Pronunciamento

Kennedy Nunes - 114ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 08/12/2009
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Sr. presidente, srs. deputados, sras. deputadas, venho aqui falar de dois assuntos, os quais já foram falados nesta Casa e que nós, agora, vemos o retorno.
O primeiro assunto, sr. presidente e sr. deputado Nilson Gonçalves, é sobre uma denúncia que eu fiz numa quinta-feira. Denunciei desta tribuna há dias, deputado Sargento Amauri Soares, v.exa. deve lembrar, que fronhas e lençóis da Defesa Civil nacional com marcas da secretaria da Saúde de Santa Catarina estavam sendo vendidas na cidade de Aparecida, em São Paulo.
Deputado Ismael dos Santos, depois que eu denunciei aqui, uma das telespectadoras da TVAL mandou-me um e-mail dizendo que em uma das ruas da cidade de São Paulo, no Brás, existe uma loja vendendo toalhas, milhares de toalhas, também com a estampa da Defesa Civil e da secretaria da Saúde de Santa Catarina.
Como eu sei que infelizmente aqui não funcionam as investigações como deveriam ser, porque o trator do governo é muito grande e alguns parlamentares preferem deixar de lado a investigação e não cumprir, deputado Lício Mauro da Silveira, o seu papel de investigar as questões do Executivo, eu fiz diferente. Levei o caso até a Polícia e pedi uma investigação policial.
Deputado Gelson Merísio, a investigação foi tão grande que agora na Polícia Civil temos uma carga de caminhão de toalhas, fronhas e lençóis com o emblema da Defesa Civil do Brasil e da secretaria da Saúde de Santa Catarina que estavam sendo vendidas. Os policiais foram lá, cumpriram uma ordem judicial a meu pedido, fizeram busca e apreensão e agora vai ser feita a investigação para saber como o dono da loja ou das lojas estava vendendo roupas de cama e banho com o emblema da secretaria estadual da Saúde e com o emblema da Defesa Civil.
O que mais me deixou assim "de cara", deputado Lício Mauro da Silveira, foi quando fui olhar a reportagem do Diário Catarinense sobre essa apreensão, deputado Moacir Sopelsa. O coordenador da Defesa Civil do estado de Santa Catarina, major Márcio, teve a coragem de dizer que tudo não passava de uma armação política.
Fico pensando que às vezes existem pessoas que falam coisas sem pensar. Qual é a oposição a um governo que vai mandar estampar milhares de toalhas, milhares de lençóis, milhares de fronhas, deputado Sargento Amauri Soares, com a marca da Defesa Civil e da secretaria estadual da Saúde para tentar fazer um jogo político?
Na mesma reportagem eu estava lendo que a secretaria disse que foi um lote que foi devolvido por falta de qualidade. Bom, se foi um lote que por falta de qualidade foi devolvido, deve haver todo um processo. Deve haver um processo de licitação, de compra, de devolução. Deve haver!
Agora, o que vamos fazer aqui? O que este Parlamento vai fazer com o caminhão de toalhas, lençóis e fronhas da Defesa Civil e da secretaria estadual da Saúde? O que nós vamos fazer? Será que os deputados da base governista também vão fechar os olhos e vão dizer não?
Já não quiseram assinar, e houve gente que assinou, mas como estava ao telefone, então tirou a assinatura da CPI dos presídios. E o que vamos fazer? Quem é que vai falar a respeito disso? Esse é um assunto.
O segundo assunto é que ontem fiquei entre a alegria, a euforia, deputado Nilson Gonçalves, e a raiva. Ontem, estive entre esses dois polos, nos extremos. Estive entre a euforia, a alegria, em saber que os pedófilos que foram denunciados por mim neste Parlamento estavam sendo presos e fui até a raiva depois de fazer uma twittada, depois de twittar no meu twitter, comemorando a prisão desses vagabundos, deputado Jailson Lima.
Eu queria, antes de esses camaradas entrarem na cadeia, ter tido a possibilidade de mostrar só uma cena, deputado José Natal, aquela que mostra o que esses vagabundos fizeram com uma menina de cinco anos. Só a cena que está no processo, ou seja, a de uma menina de cinco anos sendo segurada para que um cão fizesse sexo nela. Só essa cena para mostrar para esses vagabundos, na hora que entrarem na cadeia, para ver o que iria acontecer. E quando eu disse isso, para minha surpresa, deputado Silvio Drevech, os Direitos Humanos começaram a me criticar, começaram a defender os vagabundos da pedofilia.
Não vejo Direitos Humanos defendendo a vítima. Deputada Ada De Luca, eu não vejo os Direitos Humanos defendendo os pais dessas crianças que foram abusadas, mas estão defendendo os vagabundos. Estão com pena. Então, que os levem para casa e deixem o seu filho, a sua sobrinha, o seu neto com eles. Estão com pena desses vagabundos, que fazem o que fazem com crianças? Estão defendendo essa gente? Aonde vamos parar?
Quero parabenizar aqui a Delegacia Especial de Investigação Criminal, comandada pelo delegado Renato Hendges, que fez um trabalho excepcional.
Agora, onde estão os colunistas, os jornalistas de alguns veículos de comunicação do estado, que andaram dizendo que eu teria feito a denúncia aqui para dar tempo de algum conhecido vazar? Onde está o Cacau Manezes? Vocês acham que eu iria fazer uma coisa dessas? Só perdoo o editor do Diário Catarinense, Cacau Menezes, porque infelizmente não tinha acesso às informações.
Onde está o perito da Polícia Federal que ao ser entrevistado pelo Diário Catarinense disse que não havia condições, que havíamos estragado a investigação? Onde estão os psicólogos que apareceram na imprensa dizendo que a minha denúncia tinha sido uma quebra do sigilo e havia prejudicado? Vocês não sabem de nada!
Parabéns à Polícia Civil de Santa Catarina, que faz um trabalho excepcional e colocou esses vagabundos na cadeia.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)