Pronunciamento

Kennedy Nunes - 048ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 26/06/2007
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - sr. presidente, sras. deputadas e srs. deputados, público aqui presente, funcionários desta Casa, colegas de imprensa, quem nos acompanha pela TVAL e pela Rádio Digital.
Eu tenho tantos assuntos para falar, mas nós vamos, ao longo do tempo, falando já que são medidas que infelizmente não são factuais ao ponto de falarmos e alertarmos o povo catarinense, mas elas, amanhã, na próxima sessão, também servirão de alerta.
O primeiro assunto, sr. presidente: eu fiquei embasbacado, deputado Manoel Mota, com a atitude do seu governo em usar o Diário Oficial para publicar uma portaria do governo do estado pedindo, deputado Silvio Dreveck, que os secretários de estado atendam os deputados sem prévia agenda. E pasmem, sras. deputadas e srs. deputados, o governo está pedindo que os secretários retornem, imediatamente, os telefonemas desses parlamentares.
A que ponto chegamos! Onde um governo tem que pedir para o secretário atender a um deputado, deputado Gelson Merísio, a responder o seu telefonema. Eu achei a desculpa, ou seja, a justificativa, o motivo de publicar no Diário Oficial. Eu achei deputado Dirceu Dresch. Como jornalista sempre procuramos entender, isso é análise de discurso, tentamos entender o que realmente faz um governo publicar uma medida como essa.
Como ouvimos que o governo está economizando dinheiro, com certeza absoluta custaria mais caro e levaria mais tempo o governo do estado telefonar para 56 secretários do que publicar no Diário Oficial uma portaria.
É a única justificativa que eu tenho, porque o governador não tem tanto tempo para ligar para 56 secretários. Ele deve ter dito: "Secretário atenda os deputados, dê o retorno ao telefonema, porque senão sairá muito mais caro." Eu entendo que a justificativa para esse ato seria a economia de dinheiro em vez de fazer 56 telefonemas.
Ao mesmo tempo em que o governador pede para que os secretários atendam os deputados e retornem as suas ligações - é um absurdo - ele pede para que os assessores das secretarias permaneçam aqui na Assembléia Legislativa para fomentar informações aos deputados. Sinceramente, esperava muito mais desse governo.
Mas deixem-me dizer uma coisa: estive lendo que o Tribunal de Contas do estado publicou as contas do governo e eu quero passar para Santa Catarina alguns números que me levam a ver o seguinte:
Atenção: as empresas estatais, entenda-se Celesc e Casan, gastaram com assistência médico-odontológica de seus empregados e dependentes 235% a mais do que a Cohab investiu em moradias, e 25% a mais foi gasto pelas empresas estatais em dentistas para os seus funcionários do que a Casan investiu em saneamento básico. Ou seja, as empresas estatais que deveriam investir na comunidade, estão gastando mais com os dentistas dos seus funcionários do que a empregabilidade do recurso público em saneamento ou em habitação.
Pasmem os senhores: no ano passado, de subvenção social, aquele pedido do deputado para o governador para atender uma entidade, foram R$ 135 milhões. Isso quer dizer que foi 70% a mais do que em 2005. E pasmem os senhores, 2006 foi ano eleitoral e essas subvenções só puderam sair até julho, porque a partir daquele mês não podia por causa das eleições.
Só para v.exas. imaginarem, no exercício de 2006 foi observado um crescimento de quase 5% do número de servidores efetivos do estado. Cresceu, em 2006, 4,94% o número de servidores efetivos, mas de comissionados foi 21%. E mais ainda: a questão de 21% foi que aumentou de cargos, mas nos salários pagos aos comissionados houve um aumento de 35%.
Os programas e ações priorizadas pela população de Santa Catarina no Orçamento Regionalizado deveriam consumir somente 1,71% da despesa total do estado, mas hoje está em 0,31%.
Agora pasmem os senhores: as despesas com a publicidade, que chegaram perto de R$ 50 milhões, foram infinitamente maiores do que as despesas feitas com assistência social, trabalho, habitação, gestão ambiental, ciência e tecnologia, desporto e lazer e outras ações de governo onde deveriam ser colocados mais investimentos e não foi. Por quê? Porque o governo pegou o dinheiro que era para investir nessas questões e colocou em publicidade e propaganda para mostrar que está tudo muito bem, para mostrar que as crianças estão recebendo o uniforme, quando sequer foi feita a licitação para dar uniforme este ano.
Esta é a diferença do governo da propaganda e do governo fato, aquele que na verdade está aqui!
Espero que os convênios estejam sendo repassados. Vejo aqui o prefeito de Lages, Renatinho, e, pelo que sei, até sexta-feira o dinheiro do repasse da Festa do Pinhão do ano passado não tinha sido depositado. Não sei se hoje foi, deputado Joares Ponticelli!
O Sr. Deputado Joares Ponticelli (Interferindo) - Talvez, em função de uma ligação.
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Ah! Aquela ligação! Então, salvo pelo gongo.
Vejo que o deputado José Natal gostaria de me apartear.
O Sr. Deputado José Natal - Deputado, gostaria de dar-lhe uma resposta mas, como restam-lhe poucos minutos, não o farei, lamentavelmente.
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Só espero que v.exa. não venha publicar no Diário Oficial a resposta. Não precisa!
Muito obrigado!
(Palmas)
(SEM REVISÃO DO ORADOR)