Pronunciamento
Kennedy Nunes - 038ª SESSÃO ORDINÁRIA
Em 15/05/2007
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Sr. presidente, sras. deputadas, srs. deputados, público que nos acompanha pela TVAL, ouvintes da Rádio Alesc Digital, nobres cidadãos catarinenses que estão aqui, colegas da imprensa, pessoal de Joinville, secretários Giovane Gonçalves e Maurício Peixer, aos quais eu agradeço pela presença, eu acompanho bem a luta dos centros sociais urbanos e da sra. Juraci Ribeiro, esta guerreira que é o ícone do que passa um gerente desses centros. Quando se trata da falta de repasse de verbas, ela sempre dá um jeitinho. Mas eu quero parabenizar a todos.
Deixem-nos falar aqui que nós participamos, eu e o deputado Serafim Venzon, sr. presidente, na última quinta-feira, de uma audiência pública na Câmara Municipal de Joinville, a pedido dos funcionários do Hospital Materno-Infantil, para que os gestores daquela unidade, uma extensão do Hospital Regional, explicassem sobre a tal da terceirização, privatização, sei lá, alguma coisa assim, pois anda um zunzum dizendo que o hospital será tocado por uma organização social. Eu quero chamar a atenção de todos os catarinenses com relação a essa tal gestão por uma organização social.
Sra. deputada Ana Paula Lima, se o governo quer passar a gestão dos hospitais para uma entidade tocar, para mim, deputado José Natal, isso é atestado de incompetência. Ou seja, socializando ou popularizando essa ação, deputado Dirceu Dresch, é a mesma coisa que o senhor, pai de família, que tem o seu orçamento, os seus compromissos familiares, dizer que irá trazer para tocar a sua casa alguém de fora porque não dá conta.
Esta é a tônica, deputada Odete de Jesus, da tal da terceirização, para que os hospitais do estado sejam tocados pelas tais OS. Os funcionários do Hospital Materno-Infantil estavam querendo saber algumas coisas. Por exemplo, deputado Jandir Bellini, o que será feito com eles, funcionários de carreira, que trabalham especificamente na ala de Pediatria?
Outra pergunta que fiz e, infelizmente, os gestores não souberam responder, deputado Antônio Aguiar, foi: quem vai pagar as OS? É o governo?
O deputado Serafim Venzon estava junto conosco e ficamos muito contentes, pois além de parlamentar, é um profissional da área médica. Mas está tudo muito escuro! Não se sabe, na verdade, o que vai acontecer! Os funcionários do Hospital Materno-Infantil saíram de lá extremamente frustrados porque as respostas foram evasivas, ninguém teve uma postura de responder, na verdade, o que vai acontecer com aquele hospital. Somente disseram que o tal contrato, deputado Silvio Dreveck, já está sendo feito e que nos próximos meses ou dias o Hospital Materno-Infantil será tocado por uma organização social.
Trago aqui esta preocupação porque isso é o que o governo vai acabar fazendo em todos os hospitais de Santa Catarina. Ele não consegue mais cumprir a responsabilidade de tocar as unidades hospitalares e agora quer passar a competência, quer-se livrar dos hospitais. Aliás, isso é algo normal no governador.
Luiz Henrique da Silveira, quando foi prefeito de Joinville, deputado Pedro Baldissera, disse o seguinte a respeito do Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, que era municipal: "Não vou tocar o Hospital Regional. Vou devolver para o estado". E devolveu a gestão para o governo do estado porque lá em Joinville é gestão plena, o Hospital Regional é prestador de serviços da secretaria municipal da Saúde. Num período de dois anos, o governo do estado sempre teve que cobrir o déficit.
Passou-se o tempo, Luiz Henrique da Silveira se elegeu governador e a sua primeira atitude como governador foi a seguinte: o governo do estado não vai mais tocar o Hospital Regional e vai devolver à administração municipal. Assim ele devolve ao município aquilo que ele que tinha devolvido ao estado como prefeito. Parece que o governador Luiz Henrique da Silveira, como gestor público, não gosta de assumir responsabilidade com as unidades hospitalares do estado ou do município. Se como prefeito ele devolveu para o estado o Hospital Regional, como governador ele o devolveu para o município. E agora quer entregar para as organizações sociais a administração dos hospitais.
Isso é um risco! Por que será que o governo do estado está querendo passar para as organizações sociais os hospitais? Será que é para não responder pelo caos que reina nas unidades hospitalares de Santa Catarina?
Depois a deputada Ana Paula Lima vai falar com muito mais galhardia do que eu sobre o assunto porque falado por uma mulher é bem melhor!
