Pronunciamento

Kennedy Nunes - 020ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA

Em 14/07/2011
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Sr. presidente, srs. deputados, público que nos acompanha pela TVAL e pela Rádio Alesc Digital, não poderia, deputado Elizeu Mattos, de forma alguma, deixar de me expressar com relação ao PLC aprovado ontem por esta Casa.
Sou um observador. Gosto de observar as coisas, talvez até pela minha profissão de jornalista. Gosto de observar, Salum. Fico sempre observando o entorno. Um ouvido aqui, um ouvido ali, para ver como é que as coisas se formam. Elas não vêm prontas. Elas vão-se formando.
Ontem, quando saí daqui fui fazer o meu exame introspectivo. Estou vivendo um momento novo, que é o momento de participar não somente da base como do partido do governo e fiquei muito tranquilo quando comecei a observar que não existe razão nenhuma para o que houve aqui ontem, aquela pancadaria toda. Inclusive, digo que isso não é coisa de professor. Não dá para imaginar que isso seja coisa de professor.
Quando publiquei a tabela do PLC n. 0026/2011 no meu twitter, durante a votação, disse que era um verdadeiro aumento. E está lá no meu twitter essa tabela. Hoje já comecei a receber vários e-mails e ligações de professores dizendo assim: "Deputado, não foi isso que me falaram!". E eu perguntei por quê. E eles responderam: "Disseram que só iríamos ter perdas, que iríamos perder tudo".
Quero aqui fazer justiça: o governador Raimundo Colombo, desde a medida provisória que deu entrada nesta Casa até o PLC aprovado ontem, transigiu muito! Não somente em ações, em algumas questões pontuais, como a questão da merenda, mas em valores. A primeira medida provisória representava um impacto financeiro de R$ 13 milhões e o PLC aprovado dobrou esse valor!
Então, é impossível o povo catarinense, que agora está começando a entender, dizer que é ruim uma proposta que injetará no salário de uma categoria R$ 28 milhões! E no ano que vem será mais, chegará a quase R$ 40 milhões!
Mas, deputados e catarinenses, o que me deixou muito tranquilo em aprovar o PLC foi ter ouvido, ainda na terça-feira, dentro do plenário... Porque aqui escutamos uma coisa do microfone e outra ao pé do ouvido. Muitas vezes a conversa ao pé do ouvido é diferente da do microfone. Ontem mesmo, durante o momento de maior agressividade, ouvi coisas ao pé do ouvido que eram muito diferentes das que foram anunciadas pelo microfone. Mas esse é um processo normal e cada um cumpre o seu papel.
Mas depois, como estava dizendo, o deputado Sargento Amauri Soares colocou no plenário uma coisa, deputado Elizeu Mattos, que me deixou muito tranquilo de aprovar o PLC: "A Assembleia não pode aprovar este projeto porque vai acabar com a greve". E continuou: "Se a categoria decidiu que a greve deve continuar, a Assembleia não pode sobrepor-se a essa decisão".
Daí eu pensei: espera aí, o que é que todos nós queremos? Que acabe a greve! O que os pais querem? Que acabe a greve! Por quê? Porque o ano letivo de 2011 já estava em risco. E quando escutei um deputado da Oposição dizer que não poderíamos aprovar o PLC para não acabar com a greve, pensei: opa, se eu tinha alguma dúvida de votar nesse PLC, ela acabou agora e vou votar. Porque todos que estavam aqui queriam, inclusive os professores, acabar com a greve! E não fizemos nada de mais!
Até perguntei ao deputado Sargento Amauri Soares como acabar com a greve e ele me respondeu: "Se aprovarmos esse projeto todos os professores voltarão a dar aulas". Aí eu pensei: se vão voltar a dar aula é porque vão receber aumento.
