava e agora, apesar de nova, estraga toda hora e é a mesma empresa que faz a manutenção! É a mesma empresa. A única diferença é que antes a aeronave era locada e agora eles ganham R$ 22 mil por mês para fazer a manutenção do helicóptero que toda hora quebra. Eu estou de olho em vocês e vou passar aqui essa história a limpo. Não vou deixar que parlamentares da minha cidade sejam avacalhados, enxovalhados, por conta de interesses comerciais de uma empresa, de uma aeronave que antes funcionava e que agora não funciona mais. Ou vocês são competentes para fazer a aeronave continuar voando sem interesse comercial ou então peçam o boné e vão embora. Nós vamos trazer esse assunto, essa discussão para as comissões, para acabar com essa palhaçada que a Helisul está fazendo em Santa Catarina.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)