Pronunciamento

Kennedy Nunes - 013ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 07/03/2012
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Sr. presidente, srs. deputados, pessoas que nos acompanham pela TVAl, pela Rádio Alesc Digital, os nossos seguidores pelo Twitter e pelo Facebook, eu gostaria de começar a falar em relação a algo que acho extremamente importante. Hoje, na comissão de Segurança Pública, sob a presidência do deputado Gilmar Knaesel, aprovamos um requerimento de minha autoria que tenta trazer para o âmbito da segurança pública a discussão com bandeiras, estandartes, escudos e espadas todos baixados para tentarmos ouvir não a questão legal, pois isso a comissão de Constituição e Justiça está tratando, mas o mérito da PEC n. 0001/2012, que dá aos Bombeiros Voluntários a possibilidade de realizar vistorias nas questões de incêndio.
Então, vamos levar para a reunião da comissão de Segurança Pública - e sei que v.exa. participará dessa reunião -, presidida pelo deputado Gilmar Knaesel, um representante do Bombeiro Militar, do Bombeiro Comunitário e do Bombeiro Voluntário, um representante da Fecam, um da secretaria de Segurança Pública e um do Ministério Público, tentando colocar à mesa algumas questões relativas ao mérito da PEC, deputado Neodi Saretta, que tramita nesta Casa.
E hoje, sr. presidente, fizemos um trato lá na comissão, deputado Neodi Saretta, ou seja, não vamos falar absolutamente nada. Nós queremos ouvir todas essas entidades, para ficar claro não apenas para nós, mas também para a sociedade catarinense, que se vê num embate ideológico em relação a essa questão, que a nossa intenção é ajudar.
Já coloquei a minha posição ontem aqui, mas acho interessante repetir porque não se trata de uma audiência pública, mas de uma reunião da comissão de Segurança Pública, quando tentaremos colocar na mesma mesa essas entidades. Entendo que a Fecam é uma entidade extremamente importante nessa questão, e o deputado Neodi Saretta sabe disso porque já foi prefeito duas vezes e sabe que no final das contas a responsabilidade da liberação do habite-se do prédio cabe à prefeitura.
Eu acho que é interessante ouvirmos o Ministério Público, a Fecam, os Bombeiros Voluntários, os Bombeiros Comunitários e os Bombeiros Militares, a fim de que possamos tratar desse assunto sem qualquer tipo de vaidade, de disputa de poder ou de ideologia, pensando somente no mérito da questão, porque a minha preocupação é como isso beneficiará o catarinense, deputado Dirceu Dresch. É nisso que temos que pensar! O foco principal das nossas ações nesta Casa tem que ser o catarinense; se não for assim, não há por que estarmos aqui.
Também quero falar em nome do nosso partido, o PSD, pois tanto eu como o deputado Darci de Matos começamos, sr. presidente, lá em Joinville, na semana passada, um seminário que além de levar as bandeiras do nosso partido, que é novo, além de buscarmos filiações partidárias, todas as semanas estamos nos bairros levantando os números. Essa tem sido uma experiência espetacular nosso sempre deputado Dieter Janssen, que se faz presente e que é de Jaraguá do Sul, um grande companheiro e ex-colega partidário.
Nós fizemos, lá em Joinville, nos 43 bairros, juntamente com os professores universitários, uma radiografia detalhada, impressionante. Por exemplo, no bairro Vila Nova, região oeste da cidade, fizemos o levantamento do número de casas existentes, do número de pessoas que lá moram, do número de pessoas que trabalham no próprio bairro, do número de pessoas que saem para trabalhar. E sobre essas que saem do bairro, como elas vão, se vão de ônibus, de carro, de bicicleta ou de moto. Depois de levantarmos o número de indústrias, de empresas de serviços, de estabelecimentos comerciais, chega-se ao requinte de detalhes de saber quantos pães aquele bairro consome todos os dias, quantos litros de leite são consumidos e quantas toneladas de lixo são geradas.
Ficamos sabendo, deputados Neodi Saretta e Padre Pedro Baldissera, que 234 cidades de Santa Catarina são menores do que o bairro Vila Nova, um bairro de Joinville! Se colocarmos os carros, deputado Silvio Dreveck, do referido bairro que v.exa. conhece, porque quando vai para São Bento do Sul passa e vê Vila Nova à esquerda, um atrás do outro, resultará uma fila de Joinville até São Francisco do Sul.
