Pronunciamento

Kennedy Nunes - 058ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 29/05/2012
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Sr. presidente, srs. deputados, público que nos acompanha pela Rádio Alesc Digital e pela TVAL, alunos presentes nesta sessão, catarinenses, quero aproveitar este momento para tratar de dois assuntos. O primeiro está relacionado ao município de Araquari, que está recebendo uma avalanche de investimentos, empresas que lá querem se instalar por ser um ponto estratégico, próximo ao porto de São Francisco do Sul, à BR-101 que está duplicada. Ou seja, ali há um valor estratégico logístico muito grande, e as empresas estão se instalando no local.
Mas quero também registrar que ontem foi assinado um convênio, através do qual conseguimos fazer o encaminhamento via governo do estado de recursos para Araquari poder trabalhar principalmente na região de São José do Itinga, divisa com Joinville, que foi assolada pela última enchente.
Esse recurso foi destinado exatamente para que a prefeitura de Araquari faça toda a manutenção e limpeza preventiva dos rios e das valetas, para minimizar o problema, uma vez que a região sempre sofre por conta de enxurradas. E tenho certeza de que a prefeitura vai poder desenvolver um bom trabalho naquela região de divisa, porque Joinville e Araquari já estão emendadas como uma grande metrópole.
Volto a dizer que estou cobrando uma resposta do secretário da Saúde, Dalmo de Oliveira - e o deputado Manoel Mota ficou de trazer hoje -, por não liberar até agora o valor de R$ 1 milhão, já liberado pelo governador Raimundo Colombo, para a compra de equipamentos e instrumentos para reabrir as quatro salas de cirurgia que estão fechadas desde 2002, no Hospital Regional Hans Dieter Schmidt.
O deputado Manoel Mota, na última quinta-feira, ao abordar a questão, ficou de trazer uma resposta, e espero que possa esclarecer à sociedade catarinense, principalmente de Joinville, por que o secretário Dalmo não quer liberar o R$ 1 milhão que o governador autorizou. Parece que o secretário Dalmo está desrespeitando a autorização do governador Raimundo Colombo, não querendo liberar.
Não quero acreditar nas coisas que estão falando. Uns dizem que ele não quer liberar porque, se a sala do Regional estiver fechada, o recurso vai para a Unimed; outros dizem que não querem liberar porque se trata de uma emenda de minha autoria e, se sair, vai melhorar a minha posição nas pesquisas. Mas não quero acreditar nisso e quero que me deem uma justificativa do porquê de o secretário não liberar o recurso. Não me venham dizer que é problema de caixa, porque caixa há. Não pensem que, por eu ser da base do governo, vou me calar quando a população estiver sendo prejudicada. Vou cobrar aqui e estou esperando. O deputado Manoel Mota ficou de trazer a resposta.
Por que o secretário Dalmo não quer dar o dinheiro para o hospital Regional, se o governador liberou?
Então, vou ter que falar com o governador. Aliás, ele já sabe, já passei essa reclamação para ele. Vou ter que falar com o governador e dizer: Governador, a sua assinatura não está valendo nada. Porque o governador assina, e o secretário...
O negócio é o seguinte: tem gente, deputado Padre Pedro Baldissera, que pensa que os cargos políticos são reinados. E tem gente que senta em alguma cadeira e pensa que vira rei. Vira rei! Que o cargo é seu. Mas não é! Você está de passagem, somente de passagem, somente de passagem. Tem dia para começar e dia para terminar, e vale aqui para nós também.
Nós não somos, nós estamos. Isso é passageiro. Os cargos são passageiros. Mas as ações nossas para a comunidade podem ser perpétuas, tanto de benefício como também para prejudicar.
Quero saber aqui, deputado Manoel Mota, estou esperando que v.exa. possa trazer o porquê de o secretário Dalmo Claro de Oliveira não liberar o recurso.
Outra coisa: parece que hoje acordei para reclamar, mas não é isso. É que tem coisa que começa a chegar, começo a ficar agoniado e sou obrigado a falar. A pior coisa para mim é quando duvidam da minha palavra, deputado Antônio Aguiar. A pior coisa para mim é quando dizem que estou mentindo, quando sabem que estou falando a verdade.
Meu pai me ensinou, deputado Padre Pedro Baldissera, que um dos patrimônios humanos que temos, que o homem tem, é a palavra. A palavra empenhada tem que ser cumprida.
