Pronunciamento

Kennedy Nunes - 101ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 04/10/2009
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Sr. presidente, já estava terminando o meu raciocínio, mas eu temo, deputado Genésio Goulart, pela situação que está posta em Santa Catarina. Eu temo! Quero dizer aos nobres catarinenses que nos estão acompanhando, que eu temo porque estamos falando da Segurança Pública. E o problema é que a guerra não é entre polícia e bandido, a guerra é entre polícia e polícia, a guerra é entre setores da Segurança Pública! Isto é extremamente preocupante, deputado Gelson Merísio, presidente da Assembleia Legislativa. É extremamente preocupante!
Nós não estamos aqui dizendo que há uma guerra deflagrada para colocar bandidos na cadeia, nós estamos dizendo que o diretor que cuida dos presos, dos bandidos, veio à Assembleia hoje pedir garantia de vida porque estaria sendo ameaçado por policial. O deputado Adherbal Deba Cabral também estava lá!
Srs. deputados, eu entendo que a situação do governo do estado é insustentável. Para este deputado, quando recomeçarmos a reunião que hoje foi paralisada por causa dos ânimos e também porque o diretor se retirou, os secretários de Cidadania e Justiça e de Segurança Pública vão chegar aqui e anunciar o afastamento deste cidadão, dizer que ele não vem mais porque está afastado.
E não estou achando isso pelo que o diretor Hudson colocou aqui, mas por eu ter visto as cenas na integralidade que foram mostradas na televisão, e o cidadão aparece nas imagens. Quem hoje deveria estar investigando a tortura esteve presente, foi testemunha ocular do processo. Isso é muito grave!
Quero chamar a atenção de todos os srs. deputados, porque isso não é um problema da comissão de Segurança Pública ou da comissão de Direitos e Garantias Fundamentais, de Amparo à Família e à Mulher, mas é um problema nosso, dos catarinenses.
Nós, deputados, temos que estar atentos a este problema, pois é um problema meu, dos deputados Ismael dos Santos, Professor Grando, Genésio Goulart, Adherbal Deba Cabral, José Natal, Gelson Merísio, Antônio Aguiar, não é só do deputado Sargento Amauri Soares, é um problema nosso, que reflete em Concórdia, em Chapecó.
Eu vi hoje a situação crítica do governo, nobre líder do governo, deputado Elizeu Mattos, e inclusive v.exa. ficou numa situação melindrosa. V.Exa. tem toda a minha solidariedade pela situação vexatória que o cidadão colocou o governo quando trouxe um bode para a mesa. E o bode que ele trouxe foi um problema pessoal, quando deveria ter vindo para tratar de um problema de governo.
Então, deputado Elizeu Mattos, v.exa. tem toda a minha solidariedade pela situação que ficou lá na comissão. E quero aqui parabenizar sua atitude de já ter entrado em contato com o secretário de Segurança Pública e com o secretário de Cidadania e Justiça para trazer este assunto hoje na continuação da reunião. Mas conforme o depoimento do ex-deputado e delegado Maurício Eskudlark ao se referir ao cidadão, membro do governo, com cargo comissionado - procurem as fitas e vejam o que foi falado - ele desqualifica o cidadão.
Agora, é algo que me preocupa muito. E eu não estou querendo aqui fazer uma tempestade em copo d'água, não! Eu não estou aqui fazendo papel de oposição ou de governo! Estou falando como deputado catarinense, preocupado, deputada Ana Paula Lima, com o que nós ouvimos e vimos hoje lá. É uma situação muito difícil.
Por isso convido todos os deputados para participarem, hoje, às 17h, no plenário, da reunião da comissão de Direitos e Garantias Fundamentais, presidida pela deputada Ana Paula Lima, da qual faço parte, como também da comissão de Segurança, que o deputado Darci de Matos preside, para que possamos ouvir dos secretários o que está acontecendo.
Mas é muito complicado e preocupante o que eu ouvi lá, não só eu, como todos que estavam lá.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)