O médico do Hospital Celso Ramos usando luvas cirúrgicas para fazer colonoscopia! Está no jornal, é notícia do dia: a foto do paciente com o dreno e ali no dreno, onde está saindo a secreção, aparece uma luva. Acho que é por isso que o governo não quer mais assumir a responsabilidade de ter que responder à sociedade catarinense, e passa a administração para as organizações sociais. Por quê? Porque aí fica fácil, quando sai uma matéria dessas do hospital, o que ele vai dizer? A culpa é do fulano.
Bom, isso me lembra o Jardim do Éden. Deus reuniu Adão e Eva e disse: "De tudo comereis, menos o fruto proibido". A serpente chegou, deu 171 na Eva; a Eva caiu. A Eva experimentou, deu 171 em Adão, o Adão caiu. Depois, quando Deus chegou ao Jardim do Éden, disse: "Onde estás, Adão?" "Estou aqui escondido, Senhor!" "Por quê, Adão?" "Porque a mulher que tu me destes me enganou!" "O que aconteceu, Eva?" "Ah, Senhor, foi a serpente que me enganou!"
A serpente, que não sabia falar, paga o pato até hoje se rastejando. Parece que o governo está querendo isso, deputado Pedro Baldissera. Está querendo achar o culpado.
O Sr. Deputado Serafim Venzon - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Vou dar-lhe 30 segundos, deputado.
O Sr. Deputado Serafim Venzon - Deputado Kennedy Nunes, eu estive também nessa audiência, como v.exa. já falou. A maior parte das pessoas que participaram da audiência eram funcionários públicos do estado, que atendem no Hospital Regional ou na Maternidade Darci Vargas. E v.exa. se retirou antes de terminar e antes de ouvir as explicações e as respostas daqueles que estavam sentados à frente. Mas pode estar certo de que eu usarei, depois, o tempo do partido para explicar isso a v.exa.
Eu só quero dizer que o governador e o secretário da Saúde querem passar a administração do Hospital Materno-Infantil para uma OS por causa da responsabilidade. Como o governador se sente responsável pelo bom funcionamento do hospital, ele quer ter gerência sobre a administração...
(Discurso interrompido por término do horário regimental.)
O SR. PRESIDENTE (Deputado Rogério Mendonça)(Faz soar a campainha) - Concedo mais 30 segundos para que v.exa. conclua o seu pronunciamento.
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - A responsabilidade do governo do estado é assumir a culpa, é assumir o trabalho e não deixar os pacientes comerem de marmita como estão comendo, é não deixar as crianças saírem da Unidade de Tratamento Intensivo para fazer um simples raio X no hospital! Esta é a responsabilidade do governo.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)
Deixem-nos falar aqui que nós participamos, eu e o deputado Serafim Venzon, sr. presidente, na última quinta-feira, de uma audiência pública na Câmara Municipal de Joinville, a pedido dos funcionários do Hospital Materno-Infantil, para que os gestores daquela unidade, uma extensão do Hospital Regional, explicassem sobre a tal da terceirização, privatização, sei lá, alguma coisa assim, pois anda um zunzum dizendo que o hospital será tocado por uma organização social. Eu quero chamar a atenção de todos os catarinenses com relação a essa tal gestão por uma organização social.
Sra. deputada Ana Paula Lima, se o governo quer passar a gestão dos hospitais para uma entidade tocar, para mim, deputado José Natal, isso é atestado de incompetência. Ou seja, socializando ou popularizando essa ação, deputado Dirceu Dresch, é a mesma coisa que o senhor, pai de família, que tem o seu orçamento, os seus compromissos familiares, dizer que irá trazer para tocar a sua casa alguém de fora porque não dá conta.
Esta é a tônica, deputada Odete de Jesus, da tal da terceirização, para que os hospitais do estado sejam tocados pelas tais OS. Os funcionários do Hospital Materno-Infantil estavam querendo saber algumas coisas. Por exemplo, deputado Jandir Bellini, o que será feito com eles, funcionários de carreira, que trabalham especificamente na ala de Pediatria?
Outra pergunta que fiz e, infelizmente, os gestores não souberam responder, deputado Antônio Aguiar, foi: quem vai pagar as OS? É o governo?
O deputado Serafim Venzon estava junto conosco e ficamos muito contentes, pois além de parlamentar, é um profissional da área médica. Mas está tudo muito escuro! Não se sabe, na verdade, o que vai acontecer! Os funcionários do Hospital Materno-Infantil saíram de lá extremamente frustrados porque as respostas foram evasivas, ninguém teve uma postura de responder, na verdade, o que vai acontecer com aquele hospital. Somente disseram que o tal contrato, deputado Silvio Dreveck, já está sendo feito e que nos próximos meses ou dias o Hospital Materno-Infantil será tocado por uma organização social.
