Pronunciamento

Kennedy Nunes - 041ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 22/05/2007
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Sr. presidente, sras. deputadas, srs. deputados, público aqui presente, telespectadores da TVAL, ouvintes da Rádio Digital e colegas de imprensa, eu venho aqui para falar de, pelo menos, três assuntos: dois que foram repercutidos aqui, hoje, e um que está repercutindo lá na cidade a qual eu represento, Joinville.
Alguns dias atrás eu fiquei extremamente preocupado quando o deputado federal Carlito Merss, do PT, juntamente com a senadora Ideli Salvatti, andaram por lá dizendo que Joinville poderia perder a instalação de uma das universidades federais que vão ser implantadas no estado.
Esta notícia veio à tona quando Jaraguá do Sul ofereceu para a universidade federal, deputado Reno Caramori, todas as instalações, inclusive físicas, para que o governo federal instalasse lá a extensão da universidade federal. Uma palavra do deputado Carlito Merss, do PT, deixou todos em pânico, quando ele disse que o prefeito de Joinville, Marco Tebaldi, teria dito numa reunião que a universidade poderia ir para Jaraguá do Sul.
Dias atrás uma ação do governo federal, governo do PT, queria criar em Joinville alguns cursos de extensão, que seriam instalados no palacete Niemeyer, que fica ao lado da agência do Banco do Brasil.
Essa luta, deputado Edson Piriquito, da universidade federal em Joinville já é antiga, e nós acreditávamos que, vindo um curso de extensão para Joinville, obrigaria que o governo, ao liberar as novas universidades, investisse na implantação de um centro, de um pólo da universidade lá em Joinville.
Para reformar esse palacete, que é conhecido como palacete Niemeyer, não iriam mais, deputados Dirceu Dresch e Décio Góes, do que R$ 80 mil. A universidade federal disse que colocaria os cursos de extensão em Joinville, mas gostaria que a prefeitura pudesse dar uma ajeitada no prédio, que custa mais ou menos R$ 80 mil, para que os cursos pudessem ser instalados. A resposta da prefeitura foi que ela não tinha recursos para isso. E são R$ 80 mil! Vejam bem que o orçamento previsto para este ano chega a quase R$ 1 bilhão no município. E como a prefeitura disse "não" a esses R$ 80 mil, nós não tivemos a implantação dos cursos.
Agora o governo federal vem dizer que vai instalar alguns campi da universidade, a extensão da universidade, e tendo essa negativa da prefeitura em ser partícipe de um projeto com apenas R$ 80 mil, o governo federal se encolheu, a universidade federal se encolheu para tentar alguma outra participação maior com relação à instalação da universidade em Joinville.
O deputado Carlito Merss, ao dizer que o prefeito disse que a universidade poderia ir mesmo para Jaraguá do Sul, e lá a prefeitura, os empresários, a Câmara Municipal, todos abraçaram essa idéia para levar o pólo da universidade para Jaraguá do Sul - e o deputado Carlito Merss foi convicto no que disse, inclusive com testemunhas -, veio todo um processo para tentar dizer que não é bem assim, que não é que o prefeito não queria a universidade, e virou numa briga política - digo de passagem, por parte do governo que está lá - e até nojenta, com relação à mistura da política partidária em relação à gestão pública. Isso não pode acontecer!
Semana atrás, eu disse aqui que tinha gostado do prefeito de Joinville ter ido com o governador a um encontro com a ministra Dilma Rousseff para buscar recursos para a área de saneamento básico para Joinville, e pedia naquele momento que o prefeito parasse de falar mal do PT, porque ficaria muito ruim alguém falando do partido e daqui a pouco indo lá buscar recursos para a sua gestão, para ter os seus lucros eleitorais.
Mas ontem o prefeito reuniu a imprensa e garantiu o terreno para a instalação da universidade federal. Ele garantiu um terreno - está aqui hoje estampado no AN Cidade -, o terreno que fica localizado na rodovia Valdomiro José Borges, aquela rodovia que vai de Joinville para São Francisco do Sul, entre os municípios de Joinville e Araquari, próximo do eixo de acesso sul. Trata-se de uma localização extremamente privilegiada porque atende Joinville, atende Jaraguá do Sul e região, atende São Francisco do Sul e região. É claro que o terreno ainda não foi comprado; existe uma intenção do governo municipal, caso a universidade queira instalar-se em Joinville, de comprá-lo e dar para a universidade construir.
Diz aqui a matéria do jornalista Edson Saavedra, que foi discutido para que a universidade seja instalada onde funciona, hoje, o 62º Batalhão de Infantaria, e que o município daria outra área para o Exército, porque essa questão do 62º BI ali no centro de Joinville, com armamentos, com pólvora armazenada, é bastante complicada e ele já mereceria uma outra área para instalar os seus soldados e os seus armamentos.
Mas, srs. deputados, eu fiquei muito preocupado com uma coisa, deputado Reno Caramori, quando vi toda essa briga política nojenta, falando mal, chamando de demagogo: que o governo federal, para não entrar nesse jogo nojento de partidos, de picuinhas e de inveja partidária, não investiria em Joinville.
E eu quero fazer um pedido desta tribuna ao presidente Lula, à senadora Ideli Salvatti e ao deputado federal Carlito Merss que, por favor, lembrem-se de uma coisa: os gestores passam, os munícipes ficam; o gestor está lá e quem está fazendo toda essa briga contra o PT tem, pela Justiça Eleitoral, como dia final de sua gestão o dia 31 de dezembro de 2008. Assim, eu peço, presidente Lula, não ligue para os ataques do prefeito Marco Tebaldi ao seu partido, lembre-se de que Joinville merece a universidade; lembre-se de que o senhor vai estar fazendo não algo para os gestores que estão lá, mas para um município que tem grande participação nas indústrias e nas exportações deste país!
Então, eu peço, como alguém nascido em Joinville, que o governo do PT, que é o governo federal, esqueça toda essa picuinha partidária feita pelo atual gestor e tenha compaixão de Joinville. Nós temos responsabilidade e temos que estar envolvidos nesse processo de gestão, pois acreditamos que o próximo gestor não fará o mesmo que o atual está fazendo.
O segundo assunto que quero tratar aqui, pena que o deputado João Henrique Blasi não esteja em plenário, diz respeito aos carros oficiais que estão sem licenciamento. Segundo o líder do governo, os carros estão sem licenciamento por conta das multas que incidem sobre eles; como o governo não pode pagar as multas, não pode fazer o licenciamento.
E aí eu me lembrei, deputado Reno Caramori, do meu projeto de parcelamento do pagamento das multas, do qual esta Casa derrubou o parecer aqui.
Agora vejam os senhores e as senhoras que nos assistem: se o governo não tem condições de pagar as multas das ambulâncias e dos carros para fazer o licenciamento, imaginem nós, simples mortais, se teremos condições de fazê-lo?! Se quem cobra a multa não tem dinheiro para pagar, imaginem nós, os simples mortais!?
Então, eu só me lembrei da importância do meu projeto que continua nesta Casa e que prevê o parcelamento do pagamento das multas. Aí até o governo vai poder parcelar o pagamento das multas para licenciar os seus carros.
O deputado João Henrique Blasi falou de Cassandra e de Apolo, dizendo que Apolo condenou Cassandra a não ter suas previsões acreditadas. Eu só quero lembrar o fim da história: Apolo disse que Tróia terminaria numa bola de fogo. E a história diz que Tróia terminou queimada e o seu rei decapitado.
Nós entendemos que o estado de Santa Catarina não está indo por aí, mas a pegar a história do líder do governo, o seu fim, deputado, será triste.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)