O bairro Vila Nova consome 3.300kg de pães e dois caminhões trucks de leite todos os dias - e v.exas que são do oeste sabem que é muito leite - e produz oito caminhões de lixo diariamente.
Quando começamos a analisar esses números e a detalhar o bairro de forma tão real, conseguimos fazer a projeção de qual será o seu tamanho em cinco ou em dez anos; quanto a população aumentará; quantas casas terá a mais; quantos carros terá; quantos empregos o próprio bairro precisará gerar para manter seus moradores lá. Tem sido uma experiência extraordinária!
Hoje, por exemplo, estaremos no bairro Paranaguamirim, zona sul da cidade, que é maior do que 245 municípios. É impressionante quando começamos a ver um bairro dessa forma. Ao estudarmos esses dados chegamos à conclusão de que a força da cidade está nos bairros.
Joinville hoje é a terceira maior cidade do sul do Brasil, perdendo somente para Porto Alegre e Curitiba, e toda essa força vem dos bairros. Cada um dos 43 bairros da nossa cidade é uma cidade!
O comércio é local, possui lojas para venda de roupas, material de construção, insumos agrícolas, supermercados. E aqui abro parênteses para mostrar como o povo de Joinville é empreendedor. Falo com muito carinho da cidade onde tive a honra de nascer no dia 16 de janeiro de l970, às 15h15; 15 e 15, para alegrar v.exa., deputado Moacir Sopelsa.
Estou falando da minha cidade porque na próxima sexta-feira estará comemorando 161 anos. Então, como cada bairro tem vida própria, alguns donos de pequenos supermercados, quando lá chegaram o Angeloni, o BIG e o Giassi e as pessoas começaram a sair do bairro para fazer compras no centro, sabe o que fizeram, deputado Moacir Sopelsa? Os pequenos supermercadistas dos bairros se reuniram, criaram um grupo e começaram a fazer suas compras todos juntos, na mesma mesa, pois só assim conseguiam comprar em quantidade e competir no preço com as grandes potências. Se não fizessem isso seriam engolidos, porque o povo está atrás de preço; é o preço que chama as pessoas para comprar.
Pena que o setor público ainda não tenha valorizado a questão do investimento nos bairros. O setor público continua com aquela visão de cuidar do centro, como se a cidade fosse a menina dos olhos da administração e os bairros as outras coisas.
Lembro-me que o bispo diocesano de Joinville, dom Orlando, quando eu era vereador na cidade, foi um dia na Câmara Municipal num aniversário de Joinville e fez a seguinte analogia de Joinville com Cristo: o centro de Joinville é o rosto de Cristo e os bairros são a coroa de espinhos. E essa é a verdade, pois eles não recebem o investimento que precisam para fomentar, para fortalecer o comércio local, para fazer com que mais indústrias se instalem, assim como estabelecimentos comerciais e de serviços, para que as pessoas que moram no bairro possam também trabalhar e não sair do seu habitat.
Imaginem que fui visitar uma empresa próxima à Pirabeiraba, região norte da cidade. Lá há pessoas que trabalham no setor metalmecânico, que moram no bairro Itinga, zona sul, e saem às 4h de casa, de ônibus, para começar a trabalhar às 7h. Olhem o tempo que essa pessoa perde no translado, no transbordo. É longe, tem que atravessar toda a cidade, ou seja, quase 30km. Por quê? Porque precisa trabalhar.
Nós precisamos pensar um planejamento em que no próprio bairro a pessoa possa viver e trabalhar. Quando se trata de uma cidade com o porte de Joinville, com 161 anos completados na próxima sexta-feira, é preciso pensar numa maneira de fortalecer os bairros, porque o centro será uma consequência disso.
Nós precisamos pensar. E o PSD pensa exatamente isso. Essa é a razão do seminário que o nosso partido está realizando todas as semanas em Joinville e que tem como tema "Meu bairro faz Joinville", com o intuito de despertar no morador de cada bairro essa paixão, esse comprometimento com sua comunidade.
Entendo que quando conhecemos os números é que percebemos o tamanho de Joinville e dos seus bairros e o quanto o poder público tem que investir para melhorar a qualidade de vida, a mobilidade urbana e o tratamento do lixo.
Essas são as soluções que o nosso partido defende e que estamos pregando em Joinville. Por isso, tanto eu como o deputado Darci de Matos estamos muito felizes e convidando todos os que são de Joinville a participarem do nosso seminário no bairro Paranaguamirim.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)