Pronunciamento

Kennedy Nunes - 098ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 10/11/2010
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Eu gostaria de fazer o registro da presença, nesta Casa, do vereador Jovino Cardoso Neto, que é do DEM de Blumenau e que foi candidato a deputado federal, fazendo quase 80 mil votos. Ele foi candidato a deputado federal apoiado pela convenção das Assembleias de Deus, assim como eu e o deputado Ismael dos Santos, que fomos candidatos a deputado estadual.
Seja bem-vindo à Casa, nobre vereador Jovino Cardoso.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Moacir Sopelsa) - Deputado Rogério Mendonça, v.exa. dividirá o tempo do PMDB com o deputado Valdir Cobalchini.
O SR. DEPUTADO ROGÉRIO MENDONÇA - Sr. presidente, sra. deputada, srs. deputados, utilizo o horário do partido para fazer um agradecimento pela minha eleição para deputado federal, que aconteceu no último dia 3 de outubro.
Eu já estou aqui, nesta Casa, por três mandatos como deputado estadual, deputado Flavio Ragagnin. Tive o privilégio de me eleger três vezes deputado estadual.
Na minha primeira eleição obtive o total de, aproximadamente, 25 mil votos; na segunda eleição obtive o total de, aproximadamente, 35 mil votos; e na última, 55 mil votos. Hoje, tenho o privilégio, deputado Sargento Amauri Soares, de, entre os 40 deputados desta Casa, ser o segundo mais votado.
Venho de uma cidade pequena, Ituporanga, com 14 mil votos, e a minha principal base eleitoral é especificamente o vale do Itajaí, a partir da cidade de Ituporanga, onde moro e tive o privilégio de ser prefeito.
Nesta última eleição, obtive o total de 110.170 votos e fui o segundo deputado federal mais votado entre os cincos que o PMDB elegeu. Fui o deputado federal mais votado em 39 municípios do estado de Santa Catarina, tendo sido votado também em 253 municípios de Santa Catarina.
Esse resultado da eleição realmente foi belíssimo e me deixou muito feliz. Por isso quero agradecer a todos que votaram em mim e àqueles que permitiram que eu me elegesse deputado federal.
Eu, muitas vezes, conversando com a minha família e com os meus irmãos, ficava comentando sobre isso, até porque a minha profissão de engenheiro agrônomo foi útil. Sempre estudei em escolas públicas, formando-me em Pelotas, no Rio Grande do Sul, na Faculdade de Agronomia Elizeu Maciel, mas foi através de meu pai, que era motorista de táxi no município de Porto Belo, que morreu inclusive em acidente de carro, através do seu trabalho, é que eu tive realmente a oportunidade de estudar e de galgar esses espaços tão importantes na vida pública e política catarinense e agora brasileira.
Eu acho que o meu pai, se estivesse vivo, teria muito orgulho de me ver na condição de depurado federal, tendo galgado todos esses degraus. Mas eu sempre procurei, durante os meus mandatos nesta Casa, honrá-lo, como também todos os eleitores que estiveram comigo.
Eu volto a dizer, srs. deputados, que farei de tudo para honrar esses 110.170 eleitores em Brasília na condição de deputado federal, principalmente considerando que hoje os políticos, de modo geral, estão com uma imagem muito negativa. Eu, durante a campanha, vi muitas pessoas dizendo que não iriam votar em ninguém, que não dá mais para confiar em político. Na verdade, nós sabemos que na política há pessoas boas, pessoas sérias e pessoas desonestas. Então, não podemos generalizar.
Mas nesta Casa estou tendo o privilégio, durante esses 12 anos, de conviver com pessoas inteligentes, honestas e sérias, que têm dado uma grande contribuição para a sociedade catarinense e brasileira.
Assim sendo, nessa condição de deputado federal, haverei de fazer de tudo para honrar os meus eleitores, as regiões que eu represento e, principalmente, Santa Catarina no Congresso Nacional. E no ano que vem, deputado Antônio Carlos Vieira, o Congresso Nacional será palco de muitas mudanças que deverão acontecer no Brasil. A presidente Dilma Rousseff, em sua entrevista, por exemplo, falava na reforma tributária que tem que acontecer.
Hoje, o Brasil tem uma média de impostos em torno de 37%, considerando que a média mundial está na faixa de 20%. Está sendo feita uma cobrança exagerada em termos de tributos. Fala-se na volta da CPMF. Esse imposto até poderá vir, mas desde que embutido numa ampla reforma tributária, reduzindo de um lado, aumentando de outro, sem aumentar a carga tributária, como se está pretendendo fazer.
Ao mesmo tempo, nós sabemos que a concentração exagerada desses impostos está em Brasília e os estados precisam ir de chapéu na mão pedir aquilo que já deveria vir automaticamente para os municípios e para os estados.
Acredito que no ano que vem também tenhamos, em Brasília, uma reforma política, que é muito necessária. Do jeito que está não pode continuar e o grande exemplo está no meu partido.
Na última eleição fiz uma colinha e a distribuía onde eu ia pedir voto. Como candidato ao governo tínhamos Raimundo Colombo, do Democratas; para o Senado Luiz Henrique e Paulo Bauer, um do meu partido e outro do PSDB, e para a presidência da República Dilma Rousseff, do PT.
Vejam só, no mesmo pedido de voto que eu fazia existiam candidatos do Democratas, do PSDB, do PMDB e do PT.
Para nós, como liderança, é difícil entender, imaginem para o eleitor. Temos que ter uma definição mais clara, ideologicamente falando, para que os partidos realmente se definam, quem sabe até a volta da verticalização, o financiamento público de campanha.
Essa campanha foi uma das mais caras que se viu na história. Se eu não tivesse prestado um trabalho muito forte ao longo desses anos nesta Casa, não teria chegado à condição de deputado federal. Defrontávamos com nossos concorrentes gastando rios de dinheiro e não tínhamos como fazer frente a essas situações.
Esse sistema político precisa, sem dúvida alguma, ser modificado, e tenho certeza de que isso haverá de ocorrer no ano que vem, assim como a reforma previdenciária. Além disso, estarei em Brasília trabalhando por ideias, projetos, agricultura, saúde, educação, elaborando emenda para os nossos municípios, pois muitas coisas precisam ser feitas pela nossa região, como a duplicação da BR-470 e a ferrovia leste/oeste passando pelo vale do Itajaí.
Para isso, teremos que brigar junto com toda a bancada federal de Santa Catarina, com os senadores catarinenses.
Srs. deputados, voltarei a assomar à tribuna antes de encerrar o meu mandato, mas quero dizer que nesta Casa realmente tive uma convivência muito boa com todos os deputados e funcionários.
Estou prestes a ir para o Congresso Nacional, mas já estou sentindo saudades dos amigos, das pessoas com as quais aqui convivi e do grande trabalho que sempre é gerado em prol da sociedade catarinense.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)