Eu sou do tempo do fio do bigode. Não uso bigode como os deputados Dirceu Dresch, Padre Pedro Baldissera, Reno Caramori, mas palavra empenhada é palavra cumprida.
Se não me engano, em setembro do ano passado, numa visita do governador Raimundo Colombo a Joinville, ao bispo dom Irineu - que, inclusive, na quinta-feira, recebeu o título de Cidadão Catarinense, por proposição do deputado Darci de Matos, numa sessão sob a presidência do deputado Antônio Aguiar -, tratamos para que pudéssemos ajudar a igreja a comprar parte de uma terra onde funciona a fazenda da Esperança, para a recuperação de viciados ou de usuários de crack. É um trabalho fantástico que a fazenda Esperança faz. No Brasil inteiro, a igreja que v.exa. participa, a igreja católica, faz no Brasil inteiro, e o dom Irineu trouxe para Joinville e instalou na cidade de Garuva.
E precisava de dinheiro para comprar um imóvel que ficava no meio da terra onde estava funcionando. Esse imóvel já tinha uma casa e comprando-o já dava para duplicar o número de pessoas atendidas, de jovens atendidas.
Sempre fui muito sensível a essa causa. Então, combinamos o governador Raimundo Colombo e encaminhamos através de subvenção social para que pudesse ser repassado esse dinheiro à Mitra Diocesana para comprar a terra.
Houve lá um probleminha entre o prefeito de Garuva e o padre local, que foi superado, e os processos encaminharam e demos entrada E dom Irineu me telefonou na semana passada, cobrando-me: "Deputado, não saiu, o que deu?"
Eu fui verificar o processo. E a secretaria de Desenvolvimento Regional de Joinville perdeu os prazos e não conseguiu a liberação. E eu disse ao dom Irineu: O recurso está liberado, o recurso está previsto, mas houve alguém que bobeou e perdeu prazo. Estamos agora no ano eleitoral, perdeu prazo.
E daí, o secretário Bráulio César da Rocha Barbosa foi à imprensa dizer que não tinha um documento meu lá na secretaria, que não tinha absolutamente nada e que era mentira minha que tinham perdido o prazo. Por quê? Nessa hora a gente vai para os documentos.
E eu vou trazer aqui, à tarde, até porque está na minha pasta que ficou lá em cima, o documento que apresentei, quando aproveitei a cerimônia de entrega de título de cidadão ao dom Irineu Scherer. Entreguei para ele, deputado Padre Pedro Baldissera, assinado pelo próprio secretário, no dia 28 de outubro de 2011, ano passado. Ele assinou o documento, o que prova que além de perder um prazo não sabe o que está acontecendo lá dentro, está desorganizado.
Um camarada dizer que não tem um documento que vou provar que foi assinado por ele mesmo! O secretário Braúlio Cesar da Rocha Barbosa assinou o documento no dia 28 de outubro, acho que é outubro de 2011. Ele assinou, deputado Sargento Amauri Soares, e vem dizer que não tem documento, que é mentira minha. Não, não vou perdoar. A verdade tem que ser dita, esclarecida. Alguém tem que assumir as coisas. E não pensem, vou dizer de novo, que agora porque sou membro da bancada do governo vou ficar calado com os erros, porque o governador não sabe disso.
O governador tem secretários para quê? Para ajudar no governo. Agora, quando secretários não ajudam, ficam com picuinhas políticas, na incompatibilidade ou, às vezes, na incompetência, ou desorganização, todo governo paga. E quando eu bato o dedinho, é o corpo inteiro que dói.
E venho aqui de novo, à tarde, trazer o documento assinado pelo secretário Braúlio Cesar da Rocha Barbosa e vou esperar que o deputado Manoel Mota venha dizer por que o secretário Dalmo Claro de Oliveira não quer liberar um milhão de reais que já foi liberado pelo governador Luiz Henrique para reabrir quatro salas de cirurgia no Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, que estão fechadas desde 2002. Estão fechadas há dez anos. E consegui fazer com que o governador liberasse, porque o governador tem essa sensibilidade social, e agora vem o secretário e desrespeita a assinatura do governador.
Quero esperar essa resposta, até porque Joinville está esperando, a região norte está esperando. Nunca iria imaginar que um secretário de Joinville estaria ensebando a liberação de um recurso para um hospital público. Quero esperar aqui e, com certeza, virá uma resposta, porque uma resposta tem que ter.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)