Eu ainda não tinha ainda a tabela em mãos. O que estava no projeto era outra tabela muito complicada, mas essa está simplificada e de fácil entendimento. Como já disse o deputado Joares Ponticelli, em junho o menor aumento será de 6% e o maior aumento de 43%; em agosto o menor aumento será de 12% e o maior de 46,51% e em janeiro de 2012, o menor aumento será de 40% e o maior de quase 87%.
Vou fazer uma coisa no dia 1º de fevereiro de 2012, quando voltarmos do recesso: vou colocar aqui um varal, vou deixar na minha bancadinha um varal com a folha de alguns professores: a de março deste ano, a de junho, a de agosto e a de janeiro de 2012. Temos que fazer isso para mostrar à sociedade catarinense que este governo não mente, não, como alguns fazem! Vou mostrar que há gente que vai quase dobrar o salário.
Ontem, sr. presidente, um jornalista do sul me telefonou para dizer que os professores estavam perdendo e eu disse: "Mas como estão perdendo?! Diga-me uma perda que eles tiveram". Aí ele disse: "Ah, mas a regência vai diminuir até janeiro, quando volta tudo ao normal, logo, eles deixam de ganhar!" Eu disse a ele que deixar de ganhar é uma coisa e perder é outra!
Vou fazer uma projeção: se eu ganhar na loto, vou comprar um iate, um supermercado, vou comprar tudo! Mas se eu não ganhar, o que farei, deputado? Eu perderei ou deixarei de ganhar?! Simplesmente deixarei de ganhar. Assim, o que a sociedade catarinense tem que entender é que ninguém vai perder nada e isso vamos provar aqui, em fevereiro do ano que vem, quando mostrarmos as folhas.
O Sr. Deputado Elizeu Mattos - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Pois não!
O SR. Deputado Elizeu Mattos - Deputado Kennedy Nunes, essa tabela não foi feita pelo governo. Essa tabela que v.exa. está mostrando foi feita pelo Sinte e pela CUT. Foram eles que elaboraram a tabela, e a tabela é muito maior do que está aí. Foram a CUT e o Sinte que fizeram. Não foi o governo que elaborou essa tabela, foram a CUT e o Sinte.
Mas quero informar que fui visitado na terça-feira, em meu gabinete, por três pessoas que se diziam professores, querendo saber qual a minha posição. Eu disse que votaria a favor do PLC, que teríamos que votar o PLC. E essas pessoas me disseram que não poderíamos aprovar o PLC. "Vocês querem acabar com a greve?" Eu disse: "Eu quero acabar com a greve". Elas disseram: "Não, nós vamos entrar em férias e vamos comprometer o ano letivo". Eu os olhei e disse que não eram professores coisa nenhuma para terem coragem de me fazer uma proposta daquelas dentro do meu gabinete! O que é isso?! Comprometer o ano letivo! Essa não é uma proposta correta de um professor!
O Sr. Deputado Joares Ponticelli - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Pois não!
O Sr. Deputado Joares Ponticelli - Deputado, somente quero dizer que vou trazer também da minha região as contribuições para o varalzinho que v.exa. propõe, mas acho que devemos fazer o primeiro já em agosto, quando voltarmos do recesso. Vamos pegar a folha de abril, a folha de junho, a folha de julho e a folha de agosto. Não vamos esperar tanto tempo, porque senão haverá alguns que serão capazes de ficar reproduzindo essas inverdades por mais tempo.
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Vamos fazer um varalzinho da verdade, deputado!
O Sr. Deputado Joares Ponticelli - Exatamente!
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Vamos fazer um varal para mostrar que esta Casa tem responsabilidade, sim, com a educação e com a gestão. E vamos progredir mais ainda, pois vamos tirar da base de cálculo o Fundeb, que antes era Fundef, e que entrou na base de cálculo porque o PT entrou na Justiça. O PT não gosta que eu diga isso! O partido fica doido quando falo isso no twitter, mas esta é a verdade: o PT entrou na Justiça para colocar, à época, o Fundef na base de cálculo do repasse aos poderes agora vamos corrigir isso.
Muito obrigado, sr. presidente!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)