Trago aqui esta preocupação porque isso é o que o governo vai acabar fazendo em todos os hospitais de Santa Catarina. Ele não consegue mais cumprir a responsabilidade de tocar as unidades hospitalares e agora quer passar a competência, quer-se livrar dos hospitais. Aliás, isso é algo normal no governador.
Luiz Henrique da Silveira, quando foi prefeito de Joinville, deputado Pedro Baldissera, disse o seguinte a respeito do Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, que era municipal: "Não vou tocar o Hospital Regional. Vou devolver para o estado". E devolveu a gestão para o governo do estado porque lá em Joinville é gestão plena, o Hospital Regional é prestador de serviços da secretaria municipal da Saúde. Num período de dois anos, o governo do estado sempre teve que cobrir o déficit.
Passou-se o tempo, Luiz Henrique da Silveira se elegeu governador e a sua primeira atitude como governador foi a seguinte: o governo do estado não vai mais tocar o Hospital Regional e vai devolver à administração municipal. Assim ele devolve ao município aquilo que ele que tinha devolvido ao estado como prefeito. Parece que o governador Luiz Henrique da Silveira, como gestor público, não gosta de assumir responsabilidade com as unidades hospitalares do estado ou do município. Se como prefeito ele devolveu para o estado o Hospital Regional, como governador ele o devolveu para o município. E agora quer entregar para as organizações sociais a administração dos hospitais.
Isso é um risco! Por que será que o governo do estado está querendo passar para as organizações sociais os hospitais? Será que é para não responder pelo caos que reina nas unidades hospitalares de Santa Catarina?
Depois a deputada Ana Paula Lima vai falar com muito mais galhardia do que eu sobre o assunto porque falado por uma mulher é bem melhor!
O médico do Hospital Celso Ramos usando luvas cirúrgicas para fazer colonoscopia! Está no jornal, é notícia do dia: a foto do paciente com o dreno e ali no dreno, onde está saindo a secreção, aparece uma luva. Acho que é por isso que o governo não quer mais assumir a responsabilidade de ter que responder à sociedade catarinense, e passa a administração para as organizações sociais. Por quê? Porque aí fica fácil, quando sai uma matéria dessas do hospital, o que ele vai dizer? A culpa é do fulano.
Bom, isso me lembra o Jardim do Éden. Deus reuniu Adão e Eva e disse: "De tudo comereis, menos o fruto proibido". A serpente chegou, deu 171 na Eva; a Eva caiu. A Eva experimentou, deu 171 em Adão, o Adão caiu. Depois, quando Deus chegou ao Jardim do Éden, disse: "Onde estás, Adão?" "Estou aqui escondido, Senhor!" "Por quê, Adão?" "Porque a mulher que tu me destes me enganou!" "O que aconteceu, Eva?" "Ah, Senhor, foi a serpente que me enganou!"
A serpente, que não sabia falar, paga o pato até hoje se rastejando. Parece que o governo está querendo isso, deputado Pedro Baldissera. Está querendo achar o culpado.
O Sr. Deputado Serafim Venzon - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Vou dar-lhe 30 segundos, deputado.
O Sr. Deputado Serafim Venzon - Deputado Kennedy Nunes, eu estive também nessa audiência, como v.exa. já falou. A maior parte das pessoas que participaram da audiência eram funcionários públicos do estado, que atendem no Hospital Regional ou na Maternidade Darci Vargas. E v.exa. se retirou antes de terminar e antes de ouvir as explicações e as respostas daqueles que estavam sentados à frente. Mas pode estar certo de que eu usarei, depois, o tempo do partido para explicar isso a v.exa.
Eu só quero dizer que o governador e o secretário da Saúde querem passar a administração do Hospital Materno-Infantil para uma OS por causa da responsabilidade. Como o governador se sente responsável pelo bom funcionamento do hospital, ele quer ter gerência sobre a administração...
(Discurso interrompido por término do horário regimental.)
O SR. PRESIDENTE (Deputado Rogério Mendonça)(Faz soar a campainha) - Concedo mais 30 segundos para que v.exa. conclua o seu pronunciamento.
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - A responsabilidade do governo do estado é assumir a culpa, é assumir o trabalho e não deixar os pacientes comerem de marmita como estão comendo, é não deixar as crianças saírem da Unidade de Tratamento Intensivo para fazer um simples raio X no hospital! Esta é a responsabilidade do governo.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)