Pronunciamento

Kennedy Nunes - 059ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 15/07/2009
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Sr. presidente e srs. deputados, público que nos assiste pela TVAL e ouve-nos pela Rádio Alesc Digital, senhoras e senhores que aqui estão acompanhando pela telão a nossa sessão, entrei nesta Casa em fevereiro de 2007. Até então tinha uma percepção dos assuntos como jornalista que sou e como vereador que fui na cidade de Joinville. Contudo, na minha convivência nesta Casa, principalmente do final do ano passado até este momento, comecei a ver que o governo que hoje temos em Santa Catarina, infelizmente, deputado Moacir Sopelsa, é um governo que não agrega, que não é catalizador. Notadamente na questão do funcionário público estadual, o governo do estado não demonstra a mesma força que mostra em outras questões.
Comecei a observar, recentemente, quando da discussão nesta Casa do projeto de lei que regulamenta a realização de eventos, deputada Angela Albino, que há muita diferença, muita distância entre as Polícias Militar e Civil no estado de Santa Catarina.
Lembro-me quando o governo falava em unidade da Polícia, em uma Polícia única. Hoje eu tenho uma certeza: em Santa Catarina não é possível. Não é possível por quê? Porque o próprio governo patrocina esse distanciamento.
Depois que veio para cá o projeto que estamos hoje discutindo, ficou ainda mais evidenciada outra divisão entre os praças e os oficiais da própria Polícia Militar.
(Manifestações das galerias)
Não vou aqui fazer a defesa de um ou de outro, acho que todos merecem respeito. Mas a fala do Partido Progressista nesta tarde é no sentido de pedir que o governo do estado pare de segregar os praças, pare de segregar a Polícia Civil da Polícia Militar, pois afinal de contas é um aparato policial que serve só para uma coisa, ou seja, dar segurança ao cidadão catarinense e ponto final.
(Manifestações das galerias)
Não é possível ficarmos nessa guerra para ver quem tem mais força porque é óbvio que entre oficiais e praças, na hierarquia que obedecem dentro da farda que usam, vai sempre prevalecer a força dos oficiais, já que quando vão lá para frente para reivindicar o cumprimento de uma lei, eles mandam prender, eles querem expulsar dentro do regimento deles.
(Manifestações das galerias)
Não é possível o governo do estado, nesse processo, ficar só ouvindo os oficiais e por conta de alguma encrenca pessoal ou não, institucional ou não com relação à Aprasc e aos seus associados, não ouvir os legítimos representantes dos praças deste estado. Não é possível, não é possível!
Eu estava há pouco em uma reunião e o deputado Sargento Amauri Soares disse: "Olha, eu vou-me retirar dessa reunião porque desde fevereiro eu estou querendo discutir esse projeto e não sou recebido."
Parabéns, deputado Sargento Amauri Soares, essa é a posição. Ou seja, vocês, desde fevereiro, estão querendo discutir com o governo do estado e eles não escutam vocês. Aí o governo vem para cá com uma política vexatória, com uma política de chamar o servidor público de ignorante, de Zé esmola, como se estivesse o funcionário jogado às traças; vem aqui e oferece para os professores R$ 100,00 em quatro vezes, até agosto do ano que vem, vem aqui e oferece para os praças R$ 300,00 em prestações, até o ano que vem.
(Manifestações das galerias)
E vejam que o governo teve recorde na arrecadação de tributos. Vejam bem, nós estamos em plena crise mundial, deputado Plínio de Castro, e chega neste instante a informação do secretário da Fazenda de que o estado bateu recorde em arrecadação. Em plena crise! Falta de caixa não é, o que falta é responsabilidade deste estado, do governo deste estado que gosta de segregar. Para quem não sabe, segregar é apartar, e é o que eu estou vendo com relação à ação do governo do estado, nesse caso, entre a Polícia Civil e a Polícia Militar, e na própria corporação. Por exemplo, todos os que estão aqui vestem a mesma farda e cumprem o mesmo papel, com as diferenças óbvias. Por quê? Porque todos estão aqui no mesmo papel de dar segurança ao cidadão e de ser beneficiados com um salário digno. Não é possível! A partir de hoje vou chamar este governo de magazine Luizão, porque oferece crédito em um ano, em quatro pagamentos sem juros. Não existe factoring que ganhe deste governo, oferecendo pagamento em um ano, em quatro parcelas sem juros. Hoje bateu o recorde!
Além disso, fazendo a segregação entre os oficiais e praças, entre Polícia Civil e Polícia Militar, e até mais, na pegadinha do PLC n. 0027, veio querendo extinguir o serviço do bombeiro voluntário em Santa Catarina, deputado Lício Mauro da Silveira.
É uma vergonha! Nós, lá de Joinville, temos o bombeiro voluntário, que é uma instituição reconhecida no país inteiro. Mas no projeto veio uma pegadinha e se não fossem os olhos atentos do deputado Joares Ponticelli e da nossa bancada, teríamos passado batidos e o bombeiro voluntário de Santa Catarina estaria extinto.
O Sr. Deputado Plínio de Castro - V.Exa. me permite um aparte?
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Pois não!
O Sr. Deputado Plínio de Castro - Deputado, lamentável o tratamento deste governo com os seus colaboradores do estado. O servidor público é o verdadeiro colaborador da sociedade catarinense. É bom que se diga: em sete anos de governo, o estado de Santa Catarina quase triplicou a sua arrecadação e hoje vem oferecer R$ 100,00 de aumento para os professores. É um deboche! Pagos os R$ 100,00 em um ano. É uma vergonha o magazine Luizão!
(Manifestações das galerias)
(Discurso interrompido por término do horário regimental)
(SEM REVISÃO DO ORADOR)