Pronunciamento

Kennedy Nunes - 044ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 25/05/2011
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Sr. presidente, srs. deputados, público que nos acompanha pela TVAL e pela Rádio Alesc Digital, catarinenses, mais uma vez faço a minha saudação à deputada por um dia, Marinei, que está acompanhando os trabalhos do Poder Legislativo nesta tarde.
Deputado Nilson Gonçalves, na quinta-feira passada participei de um debate na Record News, em Florianópolis, sobre um tema que estava causando preocupação a todos os brasileiros.
O ministério da Educação e Cultura preparou um kit sob a desculpa de ser um material destinado a combater a homofobia nas escolas. Deputado Sargento Amauri Soares, foi colocado algum material gráfico e audiovisual, que mostrava três tipos de atitudes, o lesbianismo, o homossexualismo e a bissexualidade.
A bancada católica, a bancada evangélica e a Frente Parlamentar em favor da Família no Congresso Nacional tiveram acesso a esse material, aos vídeos e também ao material gráfico, que foi preparado por uma agência de publicidade a pedido do MEC.
O deputado Romildo Titon se manifestou contrário a esse tipo de ação, até porque essas três frentes - católica, evangélica e da família - têm como linha de pensamento que a escola não tem esse papel e não deve dar esse tipo de educação, que a escola não deve passar para os alunos desde os sete anos um vídeo, por exemplo, sr. presidente, que mostre dois meninos, um de 10 e outro de 12 anos, beijando-se na boca ou qualquer outro tipo de ação similar, como constava do referido material.
Nesse debate de que participei da Record News, em Florianópolis, o debatedor que defendia esse material dizia que o ministro Haddad não sabia do material. Como não sabia? Deputado Nilson Gonçalves, como o ministro da Educação não vai saber sobre um material que vai ser distribuído nas seis mil escolas do Brasil?!
Deputado Reno Caramori, o ministro teve a cara de pau de dizer que não sabia, quando no Youtube ficou claro que o material estava sendo produzido por uma agência contratada pelo ministério da Educação e que falava sobre lesbianismo, homossexualismo e bissexualidade! Esse material foi chamado de kit gay. Como um ministro diz que não sabe?
Pois bem, entendo que isso não é papel da escola, mas da família. Mas hoje ainda ouvi a deputada Angela Albino dizer que a família está tão desestruturada que a escola passou a assumir tarefas que antes não eram suas. Não acho que a escola tenha que fazer o papel da família. A escola tem que ensinar cidadania. A educação tem que ser dada em casa. O estado não pode intrometer-se naquilo que é da família. Cada qual tem o seu papel. Não gosto de ouvir que professor é a mãezinha do aluno. O professor ensina cidadania ao aluno, a mãe cuida dele em casa. Seja a mãe biológica, a mãe adotiva, a avó ou a tia. O professor não faz faculdade de Pedagogia para ensinar na escola o que é de responsabilidade da família. Pelo menos assim aprendi e creio que os nobres deputados e as pessoas que nos assistem também assim aprenderam. Educação se recebe em casa! Ponto final.
Agora, quando se fala que o governo é laico, não é somente em função da religiosidade, mas também em relação aos costumes, e aí entra a questão da homofobia. Quando se fala em respeito, acho que não é apenas com relação à opção sexual do aluno, mas com relação a tudo. O deputado Joares Ponticelli é um grande expert no tema bullying. Estamos tratando dessa questão e o bullying envolve tudo. Agora, não posso aceitar quando o estado quer intrometer-se naquilo que é papel da família.
Mas assomei a esta tribuna para parabenizar a presidente Dilma Rousseff que, recebendo e acatando um pedido das bancadas evangélicas, católicas e da Frente Parlamentar em Defesa da Família, decidiu não distribuir mais o tal kit gay. Cancelou-o e decidiu que a matéria que falar dos costumes não será mais tratada da forma como vem sendo, ou seja, às escondidas, deputado Maurício Eskudlark. Esse material estava sendo produzido escondido da sociedade. Ainda bem que vazou e houve todo esse trabalho.
É preciso trabalhar às claras, e quero mais uma vez, parabenizar a presidente Dilma Rousseff, que tomou essa decisão, mesmo contrariando o tal ministro da Educação, que dizia que não sabia de nada! Não sei! Parece que isso é meio que prática de alguns no governo. Em Joinville está assim também. Em Joinville, deputado Nilson Gonçalves, o prefeito fala uma coisa e faz outra. Parece que existe uma escola, uma linha do Partido dos Trabalhadores, uma ala que parece que gosta de falar uma coisa e fazer outra.
O deputado Marcos Vieira hoje comentou sobre um representante que falou uma coisa e fez outra. Há pessoas que gostam disso! Ainda bem que a presidente tomou uma posição e entendeu que isso não é papel do governo! Isso é decisão de quem está dentro de casa! Isso é papel da família! Senão daqui a pouco vamos ter o governo sendo o pai e a mãe de todos e responsável pela educação familiar!
Aonde vamos chegar, deputado Reno Caramori? Será que o governo vai ter que fazer a gestão do dinheiro público, a gestão da coisa pública e ainda educar os filhos dos outros?! Volto a dizer que o professor, o mestre não fez Pedagogia para educar ninguém, mas para formar o cidadão. Não aceito quando dizem que professora é mãezinha ou paizinho. Não é! Isso está tirando a autoridade dos professores, que têm como função principal a de formar cidadãos. Quem tem que educar, quem tem que discutir a questão dos costumes não é o governo, os professores, mas o pai, a mãe, a avó, em casa, que é o local certo para conversar e educar os filhos.
Portanto, quero parabenizar a bancada católica, a bancada evangélica e a Frente Parlamentar em Defesa da Família, que fizeram chegar aos ouvidos da presidente Dilma Rousseff essa camuflagem que o ministro da Educação estava fazendo com o GLBT para introduzir um material absurdo dentro das escolas públicas do país!
Por isso, repito, quero parabenizar o trabalho desses parlamentares que estão trabalhando em defesa da família e em defesa da escola como formadora de cidadãos. Ado, ado, ado, cada um no seu quadrado!
Muito obrigado, sr. presidente!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)