Pronunciamento

Kennedy Nunes - 002ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 08/02/2011
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Muito obrigado pela deferência.
Eu quero cumprimentar v.exa., deputado Reno Caramori, que está presidindo a sessão neste momento, como também os nossos colegas deputados, os catarinenses que nos acompanham no plenário, os colegas jornalistas, os catarinenses que nos assistem pela TVAL e os ouvintes que nos acompanham pela Rádio Alesc Digital.
Em nome do PP, quero dar as boas-vindas ao nobre deputado José Milton Scheffer, que é o mais novo integrante da nossa bancada, que foi ungido pelas urnas e vem de Sombrio. Ainda bem que não havia radar, deputado Dóia Guglielmi, porque se houvesse iria pegá-lo, já que veio embalado de Sombrio. Obteve a maior votação em um município, em termos percentuais, de toda a história de Santa Catarina. Nós, da bancada do PP, estamos felizes porque ele veio lá do sul com essa força de ex-prefeito de Sombrio, agora como deputado estadual.
Nós continuamos com o deputado Silvio Dreveck na liderança do nosso partido; com o deputado Reno Caramori fazendo parte, pela primeira vez, da Mesa Diretora, ele, que é nosso decano, pois está começando a sua sexta legislatura; com o deputado Valmir Comin, de Criciúma; com o deputado Joares Ponticelli e este que lhes fala, representando a cidade de Joinville.
Começo esta legislatura levantando duas bandeiras que acho de extrema importância. Quero continuar, deputado Neodi Saretta, e peço sua ajuda, como também da deputada Luciane Carminatti, a luta contra as drogas neste Parlamento. A cada dia, deputado Maurício Eskudlark, as drogas me assustam mais. Anteontem, mais uma vítima em Joinville: um jovem de 28 anos de idade, conhecido da minha família, dormiu e não acordou mais.
Essa questão das drogas tem-se mostrado como uma metástase generalizada no corpo da sociedade. Hoje, não consigo mais achar uma família ou alguém próximo que não tenha um familiar com problema com o crack. Em Chapecó, a deputada Luciane Carminatti sabe como é complicada essa situação. Está assim em todas as cidades! Não existe mais cidade imune às drogas.
Catarinenses, estamos passando pelo mesmo momento dos anos 80, quando apareceu a Aids e havia um grupo de risco. Hoje, não há mais grupo de risco. Com as drogas, está ocorrendo a mesma coisa. Antigamente, havia as drogas mais pesadas, mais caras e daí apareceu a droga para as pessoas com baixo poder aquisitivo. O crack! Mas o que é o crack? O crack era o que os traficantes jogavam fora. Aí colocaram soda cáustica e outros produtos químicos e fizeram uma pedra que, por ter tudo isso, ficou altamente destrutiva, com um poder muito grande de dependência e que acaba levando os usuários à morte!
Olha só que coisa incrível, deputado Carlos Chiodini! No Rio Grande do Sul, os traficantes de uma comunidade espalharam cartazes pela comunidade proibindo a venda de crack. Os próprios traficantes proibiram a venda do crack! E por qual motivo? Porque os clientes estavam morrendo. Os traficantes que vendem outras drogas não estão mais querendo a venda de crack nos seus redutos porque seus clientes estão morrendo com o uso dessa droga.
É isso que estamos vivendo, srs. deputados! Grande parte das pessoas que vai para o presídio, para a penitenciária é por conta disso. Noventa por cento dos presos cometeram crime relacionado ao porte e tráfico de drogas. E esses jovens que estão nos presídios estão na idade produtiva do ser humano. Mas estão presos por conta da questão das drogas!
Eu formei, no final do ano passado, a Frente Parlamentar Antidrogas, e quero convidar os novos deputados que ainda não assinaram esse documento, para que o façam, a fim de renovarmos essa nossa proposta. Eu gostaria que todos os deputados participassem.
Além disso, conversando com a Mesa Diretora, com o presidente Gelson Merisio, achamos, deputado José Milton Scheffer, que é importante que esta Casa tenha uma comissão de defesa civil. Não dá mais para que cada deputado aja em sua base eleitoral na hora do desespero, da emergência. O Poder Legislativo deve envolver-se nisso. Não é somente uma responsabilidade do Executivo! Nós precisamos envolver-nos. E a minha ideia, deputada Luciane Carminatti, é criar uma comissão permanente de defesa civil, em que os seus membros representem as outras comissões - Transporte, Saúde, Segurança, etc. -, para que possamos discutir ações contra o problema das catástrofes.
Em minha opinião, vamos conviver cada vez mais, deputado Maurício Eskudlark, com as catástrofes, com os furacões, com as enxurradas, tudo isso que vem da natureza. O nosso estado está propício a isso. E o Poder Legislativo deve, sim, envolver-se integralmente nisso. Inclusive, é importante que essa comissão de defesa civil esteja presente na comissão estadual de Defesa Civil, nas reuniões de avaliação do Executivo.
Eu conto, para isso, com o apoio dos pares, no sentido de colhermos as assinaturas e entregarmos o documento à Mesa Diretora.
Está presente neste plenário o presidente do Sindicato dos Jornalistas, que é meu presidente também. Ele está fazendo um trabalho de conscientização com os deputados. É com muita honra que faço parte desse sindicato como jornalista, depois de 15 anos exercendo a profissão, deputado José Nei Ascari, pois me formei em 2000.
Por essa razão, elaboramos um projeto de lei que foi aprovado nesta Casa por unanimidade, que exige diploma para a contratação de jornalistas no serviço público. Mas a Procuradoria-Geral do Estado acabou vetando-o dizendo que há vício de origem. Mas não criamos despesas, deputada Luciane Carminatti! Não há despesa alguma! Só que na contratação, o jornalista deve apresentar o diploma e não somente o registro, porque hoje é fácil conseguir o registro sem diploma! Eles estão querendo valorizar o serviço de jornalismo no estado de Santa Catarina exigindo o diploma. E eu sou um exemplo disso, pois depois de 15 anos exercendo a profissão fui buscar a minha formação acadêmica porque acredito que ela é importante.
Já conversei com o governador Raimundo Colombo e ele não irá opor-se, dependerá de nós. Eu peço a todos os nossos colegas jornalistas que conversem com os deputados, conscientizando-os disso, a fim de que possamos conseguir 21 votos para derrubar o veto e fazer valer, em Santa Catarina, essa exigência que é realidade no Rio Grande do Sul e em outros estados. Cabe-nos agora fazer parte disso, valorizando o trabalho dos jornalistas do nosso estado, aqueles jornalistas que buscaram formação acadêmica.
Quero agradecer e dizer que a nossa bancada manterá a posição original, pois sabe que irá conseguir reverter esse veto teórico, digamos assim, da Procuradoria-Geral.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)